Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Tiro no Pé de Donald Trump na Economia dos EUA

28 de novembro de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image001Mesmo com as exageradas declarações e medidas econômicas do presidente Donald Trump, observam-se que algumas que deveriam ser voltadas principalmente contra os chineses estão afetando as grandes empresas norte-americanas, como a General Motors e a Apple que são obrigadas a reduzir suas produções naquele país, pela impossibilidade de continuar expandindo usando componentes importados.

A poderosa GM anuncia o fechamento de fábricas nos Estados Unidos, apesar das ameaças de Donald Trump

Existem duras realidades empresariais que não podem ser superadas pelas bravatas de Donald Trump. A poderosa GM já vinha sofrendo os problemas tecnológicos que não a permitiam acompanhar seus principais concorrentes, como a Toyota e a Volkswagen, bem como os novos produtores que estão intensificando a produções de automóveis elétricos para o futuro. Donald Trump, criando fortes atritos com a China, não permite que componentes sejam importados da Ásia para os Estados Unidos, acabando por prejudicar as próprias gigantes empresariais tradicionais no país, que clip_image003necessitam contar com partes importadas como voltar suas produções para o mercado globalizado. Algo semelhante acaba acontecendo nos setores de alta tecnologia como da Apple, que também depende de sua inserção adequada no mercado globalizado.

Apple, símbolo da tecnologia avançada no mundo, também depende de sua inserção adequada na economia globalizada

Tudo isto está demonstrando que mesmo o estilo explosivo do presidente Donald Trump não consegue, mesmo com todo o poder de que dispõe, superar as duras realidades da economia que se globalizou e só voltará a privilegiar o nacionalismo exacerbado com medidas mais inteligentes e devidamente negociadas. Mesmo que se anuncie possíveis incentivos a estas grandes empresas norte-americanas, existem fatores de mercado insuperáveis que necessitam não só de tarifas de proteção ou subsídios como visões de longo prazo dos avanços tecnológicos que estão se registrando em concorrentes dos Estados Unidos.

Quando alguns dirigentes brasileiros mal informados interpretam que o Brasil necessita perfilar seus interesses com os Estados Unidos, esquecendo grandes mercados como os da China e países árabes, o que está acontecendo com estas gigantescas empresas competentes são advertências que precisam ser devidamente consideradas.

A equipe econômica do novo governo conhece estes problemas econômicos internacionais, mas precisa contar também com outros setores que partilhem de opiniões semelhantes para tornar a ação governamental realmente competitiva, independentemente da ideologia dos diversos parceiros no mundo.

Se um país poderoso como os Estados Unidos, ainda o líder mundial mais relevante, conta com estas limitações, os emergentes, como o Brasil, que enfrentam muitas outras restrições, necessitam contar com opiniões que não sejam agradáveis, mas refletem o que acontece na economia do mundo, na qual, bem ou mal, estamos inseridos. Sabemos claramente que uma coisa são as declarações prévias, mesmo antes de assumir de fato o poder, e depois quando se torna necessárias decisões pragmáticas que levem em conta as terríveis limitações econômicas, que não podem ser resolvidas por milagres, mas com muito trabalho e custosos sacrifícios e um mínimo de inteligência.



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