Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Substituição do Açúcar de Cana que tem suas Inconveniências

4 de dezembro de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: , , ,

Um importante artigo de Camila Souza Ramos foi publicado no Valor Econômico informando que muitas empresas estão pesquisando para produzir produtos substitutos do açúcar, que está sendo condenado em diversos países, por conter muitas calorias que favorecem a obesidade e o agravamento do diabetes, entre outros inconvenientes.

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Mapa constante do artigo no Valor Econômico apresentando algumas restrições ao uso do açúcar que se recomenda seja lido na íntegra

A informação oferecida por John Melo, CEO global da norte-americana Amyris, é que conseguiram obter a partir do xarope da cana tradicional um adoçante natural que é uma molécula como da estévia, que não tem o inconveniente de dar um ligeiro sabor amargo que alguns consumidores reclamam. Este novo produto adoça 500 vezes mais que o açúcar de cana, consegue 97% de grau de pureza (superior à da estévia), não contém caloria e apresenta uma grande vantagem para a indústria alimentícia.

Ela já possui uma fábrica em Brotas, no Estado de São Paulo, com capacidade para produzir até três mil toneladas deste novo produto, equivalente a 1,5 milhão de tonelada de açúcar, que corresponde à soma de todos os adoçantes usados no Brasil. A fábrica está junto à Raízen e a sua purificação será feita no Estado do Paraná. Já possui autorização da FDA norte-americana e está providenciando a da Anvisa, para iniciar a sua comercialização no Brasil.

Nos Estados Unidos, firmaram um acordo com a ASR Group, a maior refinadora de açúcar do mundo, e operarão nos mercados dos Estados Unidos, Reino Unido e México. No Brasil, está estabelecendo os entendimentos com a Camil, dona da marca União, devendo usar o nome de União Zero.

Outras empresas no mundo também estão procurando atuar neste mercado, como a holandesa DSM, que é também a principal acionista da Amyris, que também trabalha com o sucrose ou açúcar de milho, como dextrose e glicose. A vantagem é que a engenharia permite que a produção do adoçante seja maior do que da estévia que é extraída da sua folha, sendo 250 vezes mais adoçante que o açúcar comum. Ela formou uma joint venture com a Cargill e são, portanto, grandes empresas que procuram substitutos do açúcar de cana.

Uma empresa francesa, a Tereos, fez uma pesquisa que indicou que a saúde é considerada mais prioritária que a tradição. Começou a distribuir no Sul e Sudeste do Brasil um produto que usa estévia com 50% do açúcar de cana, portanto com menos caloria que o usual. A alemã Südzucker, maior produtora de açúcar na Europa, iniciou parceria com a DouxMatok para produzir em 2019 um açúcar com composto de sílica que permite 40% menor de consumo nas indústrias, sem perder o poder de adoçar.

Há, portanto, uma corrida mundial para obter substitutos de cana de açúcar que evitem seus inconvenientes, ao mesmo tempo em que atendam aos desejos dos consumidores de contar com produtos saudáveis que preservem o sabor adoçante. A concorrência acirrada destas grandes empresas vai disputar os consumidores com produtos de qualidade a preços razoáveis, principalmente quando usados em indústrias de bebidas e produtos alimentícios.



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