Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Dificuldades dos Investimentos em Terceiros Países

16 de janeiro de 2019
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

São frequentes as declarações de grandes esperanças na melhoria da economia brasileira, ainda que lentas, com as reformas que seriam submetidas pelo novo governo de Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional, e outras que possam ser efetuadas no âmbito do Executivo, mediante decretos. Parece que um realismo sobre elas seria recomendável, pois o mundo passa por muitas dificuldades que não criam um clima favorável para estimular economias emergentes como a do Brasil. Muitas destas reformas não apresentam o consenso desejável de todos. Noticia-se, paralelamente, num artigo de Assis Moreira, no clip_image002jornal Valor Econômico, que um grande empreendimento bilateral seria efetuado pelo Brasil na Nigéria, que pode expandir sua economia contando com recursos naturais indispensáveis, mostrando que a cautela adotada, inclusive pelo setor privado, recomenda a diversificação dos riscos, mesmo sabendo que ele exige cuidados desdobrados, diante das experiências já acumuladas em outros países. Só seriam cogitados tais investimentos se as condições na Nigéria fossem menos dificultosas que as vigentes no Brasil.

Grupos brasileiros já acumularam experiências na Nigéria

Os desgastantes processos que envolvem a Aliança da Renault – Nissan – Mitsubishi Motors mostram o quanto as diferenças culturais empresariais são importantes nos empreendimentos internacionais. No caso da Nigéria, que conta com abundância de petróleo que já foram mais importantes por serem importados pelo Brasil, exigiram o envolvimento da Petrobrás, mantendo os recursos gerados por elas em “escrow accounts” nos bancos londrinos, para pagamento seguro das exportações brasileiras para aquele país. O grupo Ovídio de Brito conseguiu um mecanismo onde praticamente tinha o controle dos produtos industriais brasileiros exportados para a Nigéria.

Como todos sabem, as atuais fronteiras políticas dos países africanos foram estabelecidas pelos europeus, que mantinham as suas colônias. Hoje, todas elas são independentes, mas a tradição tribal da África continua existindo, fazendo com que os atuais políticos africanos prestem suas homenagens aos chefes tribais que continuam com importância nos territórios que foram de suas tribos. Muitos deles são casados com as filhas destes chefes que continuam mantendo seus prestígios. Na realidade tribal, os pertencentes a outros rivais chegam a não ser considerados humanos.

Lamentavelmente, como países sem longas histórias democráticas, a incidência de irregularidades é elevada, sendo que a redução destes tipos de criminalidades pode ser demorada, havendo que se considerar as possibilidades das pretensões ocidentais que podem divergir das culturas locais. Ainda assim, muitos consideram que os investimentos na África podem representar riscos menos elevados dos que os feitos no Brasil, até que todas as condições brasileiras apresentem a segurança desejável.

Parece conveniente que se considere as diferenças no Brasil dos chamados “lips services”, que envolve também uma torcida, com as que informam os empresários dos reais riscos dos seus investimentos, quando comparados com os de outros países.



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