Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Importação de Carne Bovina do Japão da TPP

8 de fevereiro de 2019
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002Ainda que seja somente o levantamento de janeiro deste ano, os dados da importação de carne bovina pelo Japão já indicam que a redução das tarifas passou de 38,5% para 27,5%, fazendo com que países membros do TPP – TransPacific Partnership, como o Canadá e a Austrália, substituam as importações dos Estados Unidos, que está fora deste acordo.

Gráfico publicado no artigo do Yomiuri Shimbun

O Brasil precisa observar estas importantes mudanças que começam a ocorrer para ingressar nos acordos de comércio que existem pelo mundo, com a máxima urgência. Não se trata somente do Japão, mas de outros países que continuarão ampliando a importação de carne bovina, notadamente no Sudeste Asiático.

Mesmo com a resistência do atual governo dos Estados Unidos, muitos acordos comerciais importantes continuarão a se ampliar no mundo, tanto os que envolvem os países da Comunidade Europeia, como os países emergentes do Sudeste Asiático e do Pacífico. Também a carne de frango e a suína tendem a acompanhar esta tendência, que poderá ser ampliada para os produtos agrícolas, como a soja e o milho, que são vitais para o Brasil nas próximas décadas.

As exportações brasileiras são fundamentais para o crescimento do país. A simples menção de que o Brasil acompanharia as aspirações de Israel, cogitando da mudança da sua embaixada para Jerusalém, já provocou a restrição de importação de frangos brasileiros por alguns árabes, que se espera seja temporária. A soma dos muçulmanos no mundo que importam o frango brasileiro é relevante e parece que o novo governo brasileiro está sensibilizado com este assunto, continuando a longa tradição do Itamaraty.

Parece urgente que o Brasil continue negociando intensamente com a Comunidade Europeia que continua importante no comércio internacional do mundo. Também as novas iniciativas que existem entre os asiáticos e países da bacia do Pacífico parecem exigir especiais empenhos da diplomacia brasileira, de forma pragmática, sem acompanhar cegamente o que os Estados Unidos estão fazendo.

É preciso reconhecer que os Estados Unidos não possuem mais a importância que tinham no mundo, com muitos mercados importantes como da China e da Índia que merecem uma especial atenção. Os minérios que tinham a Companhia Vale do Rio Doce como a locomotiva principal para a sua exportação será afetada pelos problemas que ocorrem em suas fontes em Minas Gerais.

Mas, mais do que isto, a ampla gama de produtos industriais e serviços são mais importantes do que os primários, visando o futuro do país. Para recuperar o seu status de um promissor país emergente, o Brasil terá que fazer um esforço excepcional na promoção de suas exportações, para atender as necessidades de importações de produtos de alta tecnologia que ainda não produzimos em escala competitiva.



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