Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

The Economist Sobre o Aquecimento Global e o Petróleo

11 de fevereiro de 2019
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia e Política | Tags: , , | 2 Comentários »

A revista The Economist reconhece, lamentavelmente, que, apesar dos grandes estragos que o petróleo continua ajudando a provocar, como os gigantescos incêndios na Califórnia e o extremo frio em Chicago, não há indícios de mudanças, continuando os Estados Unidos como o segundo país poluidor no mundo. Os democratas esperam colocar o problema como centro do debate para a eleição de 2020 com o lema “Green New Deal” e os republicanos continua apoiando a política do atual governo de Donald Trump. As mudanças teriam que ser radicais, para se limitar o aquecimento a 1,5º centigrados neste século, o que provavelmente não ocorrerá, pois já se fala abertamente em 2,0º ou mais. No resto do mundo, o quadro não é muito diferente.

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Ilustração constante do artigo no The Economist

De acordo com a Exxon Mobil, a maior empresa no mundo de petróleo, que nasceu como Standard Oil em 1911 e fundiu-se com a Mobil em 1999, estima-se que a demanda global de petróleo e gás deve aumentar 13% até 2030. As cinco maiores empresas petrolíferas no mundo incluem ainda a Chevron, Royal Dutch Shell, BP e a Total. Elas pagam dividendos que sustentam os principais fundos de pensões.

Recentemente, a Exxon Mobil descobriu no offshore da Guiana uma reserva estimada em 5 bilhões de barris, que a tornará a segunda produtora de petróleo na América Latina, só sendo superada pelo Brasil.

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Estimativa da demanda de petróleo e gás até 2040, constante do artigo no The Economist

A estimativa que a Exxon Mobil faz para até 2040 mostra que a demanda de gás e petróleo deve continuar crescendo de forma firme nas próximas décadas.

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Os investimentos previstos para as próximas décadas, não somente da Exxon Mobil, mas das outras grandes empresas petrolíferas, mostrando que voltaram a crescer. Gráfico publicado no The Economist

Tudo indica que as irregularidades climáticas devem continuar a crescer nas próximas décadas. Os países asiáticos continuam investindo na pesquisa de produtos agrícolas como o arroz, com o desenvolvimento de novas variedades que produzem mesmo com a seca, inundações ou picos de calor. Parece conveniente que o Brasil também o faça com produtos como a soja, o milho e outros cereais, visando garantir o mínimo de produção, mesmo com acentuadas mudanças no clima.

Também os desastres como os que têm ocorrido no Rio de Janeiro, Petrópolis e outras regiões acidentadas merecem especial atenção, pois chuvas torrenciais podem ficar mais frequentes. Como o nível do mar deverá se elevar também, os ocupantes das áreas que já sofrem o avanço do oceano devem ser removidos para áreas mais elevadas, como na região de Recife e Olinda. No caso das Guianas, Georgetown fica ao nível do mar, não havendo montanhas, o que deve exigir algo parecido com o que se faz na Holanda.

Nos Estados Unidos já vem ocorrendo problemas graves quando ocorrem os tufões, tanto na região de Nova Orleans como até em Nova York. Espera-se que os norte-americanos consigam pressionar as autoridades para impor tributações mais pesadas sobre o petróleo, a fim de custear os investimentos para minorar os problemas daqueles que serão afetados.

O mais racional seria investimentos em energia solar, eólica e outras, principalmente em países como o Brasil que apresentam condições favoráveis, que poderiam intensificar os esforços que já estão sendo feitos. Mas isto seria pedir demais para a racionalidade, que não costuma prevalecer entre políticos e alguns empresários.


2 Comentários para “The Economist Sobre o Aquecimento Global e o Petróleo”

  1. Kal
    1  escreveu às 13:56 em 12 de fevereiro de 2019:

    Sempre acompanhando as tuas publicações. Abraço desde Barcelona

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 17:51 em 12 de fevereiro de 2019:

    Cara Kal,

    Muito obrigado. Espero que V. esteja bem em Barcelona.

    Paulo Yokota


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