Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Pragmatismo Econômico e Político da China

6 de março de 2019
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , , , ,

Mesmo os que são contrários ao regime político chinês hão de admitir que as autoridades chinesas estejam agindo de forma extremamente pragmática para superar a sua redução clip_image002do crescimento econômico, que está prevista para ficar entre 6% a 6,5% neste ano, quando no ano passado deve ter chegado a 6,6%. Mesmo que ela fique em torno de 5% ao ano, ainda assim seria quase o dobro do que se pode esperar do mundo como um todo.

Great Hall of People em Beijing que será utilizado para a reunião consultiva de duas semanas

Tudo indica que o governo liderado por Xi Jinping está agindo de forma muito pragmática, de um lado tentando um acordo com os Estados Unidos para superar a guerra comercial, onde até o uso de tecnologias terão regulamentações mais atualizadas, quando estavam sendo acusados de apropriações indébitas, além do equacionamento das pesadas dívidas das empresas chinesas junto ao sistema bancário. Tudo indica que desejam a volta dos investimentos estrangeiros que possam ajudar no seu desenvolvimento, ainda que as pesquisas e novas tecnologias tenham sido intensificadas na China.

De outro, tenta-se superar as críticas para o seu regime autoritário, mostrando que consultas importantes estão sendo feitas aos escalões inferiores da China para a reformulação de sua atual política. Seria uma tentativa controlada da descentralização política, aproximando-se mais dos regimes democráticos. Este sistema chamado “lianghui”, como se houvesse encontros nacionais duplos, não são utilizados com frequência naquele país.

Todos sabem que parte substancial do elevado desenvolvimento chinês nas últimas décadas decorreu do uso de terras que eram utilizadas pelos agricultores para passar a permitir construções de baixo custo, tanto para a habitação e atividades urbanas como indústrias e serviços. Também existem pesadas acusações que os empréstimos bancários hoje não cobráveis eram subsídios que estavam sendo concedidos para tornar as empresas competitivas no mercado internacional. Com suas regularizações, deverão atribuir-se aos bancos pesados prejuízos, mas as taxas de juros deverão ser diminuídas.

As muitas reformas indispensáveis de serem executadas na China dependem de uma atuação conjunta de monta, não se utilizando somente as ordens que vinham da cúpula para os demais escalões. Uma discussão, ainda que sem uma total transparência, pode ajudar no engajamento de todos para o novo programa governamental que deve ser posteriormente aprovado formalmente pelo Congresso Nacional do Povo.

Estas questões devem ser apresentadas pelo premiê Li Keqiang para discussão, sem que Xi Jinping tenha que se envolver pessoalmente. Os analistas estrangeiros que atuam na China entendem que estas medidas seriam um passo à frente, ainda que no momento estejam muito vagas.

O fato objetivo é que a imprensa e analistas de diversas instituições internacionais estão apresentando suas possíveis perspectivas, mostrando que a China volta a ocupar um lugar importante nas questões de relevância mundial.



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