Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Duras Opções das Novas Máquinas Agrícolas e o Desemprego

26 de abril de 2019
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

clip_image002No suplemento Agrofolha do jornal Folha de S.Paulo, os analistas Mauro Zafalon e Vinicius Torres Freire apresentam as novas máquinas agrícolas para aumentar a eficiência do setor agrícola, quando o nível de desemprego na economia brasileira passa por um período preocupante para as autoridades brasileiras, constituindo-se num dos mais graves problemas a serem enfrentados.

As novas máquinas agrícolas apresentadas no Agrishow de Ribeirão Preto que, por serem mais eficientes, provocam a redução do emprego no setor agrícola brasileiro

O setor agrícola brasileiro, para continuar competitivo no mercado internacional apresentando eficiências mais altas, implica também na redução do emprego na agricultura. Espera-se que os empregos nos serviços que apoiam a agricultura sejam capazes de evitar o agravamento do desemprego geral, que já se tornou um dos problemas mais graves da economia brasileira atual. Mas também o setor de agronegócios, para se manter competitivo, está tendendo a redução do uso de recursos humanos, com operações a granel, transportes e operações dos silos com sistemas automáticos, utilizando muitas moegas e esteiras rolantes.

Parece que se deva tentar o aumento do valor adicionado no Brasil, incrementando mais industrializações dos produtos agropecuários, mesmo com as resistências dos países que desejam continuar importando cereais como a soja, para ocuparem as instalações industriais que já dispõem. Trata-se de uma disputa dura, exigindo medidas governamentais concretas, além das negociações penosas com os países importadores dos nossos produtos.

Em economia não existe nada fácil e as duas conquistas não dependem somente da concorrência no mercado internacional. A maioria dos países, mesmo desenvolvidos, concede substanciais subsídios para suas agriculturas, visando depender menos do fornecimento de alimentos de outros países. Uma simples posição liberal não atende totalmente aos interesses nacionais, exigindo um pragmatismo bastante elevado.

Também os problemas ideológicos necessitam ser afastados, pois muitos países árabes e socialistas como a China são nossos maiores clientes e não podem ser afetados pelas preferências de alguns componentes do governo atual. É preciso entender que países que claramente preferem o sistema de mercado também são os maiores parceiros tanto dos chineses como dos árabes.

Tudo indica que, além dos discursos governamentais, há que se caminhar para medidas pragmáticas envolvendo as ações das agências governamentais, não se devendo aguardar que o mercado resolva tudo de forma mais adequada. Quando existem imperfeições, como os subsídios concedidos pelos Estados Unidos e países europeus, ficar aceitando as regras liberais não parece atender os verdadeiros interesses nacionais do Brasil.



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