Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Acordo União Europeia e o Mercosul

6 de julho de 2019
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

Quando na reunião do G20 em Osaka no Japão, as principais economias do mundo continuam tratando de princípios gerais, a União Europeia e o Mercosul anunciam a importante decisão histórica para estabelecer um acordo visando facilitar o comércio internacional entre estas duas importantes regiões. O entendimento ainda terá que ser confirmado pelo Legislativo de cada país membro, o que demandará um tempo razoável.

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A União Europeia e o Mercosul anunciam um importante acordo comercial, depois de cerca de 20 anos de negociações.

Ainda que muitos detalhes tenham necessidade de serem definidos, demandando no mínimo um ano, no atual cenário mundial aonde o protecionismo vem prevalecendo as autoridades da União Europeia e do Mercosul anunciam um acordo básico para estimular o comércio internacional entre estas duas importantes regiões. A Europa com uma economia mais avançada tecnologicamente, ainda que não esteja na liderança mundial, enquanto o Mercosul conta com a produção de minérios, produções agropecuárias, podendo contar com recursos humanos menos custosos que podem colocar alguns produtos industriais no importante mercado europeu.

O Mercosul admitiu a inclusão de vinhos e derivados de leite como os queijos, enquanto o Mercosul obteve maiores facilidades em açúcar e alguns produtos agropecuários. É importante notar que, em princípio a tendência ao livre comércio está sendo estimulado, mas o sentimento protecionista de setores específicos não pode ser subestimado. Muitos governos de ambas as regiões não possuem profundas convicções sobre as vantagens do livre comércio para as suas economias, contando com poderosos grupos que não desejam abrir mão de seus privilégios. Mas, é um passo muito importante, apresentando uma potencialidade razoável, podendo influenciar outros países importantes do mundo.

Deve-se ter consciência que países como o Japão já estabeleceram este tipo de acordo com a União Europeia e quando alguns governos mal esclarecidos continuam insistindo em medidas protecionistas, não percebendo que estão prejudicando a si mesmo. Mas, a realidade acaba sendo mais importante, impondo correções como nos discursos do Presidente dos Estados Unidos e do Brasil, exigindo maior pragmatismo.

O que se espera é que este pragmatismo acabe prevalecendo em outros setores como a preservação do meio ambiente, pois os dados que estão causando no mundo são significativos, sacrificando vidas e prejudicando muitos esforços no aumento da produção mundial, que poderia melhorar as condições de vida, principalmente dos países menos privilegiados.

O livre comércio deve facilitar também os fluxos internacionais de capitais e até de recursos humanos. As restrições hoje impostas às migrações são incompreensíveis, quando outros fatores de produção estão sendo liberalizados, criando um evidente desequilíbrio. Espera-se que a racionalidade acabe prevalecendo entre as autoridades de todo o mundo.



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