Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Mundo Desenvolvido Deseja Investir na Proteção das Florestas

22 de outubro de 2019
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Meio Ambiente | Tags: , ,

Um artigo interessante publicado no Japan Times, elaborado pela Thomson Reuters Foundation, informa que a Indonésia, que é o terceiro país do mundo em florestas tropicais, seguindo o Brasil e o Congo, empenha-se em usar recursos obtidos com multas no combate à derrubada das florestas, aos quais adiciona novos recursos, como o da Noruega, para esta finalidade. O ministro de Meio Ambiente da Indonésia anuncia que começa a operar um fundo em 2020 de US$ 141 milhões para reparar as derrubadas feitas no passado com as multas imageimpostas no país, que somam US$ 56,5 milhões, acrescida de aportes novos, como da Noruega. Espera-se que a população aprenda para o futuro, e que o Brasil não perca oportunidades semelhantes.

Projeto de preservação da floresta na Indonésia para a produção do palm oil (óleo de palma), com ajuda de recursos externos, privados e de governos como da Noruega

O Brasil também conta com algumas produções de óleo de palma na floresta preservada (que no Brasil é conhecido como dendê, mas mais refinado do que o usado na culinária baiana), mas conta também com alternativas como a produção de açaí, guaraná, castanha do Pará, borracha natural e muitas outras produções que podem conviver com as florestas preservadas, que também geram créditos de carbono, entre outras rendas, de empresas que precisam delas.

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Projeto da Cooperativa de Tomé Açu, onde descendentes de imigrantes japoneses plantam atualmente o dendê, junto com o reflorestamento, no Estado do Pará

Os imigrantes japoneses vieram do norte do Japão e sua primeira atividade de escala comercial foi a produção de pimenta do reino, cuja demanda diminui no mundo. Outras produções a substituíram com a produção do mamão papaya e do açaí, visando o mercado interno como externo. Hoje, é um exemplo de convivência da floresta com uma produção diversificada de produtos amazônicos. Não se tem notícia do uso do crédito de carbono, mas seria um projeto adequado para tanto.

Existem variados produtos que são extraídos da floresta amazônica sem a derrubada das árvores. As empresas de produtos de beleza procuram aproveitar muitos dos frutos silvestres que ganham até o mercado internacional, diante da demanda crescente de produtos naturais. A pupunha também é uma espécie de palmito de rápido crescimento, além de outros da rica biodiversidade que vem sendo crescentemente explorada por empresas organizadas. Estes produtos recebem uma preferência daqueles consumidores que esperam contribuir na preservação das florestas.

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Muitas empresas procuram ligar a sua imagem à preservação da floresta, e variados produtos, como os de beleza, são voltados para este mercado, inclusive no exterior

Tudo indica que as autoridades brasileiras deveriam aproveitar a atual onda da opinião pública mundial e estimular as produções comerciais com a preservação da floresta e até aproveitar os mecanismos de fornecimento de recursos, além da utilização do crédito de carbono, bem como os recursos que estão sendo colocados à disposição por diversos países europeus. Seria um mínimo de inteligência mudar a atual imagem do Brasil.



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