Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Difícil Consenso Como o de John Lewis

19 de julho de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: , , , ,

É raro que uma morte como o de John Lewis, líder negro norte-americano de 80 anos, provoque tantas manifestações de pesar que vai do presidente Donald Trump às lideranças negras dos Estados Unidos. Ele, que tinha a plena consciência dos direitos civis, tornou se partidário de Martin Luther King Jr. pela não violência para resolver o grave problema da clip_image002segregação nos Estados Unidos. Tinha posição semelhante de Mahatma Gandhi, na Índia, que, na luta pela independência da Índia do domínio do Reino Unido, optou pela não violência.

John Lewis, líder negro dos Estados Unidos, quando recebeu de Barack Obama a mais alta condecoração daquele país

Todos sabem que a morte de negro norte-americano George Floyd, provocada por policiais, acabou reacendendo uma campanha mundial contra a segregação, inclusive no Brasil, que mesmo assim é difícil de ser resolvida. Mas, com paciência e sem violência, o problema acabará sendo amainado se não eliminado ao longo dos próximos anos e muitas personalidades estão envolvidas nesta campanha, inclusive o líder e senador John Lewis, que morreu recentemente de câncer.

John Lewis era, ainda quando jovem, um ativista que estimulava os negros a ocuparem assentos ao lado dos brancos nos ônibus, o que não era permitido nos estados do sul dos Estados Unidos, como Alabama. Ainda que fossem presos diversas vezes, continuaram ocupando os assentos para chamar a atenção do mundo do que estava acontecendo naquele país. Quando Martin Luther King Jr. promovia campanhas até em Washingtown, sem o emprego da violência, John Lewis agregou-se ao seu movimento, que já completa mais de 50 anos até hoje.

Ele se elegeu senador nos Estados Unidos e, sem o emprego da violência, continuava apoiando as manifestações populares contra a segregação que extravasou o seu país, para se generalizar no mundo. Ele sempre foi realista para saber que estes movimentos ajudam na opinião pública, mas ainda existem muitos que continuam segregacionistas no fundo de suas almas, o que acaba se manifestando em casos concretos, principalmente nos contatos dos policiais com os negros em toda a parte do mundo, inclusive no Brasil. Mas a luta continua em muitas frentes, não se restringindo contra os negros, mas com muitas minorias.

O seu trabalho e empenho é reconhecido até pelos seus adversários, como os que apoiam o atual presidente dos Estados Unidos, pois sem nenhuma violência, mas com o seu exemplo, continuou participando de sua campanha até as vésperas do seu desparecimento.

Estes partidários da não violência continuam sendo lembrados, mesmo depois de décadas de suas mortes. Exemplos marcantes são Mahatma Gandhi e Martin Luther King Jr., aos quais se junta agora John Lewis e outros mais jovens idealistas que se empenham com corpo e alma por estas causas nobres.



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