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Necessidade da Consciência da Disparidade Social

6 de julho de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: , , ,

Uma notícia chocante foi publicado na coluna Painel do grupo Folha, que, mesmo depois de corrigido em parte por conveniência política, mostra a triste realidade do desconhecimento da elite econômica sobre a insuportável disparidade social, mesmo em São Paulo. A primeira-dama, Bia Doria, que é também presidente do Fundo Social de São Paulo, manifestou numa clip_image002entrevista sua posição contrária ao fornecimento de alimentos e abrigo e que os moradores de rua deveriam estar nos abrigos sujeitos a algumas regras, como se houvesse lugar para todos.

Primeira-dama Bia Doria e governador João Doria durante evento em março em foto constante do artigo publicado na coluna Painel, do Grupo Folha

Lamentavelmente, as socialites milionárias, como Bia Doria, não possuem o mínimo de conhecimento da dura realidade dos que vivem na rua, recebendo alimentos e abrigos precários, como se todos tivessem condições de serem acolhidos nos abrigos públicos, sendo obrigado a este estilo de vida, que, segundo ela, é uma opção confortável para aqueles que não desejam estar sujeitos às regras mínimas nestes estabelecimentos.

Desde o passado distante, as sobras de alimentos frescos do Mercado Municipal e da Ceagesp, que não têm condições de ser apresentados nos supermercados nos dias seguintes, acabam sendo destinados para o preparo destas refeições precárias para os moradores de rua, ou em instituições beneficentes mantidos pelos voluntários. Muitos pequenos produtores de verduras e legumes, por não contarem com mercado para os seus produtos, ou os fornecem gratuitamente para estas instituições de voluntários ou os utilizam como adubos, com grandes prejuízos.

Ao longo de décadas, ninguém ou muito poucos viram Bia Doria visitando estas instituições vendo o que fazem voluntariamente, em vez de viajar em aviões particulares, onde os milionários se reúnem, como no litoral baiano, onde ela se encontra com frequência acompanhando João Dória em ambientes de alto luxo.

Habituada a morar numa mansão suntuosa nos Jardins, só eventualmente percorre as instituições que recebem o suporte do Fundo Social de São Paulo, que são preparadas previamente para estas visitas. Seria interessante que ela e suas auxiliares ficassem o dia todo nestas organizações para acompanhar o seu duro dia a dia, o que costuma ser feito pelos voluntários.

Os que percorrem os acampados precariamente nas proximidades do Ceagesp vão verificar que eles apanham as sobras de alimentos no lixo para saciar suas fomes e de seus filhos. Não possuem emprego regular, recolhem materiais descartados para sobreviver. Existem os vivem desta forma voluntariamente? Existem até em países desenvolvidos como o Japão, mas são exceções.

Seria interessante que estas socialites percorressem as favelas e invasões de áreas de represas, como também visitarem os pequenos produtores rurais que mal estão sobrevivendo, sem terem a quem vender seus produtos produzidos com grandes sacrifícios. Mas que os visitassem regularmente e não para promoções políticas para as quais não estão preparadas, sem cometerem gafes que prejudicam as autoridades que estão tentando trabalhar.



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