Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

É Mais Fácil Culpar os Outros do que Fazer a Lição de Casa

26 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Mesmo que existam muitos vieses chineses, quase todos preferem atribuir a eles todas as dificuldades que enfrentam, sem tomarem as difíceis medidas para resolver seus problemas internos com as reformas indispensáveis. O experiente Stephen S. Roach publica um interessante artigo no Project Syndicate apontando a fixação norte-americana sobre o câmbio chinês, como também muitos fazem mundo afora, inclusive no Brasil. Eles atribuem os déficits comerciais dos Estados Unidos à manipulação do câmbio chinês mantido desvalorizado, o que é aceito por mais de 60% dos norte-americanos, sendo utilizado inclusive na eleição que se aproxima naquele país, tanto pela situação como pela oposição. Quando na realidade este déficit é multilateral, com 88 países em 2010, não se restringido à China, havendo necessidade de elevar a sua poupança e cortar o seu déficit fiscal.

O artigo mostra que o câmbio chinês foi valorizado gradualmente em 31,4% desde 2005 com relação ao dólar norte-americano, quando se estimava que a sua desvalorização fosse de 27,5%. O FMI estima que o superávit comercial chinês esteja se reduzindo, com a mudança de sua prioridade para a expansão do mercado interno chinês, que pode ajudar as exportações do resto do mundo para aquela economia. As pesquisas recentes indicam que somente 20 a 30% das exportações chinesas contam com valor adicionado local, sendo o restante das multinacionais que vinham utilizando a mão de obra chinesa, cujo custo está se elevando, provocando a transferência de muitas atividades para outros países asiáticos.

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Stephen S. Roach

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Sinais da Inexorabilidade do Processo de Globalização

26 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , ,

Já houve ao longo da história da humanidade diversas ondas do processo de globalização, mas a atual parece prosseguir de forma inexorável. Recebemos todos os dias algumas notícias que mostram que este processo é duradouro e talvez permanente, com possibilidade de ocorrer atropelando os que insistem em apresentar resistências às mudanças. Os que se ajustam mais rapidamente a este processo possuem melhores condições de colher mais de suas vantagens. Dois casos notórios podem ser observados, como exemplos, sendo que o primeiro foi noticiado no site do The Wall Street Journal, num artigo de autoria de Daisakue Wakabayashi, referindo-se ao processo de designação dos novos diretores do centenário grupo japonês Hitachi, que conta com mais de 1.000 empresas espalhadas pelo mundo.

O segundo aparece em diversos artigos publicados no caderno especial Construção da Imagem, do Valor Econômico, mostrando que as atividades relacionadas com as agências envolvidas no assunto passaram a atuar de forma globalizada, fazendo parte de grupos multinacionais, visando atender as empresas que atuam no Brasil como em outros países mundo a fora.

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The Diplomat Sobre a Ansiedade na Diplomacia Chinesa

25 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , ,

imagesCAQ8BBVKOs que acompanham assuntos relacionados com o Pacífico e a Ásia consideram que no The Diplomat, que mantém uma revista e um site, é onde se encontram os artigos com análises mais abalizadas. Publicou no último dia 19 de abril um artigo de Mu Chunshan, tratando da ansiedade que afeta uma parte da diplomacia chinesa, que está crescentemente frustrada. Seus líderes devem adotar uma linha mais dura ou suave?, perguntam-se. Não há dúvidas que estão prestando mais atenções às questões diplomáticas, com a discussão destes assuntos proliferando pelas mídias sociais.

Houve um ataque a dois navios chineses no rio Mekong, no Vietnã, que resultou na morte de 13 membros da tripulação no ano passado. Há uma discussão online se a diplomacia chinesa na região falhou. Os culpados não foram localizados e os ataques lembram os chineses sobre as situações tensas no sudeste asiático. Há preocupações sobre a Birmânia, hoje mais conhecida como Myanmar, Filipinas e Vietnã, sendo que a construção de uma controvertida hidroelétrica sino-birmanesa, que foi suspensa, podendo desencadear outras semelhantes, levando muitos a se perguntarem o que vai acontecer no futuro.

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Aumento da Mobilidade dos Recursos Humanos

23 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Aumentam as notícias sobre o aumento da mobilidade de recursos humanos no mundo globalizado. Até algumas décadas passadas, só havia informações sobre a migração de populações dos países menos desenvolvidos procurando oportunidades para se realizar em economias mais avançadas. Hoje, notam-se alguns refluxos, inclusive de recursos humanos mais preparados. Kirk Semple publicou um artigo no The New York Times sobre o assunto, que está reproduzido no site do IG registrando alguns casos de filhos de imigrantes que estudaram nos Estados Unidos e estão procurando desafios na Índia, na China, no Brasil e na Rússia, de onde vieram seus pais, até para surpresa de muitos deles.

Muitos brasileiros procuraram oportunidades de trabalho no mundo desenvolvido, legal ou ilegalmente. Foram para os Estados Unidos, Europa, muitos sem um visto regular. Para o Japão, descendentes de japoneses de segunda e terceira geração, residentes na América Latina, receberam vistos de trabalhos temporários que acabavam se renovando. Agora, com o desaquecimento destas economias desenvolvidas, e as oportunidades que ser criaram nas chamadas economias emergentes, é expressivo o volume dos que retornam. Mas também imigrantes de outras partes do mundo, como chineses, estão aumentando a sua imigração para o Brasil.

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Soldadores nikkeis retornaram ao Brasil para trabalhar em estaleiro pernambucano.  Aumenta o número de trabalhadores estrangeiros no Brasil

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Centro de Pesquisas da britânica BG no Brasil

20 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: , ,

Em que pesem todas as dificuldades compreensíveis o Brasil vem atraindo as atenções mundiais. Agora, a inglesa BG Group anuncia que o seu CGT – Centro Global de Tecnologia será construído no Rio de Janeiro, devendo investir até 2025 US$ 2 bilhões, que significa uma média anual de US$ 154 milhões, uma cifra impressionante. O BG Group dedica-se ao setor de gás e petróleo, e, segundo o artigo de Francisco Góes, publicado pelo Valor Econômico, ele pretende que o CGT seja a sua ponta de lança da sua política de pesquisa e desenvolvimento. Uma sua referência é o ITA – Instituto Tecnológico da Aeronáutica em São Jose dos Campos.

As declarações ao Valor Econômico foram dadas por Henrique Rzezinski, vice-presidente corporativo e de política pública do BG Brasil. Seria um grande polo de pesquisa e desenvolvimento que operará em conjunto com parcerias com universidades e centros de pesquisa no país, integrado via alianças com uma rede de excelência em petróleo e gás em países como a Inglaterra, Estados Unidos e Escócia. A escolha decorreu de sua previsão de produção de 600 mil barris de óleo equivalente por dia, ao final da década, tornando-se a segunda produtora seguindo a Petrobras.

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Henrique Rzezinski

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Acadêmicos Tentam Entender o Desenvolvimento Brasileiro

19 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , ,

Mark Roe e João Paulo Vasconcellos, de Cambridge, analisam como o Brasil conseguiu desenvolver-se apesar das limitações no seu setor legal, num artigo divulgado pelo Project Syndicate. As recomendações teóricas como de instituições, como o Banco Mundial, recomendam que uma das condições para o desenvolvimento seja a existência de um clima favorável aos negócios, onde se destaca a garantia legal. No caso brasileiro, constatam que o funcionamento dos tribunais ou entidades relacionadas com a rápida resolução das arbitragens não é ágil para garantia plena dos direitos dos investidores e financiadores. Mas constatam que o desenvolvimento está se observando, principalmente por que Lula da Silva, que era considerado como representante dos trabalhadores, teve a clarividência de manter as regras do capitalismo no funcionamento da economia.

Segundo os autores, o mercado de capitais desenvolveu-se no Brasil com mais empresas procurando recursos, mesmo sem a mudança no sistema legal. Gerou-se a confiança dos investidores externos nas novas empresas que entraram no mercado. Eles interpretam que as arbitragens atenderam os problemas da insuficiência da justiça.

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AGC é Multinacional de Origem Japonesa

18 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Desde 2009, a Asahi Glass Company, que é uma multinacional que se originou no Japão em 1907, passou a ter a sua sede em Bruxelas, na Bélgica, trabalhando com vidros planos. Atua em 30 países em todo o mundo, com forte presença nos Estados Unidos, na Europa e na China, bem como em toda a Ásia. Com faturamento anual de US$ 15 bilhões, instala agora a sua primeira unidade no Brasil, com uma visão de longo prazo, devendo produzir vidros planos, principalmente os voltados à construção civil e à indústria automobilística. O mercado japonês só representa 35% de suas operações. Dispõe de produtos de alta tecnologia como o “Sunbalance Aqua Green” e o “Sunbalance Pure Clear”, que é ecológico e mantém o ambiente interno resfriado no verão, aquecido no inverno e claro durante o dia. Dispõe de empresa voltada à pesquisa e possui uma atitude correta com relação à informação para o público, bem como sua responsabilidade social, devendo contribuir com os trabalhos executados pelo Instituto Ayrton Senna no Brasil.

Seu presidente, Kazuhiko Ishimura, deu uma entrevista para Vanessa Dezem, do Valor Econômico, informando a estratégia da empresa de ampliar suas atuações no Brasil e em outros países emergentes. Esclareceu que a economia japonesa já vinha crescendo modestamente bem antes dos recentes desastres naturais, o que os levou a atuar como uma verdadeira multinacional, visando os mercados que estão em expansão.

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Kazuhiko Ishimura

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Visita da Hillary Clinton ao Brasil

17 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , ,

Existe um dito político que diz: quando não pode oferecer muito, ofereça simpatia. Apesar dos Estados Unidos e o Brasil terem amplos campos para o intercâmbio político e econômico, o fato concreto é que nem sempre os interesses bilaterais coincidem totalmente, havendo muitos aspectos que são sensíveis aos eleitores norte-americanos, mas não são atendidos pelo Brasil, que prefere uma posição mais independente. Logo depois da visita da presidente Dilma Rousseff a Barack Obama, a Secretária de Estado Hillary Clinton visita o Brasil, o que é considerado alvissareiro por muitos analistas.

Entre outros aspectos que o Brasil gostaria de contar é com um explícito apoio à pretensão brasileira de um assento permanente no Conselho de Segurança nas Nações Unidas. O máximo que ela afirmou foi que não via aquele Conselho, no futuro, sem a participação brasileira. Os Estados Unidos oferecem aumentar as bolsas para estudantes brasileiros como eliminar os problemas de vistos dos turistas. Afirma desejar colaborar na exploração do pré-sal, pois conta com ampla experiência na exploração offshore. Está propondo um acordo de livre comércio, como o que já mantém com diversos países, depois dos fracassos dos entendimentos multilaterais como o da Rodada Doha. Todos estes assuntos implicam em discussões demoradas, e visam ativar a economia daquele país.

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Hillary Clinton durante seminário na Confederação Nacional da Indústria. Foto: Antônio Cruz / ABr

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Limitações nos Organismos Internacionais

17 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Uma entrevista dada pela diretora gerente do FMI – Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, à correspondente em Washington de O Estado de S.Paulo mostra que estes organismos já não possuem a importância que tinham no passado, contando com dirigentes burocráticos. Lamentavelmente, pode ser o destino do Banco Mundial que tem como presidente Jim Yong Kim, indicado pelos Estados Unidos, que veio desenvolvendo trabalhos técnicos na área de saúde, em termos internacionais.

Estes organismos foram criados como braços das Nações Unidas para a reconstrução mundial depois da Segunda Guerra Mundial e desempenharam o papel dentro dos limites possíveis, no mundo onde os Estados Unidos e a Europa tinham importância, tanto que detinham os seus comandos com estadistas, ao mesmo tempo em que providenciavam os recursos para as suas atenções. O mundo passou por uma transformação profunda, com a redução da importância destas duas regiões, ao mesmo tempo em que outros países aumentaram a sua presença no cenário internacional.

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Christine Lagarde, presidente do FMI, e Jim Yong Kim, presidente do Banco Mundial

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Uma Intrigante Pesquisa Feita pela Boston Consulting Group

16 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , | 4 Comentários »

O The Economist publicou uma intrigante nota referindo-se a uma ampla pesquisa de mais de 50 páginas efetuada pela considerada BCG – Boston Consulting Group, que deve ser acessada diretamente pelos que se interessam por estes assuntos, com o titulo de “Digital shopkeepers”. Refere-se à contribuição da internet para a economia de diversos países, mostrando que ela continua crescendo, mesmo com a atual crise, e que existem diferenças substanciais, e o Brasil ocupa uma posição desconfortável.

Os dados se concentram em dois períodos básicos, 2010 e uma previsão para 2016. A Inglaterra aparece no topo, com mais de 8% do PIB devendo superar 12% em 2016. Coreia, China, Comunidade Europeia, Japão, Estados Unidos e até o G20 aparecem bem. Mas o Brasil não alcança nem a metade da participação do G20.

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O estudo completo apresenta uma série de dados interessantes que exigem uma análise mais cuidadosa. A primeira vista não corresponde a imagem que temos sobre a importância da internet no Brasil, principalmente nos seus efeitos econômicos, como os relacionados às vendas. Segundo a pesquisa, a mesma vem sendo utilizada no Brasil mais para relacionamentos sociais, sendo ainda inexpressivo do ponto de vista econômico.

Mas as demais informações contidas na pesquisa também não correspondem ao senso comum, mas tanto The Economist como o BCG – Boston Consulting Group são instituições que merecem credibilidade. Outros analistas mais especializados nestes assuntos podem ter a oportunidade para estudos mais profundos sobre estes dados.