Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Novo Complexo Petroquímico na Arábia Saudita

26 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , , , ,

O jornal Financial Times anunciou hoje que a Dow Chemical, junto com a Aramco da Arábia Saudita, anunciou os planos para instalar até 2016 um dos maiores complexos petroquímicos com o nome de Sadara Chemical perto da cidade de Jubail, com o custo estimado em US$ 20 bilhões. O projeto visaria atender as demandas asiáticas, do Oriente Médio e dos emergentes europeus, utilizando as matérias-primas de baixo custo da Arábia Saudita, ainda um dos maiores produtores de petróleo do mundo.

O complexo deverá produzir cerca de 3 milhões de toneladas anuais de produtos petroquímicos por ano, sendo que 45% deles estarão voltados para a área da Ásia e Pacífico. Com isto, os árabes pretendem criar no próprio país um complexo que adicione valor ao seu petróleo para atender as demandas que estão aumentando entre as populações locais. Entre os seus produtos devem estar materiais químicos de alto valor e plásticos para embalagens, indústria automobilística e outras indústrias.

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Consequências da Ajuda à Grécia Para o Mundo

22 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , ,

Todos sabem que a ajuda que a Comunidade Europeia concedeu à Grécia, com a participação do Fundo Monetário Internacional e dos bancos privados, com prazos mais longos e juros mais baixos que o anterior, ainda que declaradamente como um caso excepcional, acabará por provocar novas reivindicações de países europeus que passam por dificuldades semelhantes. Alguns já foram assistidos, como a Irlanda e Portugal, mas outros enfrentam dificuldades como a Espanha e a Itália, exigindo esforços internos substanciais para gerar a capacidade de honrar suas dívidas públicas.

Os atuais credores mundiais passaram a ser muitos que já enfrentaram dificuldades no passado, como a Coreia do Sul e o Brasil, além da China e do Japão que possuem reservas internacionais apreciáveis. O Japão, cuja dívida pública é extremamente elevada, tem o financiamento interno da mesma, e manifestou e já está ajudando a Europa, como muitos países que ainda suportam os Estados Unidos. Os antigos geradores de poupanças líquidas, como muitos países árabes exportadores de petróleo, estão reduzindo seus fluxos de recursos para as nações consideradas desenvolvidas para atender suas novas necessidades internas, criando empregos nos seus próprios territórios para acomodar os anseios de suas populações.

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A chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês Nicolas Sarkozy

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Nova Frente de Disputas Tecnológicas

20 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: , , | 2 Comentários »

Num magnífico artigo de Jeremy Page, publicado no The New York Times de hoje, noticia-se que a China já está disputando a vanguarda dos desenvolvimentos tecnológicos para a exploração minerais em águas profundas. Mesmo que os japoneses tenham localizado reservas importantes de terras raras nas profundezas do Pacífico, é preciso de avançadas tecnologias para a sua exploração em águas internacionais. O Jiaolong (dragão do mar), submergível utilizado pelos chineses no Mar Sul da China, chegou a 5.000 metros de profundidade, no Nordeste do Pacifico, entre Havaí e os Estados Unidos, nas proximidades de onde foram localizados os depósitos das terras raras.

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O gráfico abaixo, publicado no The New York Times, dá uma boa ideia da corrida que está ocorrendo nos submergíveis para explorações desta natureza.

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Dificuldades Adicionais Para o Mundo Desenvolvido

20 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: ,

Os países árabes exportadores de petróleo viveram décadas colocando os seus excedentes financeiros no exterior, pois os seus governantes magnatas não precisavam se preocupar muito com o bem-estar de seus súditos. Mas, com a Primavera Árabe, as coisas mudaram, e mesmo países do Golfo Pérsico, como a Arábia Saudita, Kuwait, Bahrain e Omã, estão sendo obrigados, agora, a se preocupar com o atendimento de suas populações, melhorando as condições de suas vidas e criando emprego internamente.

Até recentemente, os magnatas árabes compravam títulos do governo dos Estados Unidos, imóveis na Inglaterra e outros países europeus com as receitas obtidas pela venda de petróleo, concedendo um mínimo de benefícios para suas populações locais. Mas, depois dos acontecimentos no Norte da África, que se estendem pelos demais países árabes, o quadro mudou radicalmente, exatamente no momento em que os países que antes eram beneficiados agora contam com maiores necessidades.

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se curva diante do rei Abdullah, da Arábia Saudita

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Inovações Tecnológicas Entre os BRICs

20 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: , ,

Todos admitem que as inovações tecnológicas sejam fundamentais para o desenvolvimento, e muitos indicadores são construídos para comparações entre países. A Índia, muito interessada no assunto, divulgou um índice com a colaboração do Insead, famoso instituto de administração da Europa e o WIPO – Organização Mundial de Propriedade Intelectual, cujos resultados surpreendem, fazendo com que muitos duvidem de sua metodologia.

Informam que mais de 50 indicadores são utilizados agrupados nos do ambiente de inovação e os resultados obtidos, mostrando que o Brasil teria superado a Índia. Ainda que estes dados tenham melhorado no Brasil, duvida-se que já tenha superado a Índia, salvo em alguns setores determinados. Parece que as pesquisas relacionadas ao pré-sal estão melhorando os dados brasileiros, mas mesmo os especialistas nestas matérias ainda entendem que o Brasil encontra-se abaixo da Índia.

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Política Chinesa Com Relação ao Brasil

19 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: , ,

Na competente série de artigos de Marli Olmos, decorrente de sua visita à China, mostrando que as autoridades daquele país possuem uma visão estratégica dos investimentos que estão efetuando no Brasil, fica evidente que eles agem conscientes das condições indispensáveis. Cientes que existem limitações para a aquisição de terras cultiváveis neste país, montam uma adequada estrutura de agrobusiness e um sistema logístico que lhes garantam o abastecimento de que necessitam.

Assista também ao vídeo de Marly Olmos no http://www.valoronline.com.br/video/22566

Ainda que seja de conhecimento dos especialistas, o grande público e mesmo os profissionais mal preparados não sabem que parte substancial dos preços dos produtos agropecuários exportados pelo Brasil, bem como minérios e produtos que contém energia, não decorrem da produção. Os sistemas logísticos e as intermediações necessárias no comércio internacional acabam ficando com a parte do leão. Chegam a ser de 20 ou 30% para os produtores e 70 a 80% para estes demais custos, mesmo quando não se tratam de mercados distantes como os asiáticos.

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Vice-ministro das Relações Exteriores da China, Zhang Kunsheng

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Artigos do Professor Antonio Delfim Netto

19 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , , ,

Se existe uma qualidade a ser destacada do professor Antonio Delfim Netto, com quem convivo há quase meio século, é a sua capacidade de captar, melhor do que todos, os problemas relevantes com a antecedência necessária. Muitas vezes, ele os apresenta de uma forma que somente os especialistas podem entender na sua plenitude, mas também como hoje, na sua coluna semanal no Valor Econômico, cuja apresentação é didática, de fácil compreensão para os leigos.

Ele resume um quadro mundial preocupante, com diversos fatos: a primeira com a desarrumação nos Estados Unidos numa disputa eleitoral entre os republicados que dominam o Congresso, e os democratas que estão no Executivo com Barack Obama, que dificultam a solução de problemas que podem afetar a todo o mundo, com possibilidade de um default norte-americano. A segunda são as dificuldades que aparecem na China, onde não ficam claros os problemas que ainda podem ser revelados ao mercado. O terceiro são as dificuldades europeias que tentam resolver seus problemas estruturais como se fossem meramente de liquidez. E, finalmente, a mudança das colocações da mídia internacional sobre o Brasil, que beneficiaram fartamente seus leitores pelos elevados juros elevados, e agora resistem às correções que estão sendo promovidas pelas autoridades brasileiras.

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Dúvida Sobre a Verdadeira Produção Siderúrgica Chinesa

18 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , ,

clip_image001Muitos analistas internacionais apresentam dúvidas sobre as estatísticas chinesas, imaginando na maioria das vezes que elas estão superestimadas. O Financial Times publicou neste fim de semana uma matéria informando que uma avaliação feita com a ajuda de uma consultoria especializada no setor siderúrgico que, possivelmente, os dados oficiais chineses sobre a produção neste segmento estão subestimadas, numa quantidade significativa, equivalente ao total da produção da Alemanha, e bem superior a brasileira.

Os estudos foram feitos pela Meps, uma consultoria inglesa, indicando que a produção do ano passado deve ter chegado a 672 milhões de toneladas, quase a metade da produção mundial, e bem acima dos 627 milhões anunciados oficialmente, baseados nas informações dos consumos de matérias-primas dos principais fornecedores internacionais. Os chineses admitem que possa haver alguns erros, mas que a magnitude não chega aos indicados.

 

 

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Ainda o Projeto do Trem de Alta Velocidade no Brasil

18 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: , ,

A complexidade de um projeto de um trem de alta velocidade e a falta de concorrentes dentro do edital mal concebido levam algumas autoridades a anunciar a possibilidade de alterações para resolver alguns dos problemas que foram levantados. Mesmo com o risco principal do projeto sendo transferido para o governo, os problemas fundamentais continuam mal equacionados, mostrando que o projeto necessita de estudos mais profundos e não de simples tentativas de equacionar algumas questões, como está anunciado em notícias divulgadas pelos jornalistas Valdo Cruz e Dimi Amora, baseados em informações fornecidas por Bernardo Figueiredo, diretor geral da ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres, encarregada da concorrência.

Todos sabem que pouquíssimos destes projetos de trem de alta velocidade em todo mundo são superavitários. A maioria deles é subsidiada fortemente pelos governos locais, e se a decisão de sua implantação é política, no mínimo precisa ficar claro qual o nível dos encargos que podem se previstos nos orçamentos públicos para cobrir estes déficits e por quanto tempo. A sua concepção deve visar à minimização dos seus custos, aproveitando ao máximo todas as vantagens que podem decorrer do projeto com o uso do setor privado. O Brasil não tem a tradição de onerar os ganhos de capital propiciado pelas valorizações das áreas beneficiadas por projetos semelhantes. A grande maioria dos projetos ferroviários foi viabilizada pelas concessões de áreas próximas aos projetos, no passado, mas não existe sequer ainda um projeto de execução do sonho de ligar Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro.

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Patentes e Investimentos Estrangeiros em São Paulo

15 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: , , | 2 Comentários »

O governo brasileiro vem dando uma importância capital para a necessidade do aperfeiçoamento tecnológico, e a concessão de patentes no Brasil e sua obtenção nos Estados Unidos são fundamentais. No entanto, pela falta de pessoal especializado para exame destas novas tecnologias, estes processos têm demorado, em média de 7 a 8 anos, constituindo numa barreira que necessita ser superada. A Folha de S.Paulo publica um artigo de autoria de Sabine Righetti sobre este assunto de máxima importância.

Ao mesmo tempo, nos novos investimentos que estão sendo feitos no Estado de São Paulo, 75% dos efetuados desde 2008 são de origem asiática, segundo outro artigo publicado na Folha de S.Paulo, de autoria de Claudia Rolli. Tudo isto mostra que o Brasil poderia estar acelerando o seu desenvolvimento, mas existem obstáculos a serem superados, que já merecem as atenções das autoridades, mas ainda estão exageradamente lentos no seu processamento, não se efetuando com a eficiência que seria desejável.

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O governo brasileiro vem dando importância para os investimentos feitos pelos estrangeiros, mas isto só tem sentido na medida em que trazem inovações tecnológicas. A China, por exemplo, exige que todas estas tecnologias sejam patenteadas naquele país. O acúmulo destes conhecimentos acaba induzindo outros a perseguirem aperfeiçoamentos, promovendo um aumento de eficiência em toda a economia.

No mundo atual, os asiáticos vêm se destacando no desenvolvimento de novas tecnologias, ainda que os Estados Unidos mantenham a liderança na geração das mesmas. As pesquisas acabam aproveitando os materiais disponíveis nos países hospedeiros, que sempre apresentam diferenças com os existentes nos países de origem.

No caso brasileiro, a ampla disponibilidade de recursos naturais, principalmente da biodiversidade mais rica do universo, ainda exige pesquisas adicionais para o seu melhor aproveitamento, que se encontra nos estágios iniciais. Sempre é possível encontrar produtos e processos que podem ser patenteados, concedendo remunerações para estas propriedades intelectuais.

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O ritmo de desenvolvimento tecnológico em todo mundo acelerou-se, tanto na microeletrônica como em todos os novos materiais que estão sendo empregados em atividades pioneiras. No caso brasileiro, o pré-sal vai exigir novas tecnologias como as que estão sendo desenvolvidas pelas empresas brasileiras e estrangeiras, diante dos desafios que se apresentam e são de elevadas complexidades. Estes conhecimentos patenteados poderão ser aproveitados em outras áreas, como na exploração das terras raras que foram descobertas nas profundezas do Pacífico.

Muitas das condições que são encontradas na Amazônia, por exemplo, também podem ser aplicadas no Sudeste Asiático ou na África, que começa a despertar para o desenvolvimento. A Embrapa foi pioneira nestas tecnologias voltadas para as explorações agropecuárias e muitos produtos que eram conhecidos como de regiões temperadas foram adaptadas para as tropicais, fornecendo produtos da mais alta qualidade, diante do volume de insolação que muitas plantas e frutas recebem no Brasil.

Temos carência de profissionais experientes nestas pesquisas, como muitos brasileiros que foram estudar no exterior poderão voltar para o Brasil, como aconteceu com os chineses. Eles estarão colaborando não só com a terra onde nasceram como dando contribuições para toda a humanidade para resolver seus problemas de desenvolvimento sustentável, com profundo respeito ao meio ambiente.