Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Espírito Animal de Keynes e Criação Destrutiva de Schumpeter

16 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: , ,

Muitos leigos e modestos bacharéis em economia têm dificuldades com uma terminologia utilizada pelos economistas consagrados, como o professor Antonio Delfim Netto, ainda que eles tentem evitar o que vulgarmente acabou sendo conhecido como “economês”. Acabam soando como uma linguagem hermética, de acadêmicos, de compreensão mais difícil para os que enfrentam o problema do cotidiano.

Quando se fala do desenvolvimento econômico aparecem termos chocantes como “espírito animal” ou “criação destrutiva” que parecem contraditórios com o comportamento de seres que se pretendem racionais. Numa tentativa de esclarecer parcialmente alguns destes termos mais comuns em economia, tomamos a liberdade de escrever algumas linhas sobre estes assuntos, pois eles aparecem com muita frequência nos meios de comunicação.

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Joseph Schumpeter e John Maynard Keynes

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The Economist Analisa Problemas Que Podem Ser Comuns

16 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , , | 4 Comentários »

O último número do The Economist menciona no artigo “Young, gifted and blocked” (tradução livre, “Jovem, dotado e bloqueado”) o caso da Humax, uma empresa coreana que nasceu da reunião de alguns estudantes de engenharia e faturou US$ 865 milhões num ano, como uma exceção, pois a economia da Coreia continua sendo dominada pelas Chaebol, grandes conglomerados de base familiar. A maior delas é a Samsung, que exportou um quinto do total coreano. A maioria dos jovens coreanos prefere fazer carreira nestes conglomerados, no serviço público ou como profissionais autônomos, ainda que já existam novas empresas nos setores de comunicação de ponta.

Algo semelhante já aconteceu no Japão com as chamadas zaibatsu que foram desmembradas quando terminou a Segunda Guerra Mundial, que coincidiu com um surto de desenvolvimento. Ainda que existam hoje aglomerados como a Mitsubishi, Sumitomo, Mitsui e outras, elas não atuam mais fechadas como no passado. Com as recentes crises, as pequenas e médias empresas estão crescendo mais rapidamente que as grandes organizações. Mas continua não havendo uma política explícita para o fomento de algo parecido com o que ocorreu no Vale do Silício, de onde nasceram empresas que se tornaram conhecidas como inovadoras nas tecnologias avançadas, hoje as mais valorizadas do mundo.

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Mais Informações Sobre Metais Raros no Japão

16 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , , , | 10 Comentários »

As informações mais detalhadas publicadas pelo importante jornal japonês Asahi noticiam que foram confirmadas volumosas reservas de minérios raros no fundo do mar. As reservas chegam a ser estimadas em 900.000 toneladas, estando a 200 metros de profundidade no oceano, com cinco metros de diâmetro, espalhando-se por um círculo de 1,5 quilômetros. Utilizando-se o raio X, estimou-se em cerca de 6% de conteúdo de antimônio, um material estratégico. Como o volume de uso deste produto no ano passado foi de 5.000 toneladas, 95% importado da China, chegou-se a estimativa que pode suprir o Japão por 180 anos, mesmo com as restrições de fornecimento dos chineses.

Este material é utilizado para dificultar a combustão, bem como na produção de semicondutores. Ele é extremamente estratégico na alta tecnologia, estando incluído entre as chamadas terras raras. No entanto, trata-se de um material altamente tóxico comparável ao arsênico, não se dispondo ainda de tecnologia para a sua exploração no fundo do mar. Quem está trabalhando no assunto é o professor Toshirou Yamanaka, de Okayama, e os resultados das pesquisas devem ser relatados em outubro próximo em Chiba, na reunião da União de Geociência do Japão.

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Pedras contendo antimônio coletadas no fundo do mar na baía de Kagoshima. Professor Toshirou Yamanaka

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Índia Tentando Superar a China

15 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , ,

O jornalista James Lamont, do Financial Times, teve o seu artigo reproduzido na Folha de S.Paulo referindo-se às projeções feitas por alguns analistas sobre a possibilidade da economia da Índia superar a da China nos próximos anos. Informa que os problemas sociais e de corrupção que se multiplicam naquele país podem comprometer as condições proporcionadas pela sua estrutura demográfica, que conta relativamente com mais jovens que os chineses que já enfrentam os encargos de sustentar um grande percentual de idosos.

Ele aponta que os indianos nem sonhavam com crescimentos a ritmos elevados quando se libertaram do domínio dos ingleses, mas nas últimas décadas uma elite, que atualmente é liderada pelo premiê Manmohan Singh, formulou muitos dos seus planos quinquenais que veio acelerando o seu crescimento. E o atualmente em discussão, o décimo segundo, para o período 2012 a 2017, que deve perseguir um crescimento próximo de 10% ao ano. O prêmio Nobel de economia Amartya Sen, amigo pessoal do atual premiê propõe que não se concentrem em superar a China, mas preocupar-se também com os problemas de corrupção e com o surgimento das atuais pressões inflacionárias.

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Empresas Japonesas Continuam Desafiando a Lógica

15 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , ,

Algumas grandes empresas japonesas continuam contrariando a sua própria lógica, e ouvindo pouco as opiniões locais, sujeitando-se aos riscos desnecessários. Quando da decisão de localização de uma delas no Mercosul, acabaram decidindo instalar uma de suas unidades na Argentina, mesmo sabendo que o Brasil contava com um complexo industrial mais estruturado para o fornecimento de componentes e representava a demanda de cerca de 80% da produção prevista. Possivelmente, foram guiados pelo princípio que deveriam estar presentes em todos os mercados, considerando sua atuação no mundo globalizado. Esqueceram os sábios princípios japoneses de fazer as coisas logicamente, nos projetos de longo prazo, evitando o uso de artifícios. Existe um ditado japonês que afirma que a água corre para o mar, sendo mais difícil reverter esta tendência lógica, fazendo-o subir para a montanha.

Mais recentemente, decidiram instalar uma nova unidade no Estado de São Paulo, considerando que estavam mais próximas da localização de suas principais unidades, ainda que muitos outros estados brasileiros oferecessem vantagens fiscais e outras facilidades. Dificilmente, elas perdurarão por muito tempo num país Federativo, que conta com impostos de valor adicionado que estão sendo utilizados como barreiras alfandegárias. Devem ter aprendido com as dificuldades que estão enfrentando no Mercosul e passaram a respeitar um pouco mais as opiniões daqueles que possuem uma longa experiência local.

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Rápida Reação das Empresas Japonesas aos Desafios

14 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , , | 12 Comentários »

Diante dos desafios a que estão submetidas, as empresas japonesas estão respondendo com grande rapidez, mostrando sua capacidade de se ajustar às mudanças do mercado, promovendo inovações e entendimentos no exterior. O jornal econômico Nikkei, na edição deste sábado, dá informações sobre um conjunto de iniciativas que, muito rapidamente, estão colocando as empresas em situação de enfrentar de frente os problemas que estão tendo, promovendo um salto nas suas atividades. Um exemplo significativo foi dado pela Toyobo, que já foi a líder do setor têxtil e estava avançada na produção de filmes de polipropileno de vários tipos.

Com a necessidade de economia de energia, aumentou a demanda de células solares que utilizam muitos filmes. Ao mesmo tempo, o aumento do uso de celulares inteligentes, bem como tablets, por exemplos, aumentou o consumo de filmes. A Toyobo providenciou imediatamente filmes especiais para atender estas necessidades: que para ter custos mais baixos, passou dos filmes com base no fluorine para os de poliéster.

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Mudanças no Varejo na Ásia

13 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , ,

Processa-se uma intensa modificação nos varejos de diversos países asiáticos, com destaque na China e no Japão, provocada por diferentes motivos. Na China, o rápido desenvolvimento e o aparecimento de novos milionários estão aumentando a demanda de produtos e serviços de alto luxo, mesmo os difíceis de serem encontrados nos países desenvolvidos. O Financial Times noticia a instalação de um dos mais sofisticados estabelecimentos do mundo, uma House of Walker, em Xangai, da Diageo, que não encontra paralelo em outros países. A conhecida distribuidora de whisky Johnnie Walker conta com uma loja que é parte um museu, acreditando que o mercado chinês, nos próximos cinco anos, será o mais importante do mundo. Este mercado cresceu 24% no ano 2010, e o Diageo teve que transportar por via aérea para o Ano Novo o ultraexclusivo whisky de 1910 que custa US$ 3.000 a garrafa.

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Ruídos nas Discussões Monetárias, Cambiais e Sobre Fluxos

12 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: , , | 2 Comentários »

As discussões estão se tornando generalizadas. Quando o cobertor é curto, todos ficam insatisfeitos e ninguém tem razão. O Brasil vem criticando a China, como os Estados Unidos, pois o yuan chinês está sendo considerado demasiadamente desvalorizado, fazendo com que seus produtos cheguem baratos nos mercados internacionais, aumentando o emprego para os chineses e reduzindo nos outros países. Com a atual política monetária norte-americana está havendo uma desvalorização do dólar com o mesmo objetivo, acabando por prejudicar países como o Brasil no comércio, como aumentando o influxo de recursos externos. O Brasil expressou este desconforto aos norte-americanos da mesma forma que critica os chineses.

O prêmio Nobel de Economia Paul Krugman, que escreve regularmente para o The New York Times, cujos artigos acabam sendo reproduzidos em diversos jornais mundo afora, informa no seu site que a crítica brasileira não teria procedência, pois há uma inconsistência na política de Guido Mantega, que pretende uma taxa de câmbio fixa, uma política monetária independente e um livre fluxo de capitais. Que os Estados Unidos devem pensar no seu emprego e para tanto deve formular a sua política monetária e facilitar o crédito, mesmo desvalorizando a sua moeda internacionalmente.

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Paul Krugman e Guido Mantega

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Atuais Relações Sino-Americanas

11 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Política | Tags: , ,

É interessante que o China Daily continue noticiando com destaque as reuniões dos Diálogos Estratégicos e Econômicos (Strategic and Economic Dialogue), que ocorreu em Washington nos últimos dias 9 e 10 de maio entre as delegações dos Estados Unidos e da China, mais que a imprensa norte-americana. Estas reuniões são importantes e realizadas regularmente duas vezes por ano, cuidando de assuntos delicados como a segurança e a cooperação econômica entre as duas maiores potências do mundo.

Os chineses são comandados pelo vice-premiê Wang Qishan e pelo conselheiro do Estado Daí Bingguo. Os norte-americanos pela secretária de Estado Hillary Clinton e pelo secretário do Tesouro Timothy Geithner. São reuniões, portanto, realizados nos níveis mais elevados, que foram combinados pelos presidentes Barack Obama e Hu Jintao para serem realizadas regularmente, a fim de evitar conflitos desnecessários e aprofundar as consultas recíprocas e antecipadas.

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Queda nas Importações Chinesas e Repercussões

11 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , ,

Um forte lobby montado pelas instituições financeiras no Brasil, com grande penetração na mídia, continua propondo aumentos dos juros para cortar a demanda, quando as autoridades brasileiras já possuem informações sobre o arrefecimento no mercado das principais commodities no mercado internacional. Um artigo publicado no Financial Times de hoje, escrito pela Izabella Kaminska, mostra que a China que vinha puxando a demanda e os preços de muitos produtos no mercado internacional, já reduziu a importação de alguns, notadamente em quantidade no último mês de abril, que deve aliviar as pressões inflacionárias até no Brasil.

Considerando os volumes e valores das importações chinesas, de abril de 2011 com relação ao mesmo mês do ano anterior, observa-se que o cobre reduziu-se em cerca de 20% em volume, e cerca de 12% em valor. O alumínio também se aproximou de uma queda de volume próximo a 20%, ainda que em valor tenha crescido cerca de 5%. Na soja, que afeta o Brasil, como no minério de ferro, as quedas de volume foram em torno de 5%, mesmo que em valores os crescimentos tenham sido expressivos. Somente em petróleo as quantidades foram ligeiramente maiores, com valores crescendo cerca de 40%. O jornal utilizou dados da Thomson Reuters Datastream, uma das mais importantes fornecedoras de estatísticas deste tipo.

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