Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Uma Melhor Sintonia do Brasil com os Estados Unidos

28 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais | Tags: ,

O jornal Valor Econômico apresenta muitas vezes matérias que rivalizam com as dos melhores órgãos de imprensa internacional, como sua análise constante do suplemento Eu & Fim de Semana, sobre a próxima visita de Barack Obama ao Brasil, com três artigos. Um excepcional, de Alex Ribeiro, vindo de Washington. Outro de Assis Moreira, de São Paulo, e um terceiro de Roberto Abdenur, um diplomata aposentado do Itamaraty com larga experiência.

O de Alex Ribeiro com o título “Um novo começo” analisa com cuidado as relações bilaterais recentes, expressando a esperança do estabelecimento de uma nova química entre Barack Obama e Dilma Rousseff. Refere-se ao inicialmente estabelecido por Bush com Lula que não se efetivou por falta de uma agenda bilateral, e eventos internacionais posteriores onde as posições brasileiras não coincidiram com as norte-americanas, culminando nas profundas divergências relacionadas com o Irã. O de Assis Moreira, com o título “Parceria com interrogações”, procura verificar os pontos de vistas a partir do Brasil, e o de Roberto Abdenur trata das “Novas realidades em questão”.

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Barack Obama cumprimenta Dilma Rousseff

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Relatório Especial Sobre Abastecimento Mundial

28 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: , , | 2 Comentários »

Os preços dos alimentos estão os mais elevados desde 1984 em termos reais, agravando problemas de todas as ordens, fazendo com que o G20 considere a segurança alimentar entre as prioridades deste ano. Para o The Economist, há que distinguir problemas entre estruturais, temporários e irrelevantes e muitas autoridades econômicas o considera como o último e não o primeiro. Os altos preços se devem principalmente às razões temporárias, como as irregularidades climáticas em muitas regiões produtoras. Entre as razões estruturais, as gigantes China e Índia estão demandando mais alimentos de vários tipos com seus crescimentos.

O relatório estima que, em função do crescimento populacional e econômico dos emergentes, a produção de alimentos precisa crescer 70% até 2050. Existem limitações de áreas cultiváveis e água, com pequenas possibilidades de ganhos de produção com fertilizantes. Pela primeira vez desde 1960, o crescimento da produção de arroz e trigo está abaixo do crescimento populacional. Há dificuldades para alimentar os 9 bilhões de habitantes do mundo em 2050 adequadamente. Há que se estimular, ironicamente, os produtores com a alta dos preços, ao lado da eliminação do desperdício que chega a um terço do total produzido em muitos países pobres.

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Tecnologia da Construção Civil na China

25 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , | 11 Comentários »

Muitos imaginam que o rápido desenvolvimento da construção civil na China decorreu da mão de obra barata. No entanto, um importante artigo do dr. Jaroslav Boublike, constante do site do Gizmeg Emerging Technology Magazine, mostra que as Olimpíadas e a recente Exposição Internacional 2010 em Xangai provocou um desenvolvimento tecnológico apreciável na construção civil daquele país.

Vendo o volume das obras em andamento na China, tanto na infraestrutura como nas construções de habitações, edifícios comerciais e tudo o mais que se necessita num país em rápido desenvolvimento, nota-se um substancial incremento na sua tecnologia, que hoje se compara com as melhores do mundo, onde os operários migrantes do meio rural necessitam de capacitação que não existe em outros países emergentes, inclusive o Brasil.

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Prédio construído em seis dias

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Intercâmbio do Brasil com a Índia

25 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , , , | 2 Comentários »

Muitos analistas continuam presos a ideia do intercâmbio entre países que apresentam possibilidades de complementaridade, quando o mesmo vem ocorrendo mundialmente nos setores que contam com atividades do mesmo setor. Uma interessante cobertura do Valor Econômico efetuada pela jornalista Fabiana Batista mostra que o mesmo pode acontecer entre o Brasil e a Índia até no setor agroindustrial.

Muitas multinacionais atuam em diversos países e o comércio intraempresas está estimado em torno de 50% do mundial. Assim, empresas como a Fiat produzem alguns modelos e componentes em determinados países e são intercambiados com outros produzidos em outros, reduzindo os riscos cambiais e maximizando as vantagens fiscais. Algumas indústrias de suco de laranja produzem no Brasil e nos Estados Unidos, formando estoques onde são mais convenientes, para colocarem em terceiros mercados.

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Shree Renuka, jovem empresário indiano

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Presença da China e do Brasil na África

23 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , , , | 1 Comentário »

David Lewis, da Reuters, com a ajuda de alguns colegas, escreveu um relatório especial sobre a recente forte presença chinesa na África, expressando a esperança que os brasileiros poderiam equilibrá-la. Citando diversos casos concretos, tenta mostrar que os chineses estão investindo pesadamente em muitos países africanos, com muitos financiamentos, mas também tendem a levar sua mão de obra. Isto cria resistências locais, como já ocorreu no passado em Angola com os investimentos cubanos, que acabaram abandonando aquele país, deixando uma imagem negativa.

Lula da Silva investiu diplomaticamente nos países africanos, com a pretensão de contar com o apoio deles para um cargo permanente do Brasil no Conselho de Segurança da ONU, entre outros objetivos. Com um discurso hábil, considerava que o Brasil era como um irmão dos países africanos, por ter sido igualmente colônia de uma metrópole europeia, tendo a contribuição de muitos descendentes de escravos vindos da África, que se miscigenou com outras contribuições étnicas para formar o povo brasileiro. De fato, muitos africanos consideram os brasileiros como irmãos mais velhos, principalmente onde o português é uma das línguas oficiais.

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Distribuição de Renda nos Países Emergentes

23 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , , | 2 Comentários »

Cris Buckley, da Reuters, elaborou um interessante relatório especial sobre a visita do premiê chinês Wen Jinbao à vila de Zhaoyuan, na Província de Anhui, durante os feriados do Ano Novo chinês, dentro do “novo socialismo para o interior”, que visa à melhoria da distribuição de renda na China. Ele, que é conhecido como o Grande Pai, pela imagem de um homem do povo, só permaneceu lá quarenta minutos, para insatisfação da população local.

Os processos de desenvolvimento acelerado das economias emergentes, como da China e da Índia, infelizmente pioram a distribuição de renda, o que preocupa suas autoridades, principalmente agora que está se assistindo aos problemas do mundo árabe. A China conta com 720 milhões de habitantes rurais e seus trabalhadores migrantes que vão para conseguir trabalho temporário nos centros urbanos. Os idosos e as crianças que permanecem no interior dependem dos recursos enviados por estes migrantes.

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Premiê Wen Jinbao durante visita a Zhaoyuan

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Presença Chinesa no Pré-Sal Brasileiro

21 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , ,

Um extenso e cuidadoso artigo de Cláudia Schüffner foi publicado no jornal Valor Econômico de hoje, reportando que os investimentos chineses no pré-sal já se aproxima meteoricamente dos da BG Group inglês, com aplicações superiores a US$ 10 bilhões, tendo acesso a uma área de 1.232 quilômetros quadrados nas bacias de Campos, Santos e Espírito Santo. A área do BG Group soma uma área de 1.361 quilômetros quadrados, segundo o artigo.

A China Petroleum & Chemical Corporation (Sinopec) teria adquirido 40% da espanhola Repsol nos campos Carioca e Guará, sendo a maior operação. A Sinochem teria adquirido 40% do campo Pelegrino, da norueguesa Statoil. Os chineses não teriam ido às concorrências da Agência Nacional de Petróleo, dispondo-se de poucas informações sobre os possíveis comprometimentos de fornecimentos das produções.

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Problemas na Agricultura Indiana

21 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: , , | 2 Comentários »

Um interessante artigo de Vikas Bajaj, do The New York Times, foi publicado no suplemento da Folha de S.Paulo de hoje. Depois da Revolução Verde dos anos 60 e 70, que melhorou as sementes, fertilizantes e técnicas agrícolas beneficiando países como a Índia e o Brasil, as pesquisas agropecuárias continuaram elevando a oferta de alimentos nos países chamados atualmente de emergentes. Isto tem acontecido no Brasil e na China que, além de atender as suas necessidades, ajudam no suprimento mundial.

A economia indiana tem crescido cerca de 9% ao ano, o que aumenta também o seu consumo interno de alimentos pela melhoria da renda da sua população. Se a agricultura não acompanha este crescimento, ficando em torno de 3%, quando existem irregularidades climáticas como neste ano, acaba sendo necessária a importação de produtos agrícolas, ao mesmo tempo em que ocorrem pressões sobre os seus preços. Isto está trazendo problemas para a economia daquele país.

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Pequenos agricultores ainda são maioria na Índia

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Possíveis Vieses na Avaliação da Economia Brasileira

21 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , ,

Existem fortes evidências que o mercado funciona e os preços de todos os tipos influenciam na alocação de recursos. Os salários dos profissionais relacionados com o setor financeiro têm sido relativamente elevados quando comparados com o lado real da economia. Isto provoca uma natural atração dos melhores talentos para as atividades financeiras, que nem sempre efetuam análises isentas sobre o comportamento da produção que são mais trabalhosas e demandam mais tempo para se efetivarem.

Nas estimativas de crescimento da economia brasileira, bem como da inflação para 2011 e 2012 efetuados pelos economistas ligados aos estabelecimentos bancários e consultorias econômicas com eles relacionados, fica-se com a impressão que existem tendências para alguns vieses, sobre os quais as autoridades deveriam tomar as devidas cautelas. As estimativas de crescimento costumam considerar a participação dos setores primários (que é baixa), secundários (que é moderada) e terciários (que é grande e usualmente baseado no crescimento populacional) pelo percentual na formação do PIB total que deveria ser apurado pelos censos econômicos e é utilizado pelos responsáveis pelas contas nacionais. Os jornais anunciam que as autoridades batalham para que o crescimento seja superior a 4% em 2011, com uma inflação que ficaria ligeiramente acima da margem superior da meta inflacionária que está fixada em 4,5%.

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Crescentes Complexidades nos Trens Rápidos

21 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: , ,

O prosseguimento da concorrência do trem rápido ligando Campinas, São Paulo, Cumbica e o Rio de Janeiro continua acrescentando dúvidas. Complicações estão ocorrendo com projetos similares em muitas partes do mundo. No Brasil, noticiam-se as inclusões dos Correios, que utilizam estes serviços, bem como dos fornecedores de energia elétrica, fazendo com que consórcios que já tinham desistido voltem a considerar a participação no projeto, como os japoneses.

Na China, o The Wall Street Journal noticia que depois da queda do ministro dos transportes, Liu Zhijun, acusado de corrupção, está se verificando que os retornos dos muitos projetos que foram construídos como medidas antirrecessivas acabam atendendo uma elite pelos seus elevados custos das tarifas, colocando em dúvida a sua sustentabilidade. O jornal japonês Nikkei lamenta da decisão do governo do Estado da Flórida recusando recursos federais para o seu projeto. Tudo indica que os japoneses depositavam grandes esperanças que vencendo esta concorrência nos Estados Unidos voltariam a ser competitivos no mercado internacional.

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A japonesa JR Tokai formou um consórcio de 11 empresas para candidatar-se a uma pré-triagem do governo da Flórida

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