Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Os Investimentos Em Pesquisas e Desenvolvimentos

16 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Tecnologia | Tags: , , , ,

Os dados publicados por Gautan Naik num artigo no Wall Street Journal Asia informam que a China supera em 2011 os investimentos que serão efetuados em pesquisa e desenvolvimento pelo Japão, tornando o segundo no mundo, ainda liderados pelos Estados Unidos que despenderam US$ 395,8 bilhões em 2010. Eles estão baseados nos estudos efetuados pelo Battelle Memorial Institute, que pode ser considerada uma instituição insuspeita, pois gerenciam seis laboratórios nacionais para o Departamento de Energia dos Estados Unidos.

Os chineses continuam aumentando seus investimentos nestas áreas, tendo despendido US$ 141,4 bilhões em 2010 e programam US$ 153,7 bilhões em 2011, enquanto os japoneses investiram US$ 142,0 bilhões e pretendem despender US$ 144,1 bilhões em 2011. Outros dados desta instituição informam que o Brasil firma-se como líder latino-americano, ainda longe dos asiáticos, pois também a Índia apresenta uma perspectiva auspiciosa.

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Adoçante Natural Estévia com Consumo Crescente

14 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Tecnologia | Tags: , , , | 10 Comentários »

Todos sabem que os brasileiros herdaram dos portugueses e dos árabes os costumes de consumir produtos extremamente doces, com o uso abundante do açúcar e do mel. Quando os seres humanos não enfrentavam graves problemas de diabetes e efetuavam grandes esforços físicos, os consumos destes produtos podiam ser exagerados, ainda que muito calóricos. Agora, muito deste açúcar foi substituído por produtos químicos, quando se dispõe de uma boa alternativa natural, que é a estévia, mais conhecida pela denominação tradicional stévia.

Um extenso artigo publicado no Valor Econômico, de autoria de Fabiana Batista, dá conta de pesquisas adicionais para melhorar a qualidade deste produto, deixando o certo gosto amargo do qual alguns consumidores se queixam. O fato concreto é que este produto é largamente consumido na Ásia, principalmente nos produtos industriais como sorvetes, pois são de transporte fácil, e são muito mais poderosos que o açúcar na sua capacidade de adocicar o que quer se deseje.

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O pesquisador Airton Goto mostra como extrair o doce da estévia

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Etanol Para a Indústria Química

14 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Tecnologia | Tags: , , , | 2 Comentários »

Já em 1985, na Expo Tsukuba 85, o Pavilhão Brasileiro apresentava como tema o uso do hoje conhecido como etanol, que na ocasião ainda era simplesmente álcool. O Brasil começava a utilizar automóveis movidos por álcool e já se esperava que a petroquímica, baseada numa matéria-prima finita, seria ainda que em parte substituída pela alcoolquímica, utilizando matérias-primas renováveis e menos poluentes.

Num entrevista publicada pelo Valor Econômico, o presidente Pedro Mizutani, da Cosan Açúcar, Álcool e Energia, explica que o álcool para a indústria química está cada vez mais competitivo com o destinado como combustível de veículos. Tudo começou em escala industrial com a Braskem, depois das pesquisas iniciadas pela Coopersucar, voltado para a produção de polietileno, que está sendo abastecido pela Cosan que conta com 23 usinas em operação.

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O presidente da Cosan Açúcar e Álcool (CAA), Pedro Mizutani

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Pesquisa Científica no Brasil Chama Atenção

6 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Tecnologia | Tags: , , ,

A Science, uma das mais respeitadas revistas internacionais sobre pesquisas científicas efetuadas mundo afora, publicou um artigo do brasileiro Antonio Regalado mostrando que o Brasil vem aumentando os seus esforços nestes trabalhos. As publicações dos papers brasileiros estão aumentando, como indica a entidade especializada Thomson Reuters, que faz tais levantamentos, tendo ultrapassado alguns países como a Holanda, Israel e a Suíça.

Os gastos em pesquisas são maiores no Japão, nos Estados Unidos, na China e na Rússia, mas o Brasil já figurava em 5º lugar em 2007, e as patentes norte-americanas continuam extremamente elevadas demonstrando sua eficiência, como ilustram alguns gráficos abaixo.

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Segundo Artigo de Carlos Gohsn Para o Nikkei

6 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Tecnologia | Tags: , ,

Acaba de ser publicado no Nikkei, o mais importante jornal econômico do Japão, o segundo artigo do brasileiro Carlos Gohsn, que é o presidente da Renault/Nissan que está lançando o inovador modelo Leaf, um automóvel elétrico com zero de emissão de poluentes, projetado para grande expansão no futuro próximo no mercado mundial. Numa postura elogiável, ele expõe que as dificuldades atuais de um yen japonês extremamente valorizado, como o real brasileiro, bem como outros problemas japoneses devem ser resolvidos pelo desenvolvimento tecnológico.

Um artigo publicado pela prestigiosa revista Science, por outro brasileiro, Antonio Regalado, confirma que o Japão, em 2007, foi o país que mais investiu no mundo em pesquisa e desenvolvimento, chegando a 3,44% do PIB, contra 2,68% dos Estados Unidos e 1,11% do Brasil. Este ano de 2010 está sendo chamado por Carlos Ghosn como o que reconquistaram a reputação de Nissan da tecnologia.

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Carlos Gohsn emsua mesa de trabalho e o ideograma japonês de Kaizen

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Ainda o Outono do Hemisfério Norte

6 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias, Tecnologia | Tags: , , ,

O outono no hemisfério norte, com seus coloridos indescritíveis, emocionam os orientais que acham que coadunam melhor com o seu espírito, mas também impressionam outros treinados profissionais de todo o mundo. Num artigo de Christopher Johnson, publicado no The Japan Times, algumas recomendações são dadas para os fotógrafos melhor aproveitar tudo que a natureza oferece nesta época do ano. Não se trata somente das belezas coloridas das montanhas, que tocam os japoneses, mas de detalhes das árvores, das folhas, dos instantes que ficam gravados, mas também da paciência para conseguir a melhor iluminação natural, os detalhes de uma folha caindo, coisas que para uma só foto exigem o empenho de toda uma tarde.

O Japão e os parques de Tóquio oferecem os materiais indispensáveis para todos, desde os amadores que utilizam as atuais máquinas digitais que comportam milhares de fotos nos seus chips até os treinados profissionais como David Guttenfelder, fotógrafo chefe da Ásia da AP – Associated Press, nos intervalos de suas missões.

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Algumas fotos de Christopher Johnson do outono japonês

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Toshiba Inicia Estudos Para a Produção de Semicondutores

3 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Tecnologia | Tags: , , ,

De forma muito cautelosa, quase arrastada pelas pressões, finalmente a Toshiba anunciou a assinatura de um memorando de entendimento para início dos estudos para a modesta produção de semicondutores no Brasil, que foi anunciado pelo jornal japonês Nikkei. Quando o governo brasileiro optou pelo uso da tecnologia digital de alta definição dos japoneses na televisão brasileira, o ministro de Comunicações local pressionou no sentido da instalação de uma fábrica de semicondutores dos japoneses no Brasil, uma velha aspiração. No entanto, as empresas japonesas sempre resistiram às estas pressões, alegando que o mercado internacional está com capacidade ociosa. No máximo, se comprometiam a estudar o assunto, o que vem sendo arrastado por um longo período.

Isto revela uma incapacidade japonesa de aproveitar as oportunidades políticas que lhes são oferecidas, prendendo-se somente aos aspectos da viabilidade econômica com estudos técnicos de escalões modestos. É mais que evidente que esta tecnologia já adotada em alguns países sul-americanos pela ação diplomática brasileira, e é uma questão de prestígio, pois venceu as pretensões norte-americanas e europeias. O fato concreto é que isto não parece se transformar em vantagens para os produtores japoneses, que não estão sendo capazes de oferecer equipamentos em condições competitivas, sendo superados por outros produtores asiáticos.

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Posicionamentos Estratégicos Relevantes

3 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Tecnologia | Tags: , , ,

Este site vem insistindo que o futuro dos países emergentes depende da sua disposição em investir em tecnologias de ponta. Consultando os artigos de órgãos de comunicação social relevantes no mundo, nota-se que a China e a Índia tomam posições decididas, como noticia hoje o jornal Valor Econômico. Este utiliza nestas matérias informações provenientes de agências como a Reuters e Bloomberg, mas também revistas importantes como The Economist e jornais internacionais como a Financial Times, Wall Street Journal ou Nikkei contam com inúmeros artigos dando conta dos investimentos feitos em tecnologia pelos dois países, acompanhados por outros menores como a Coreia.

O que se sente é que no Brasil e na América do Sul também se fazem esforços, mas numa escala sensivelmente inferior, sem que haja um plano estratégico para tanto. É claro que os países desenvolvidos, como o Japão, os Estados Unidos e os da Europa, continuam mantendo expressivos investimentos, mas os volumes do que vêm sendo feito pelos países emergentes demonstram suas intenções de conquistar posições de destaque, até de liderança.

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Trem rápido chinês e planta de complexo siderúrgico da Mittal na Índia

Esta parece uma corrida em que os que estão correndo serão atropelados pelos mais velozes que estão embalados por maciços investimentos de centenas de bilhões de dólares, contando já com muitos recursos humanos e centros de pesquisas ligadas às instituições como universidades, tanto públicas como privadas. Aproveitam o que já se desenvolveu no exterior e possuem horizontes de prazos longos, com suas milenares histórias.

Informa-se que a Índia vai consolidar “zonas econômicas especiais” que ajudaram a acelerar os recentes desenvolvimentos chineses. O Brasil, apesar de contar com alguns projetos desta natureza, eles foram bloqueados por restrições de grupos que não conseguiram ver num horizonte mais longo. Enquanto o setor financeiro comandar o processo, inclusive de formação da opinião pública, eles que atuam on time, visando resultados de curto prazo, não há como estabelecer um programa sério, elevando o nível de investimento em pesquisas e desenvolvimento, dominando setores pesados da economia, que determinam as perspectivas de prazo mais longo de um país.

O Brasil detém uma quantidade enorme de recursos naturais, uma biodiversidade ímpar no mundo, com limitado número de pesquisados de nível internacional, mas uma capacidade criativa invejável. Ou geramos condições para que eles permaneçam no Brasil efetuando os seus trabalhos, ou eles cuidarão de temas de outros interesses em países que os remuneram adequadamente, mas que pouco se relacionam com as problemáticas brasileiras.

O período de mudança de governo, com a elaboração de novos planos é oportuno para alterações de monta, que marquem as características da nova administração. Precisamos superar as picuinhas relacionadas às vantagens almejadas pelos partidos políticos, e escolher onde serão os setores aonde vamos priorizar os investimentos em pesquisas.

Já estamos avançando nas áreas agropecuárias, nas técnicas de preservação da vida e estamos pesquisando mais no crescimento sustentável, com o aumento de “papers” de nossos pesquisadores em credenciadas revistas internacionais. Mas precisamos fazer muito mais, criando muitos centros de excelência nas novas atividades como produção de equipamentos para a exploração do petróleo em grandes profundidades, aproveitamento da rica biodiversidade nacional, produção de ligas especiais com uso das terras raras e outros minérios, equipamentos pesados para a agroquímica, sensíveis melhorias nas comunicações, logística de um país com grandes extensões e bons portos, uso intensivo dos fatores de produção mais abundantes, economia dos fatores escassos e muitos outros setores estratégicos.

Já provamos que somos capazes, como nos trabalhos da Embrapa, da Embraer, com todas as limitações que são naturais em países emergentes. Já estivemos na ponta da tecnologia em obras de grandes estruturas como em Itaipu. Fomos capazes de implantar um complexo como Carajás. Ocupamos amplas terras aproveitadas extensivamente, e hoje temos uma agricultura competitiva. Mas hoje estamos com a infraestrutura sucateada, tendo que importar tecnologias até na construção civil.

O que estamos fazendo é vergonhosamente pouco diante do que fazem os outros BRICs, nem temos planos sustentáveis de prazo mais longo. Estamos comprometendo os nossos recursos humanos bem como o futuro deste país. Precisamos encarar os nossos desafios, aproveitando as melhores inteligências que dispomos, traçando um programa sério, ou continuaremos sendo produtores e exportadores de produtos de pouco valor agregado. Nossos concorrentes estão ativos, e a distância deles com relação ao Brasil está aumentando, tanto em ritmo de crescimento como na geração de novas tecnologias.


Carlos Ghosn Escrevendo para o Nikkei

1 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias, Tecnologia | Tags: ,

carlos ghosn Carlos Ghosn, presidente da Renault/Nissan, nascido em Rondônia, no Brasil, e também treinado na Europa, publica uma inédita série de cinco artigos no principal jornal japonês Nikkei. O respeitável empresário que ganhou grande prestígio no Japão ao aceitar, como um estrangeiro, a missão de recuperar a Nissan, que todos achavam ser missão difícil dada às diferenças culturais e empresariais da grande empresa japonesa, com arraigada tradição. Ele tanto obteve sucesso que se tornou uma espécie de guru dos japoneses, conquistando a presidência da Renault, que atua em todo o mundo.

Ele tem autoridade no que fala a respeito das tendências futuras da indústria automobilística, e no primeiro artigo publicado destaca que a necessidade é a mãe da inovação, e o ceticismo, o pai, e de ambos derivam soluções para a vida. As indústrias automobilísticas produzem veículos que permitem aos seres humanos superarem distâncias, desafiando os terrenos. Mas eles estão numa fase de transição, pois utilizaram por 100 anos veículos movidos por motores basicamente de gasolina, apesar dos seus aperfeiçoamentos.

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Avanços na Biofarmacéutica no Mundo e no Japão

29 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Saúde, Tecnologia | Tags: , ,

Um interessante artigo acaba de ser publicado no jornal econômico japonês Nikkei. Refere-se aos novos avanços que estão ocorrendo no desenvolvimento de produtos farmacêuticos elaborados a partir de organismos vivos, ganhando maiores parcelas do faturamento das empresas do setor, já propiciando resultados. Os primeiros trabalhos começaram em 1980, baseados nas tecnologias de ponta da recombinação genética e cultivo das células, sendo que a francesa Sanofi-Aventis e a suíça Roche são as pioneiras.

A biomedicina chegou a 29% das vendas em 2009 nas 50 maiores vendedoras de produtos farmacêuticos, e sua era deve continuar por algum tempo, segundo importantes dirigentes destas empresas. No Japão, a Oncotherapy Science já está com uma vacina para certos tipos de câncer nos estágios finais de teste. Com suporte da indústria farmacêutica, ela já obtém lucros desde 2008. Visitei laboratórios japoneses, há décadas, que já produziam interferon, para o combate de determinados tipos de câncer, dominando a tecnologia da multiplicação de células, inclusive de produção de sangue humano.

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O laboratório ImmunoFrontier está trabalhando em vacinas contra o câncer em seu laboratório em Tsu, Mie.

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