Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Contatos Para a Fusão da Hitachi Com a Mitsubishi Heavy

5 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: , , ,

Quando duas empresas japonesas gigantescas como a Hitachi e a Mitsubishi Heavy iniciam os seus entendimentos visando a fusão, mesmo em prazo médio, é natural que o assunto seja discutido na imprensa internacional. A revista The Economist e o jornal Financial Times publicam assuntos a respeito da operação, examinando-a sob ângulos distintos, um sobre as complementaridades de suas tecnologias e outro sobre a volta de atuações como a do antigo Japan Inc.

Tanto estas empresas quanto a Toshiba estavam voltadas prioritariamente para o mercado de usinas nucleares que apresentava uma perspectiva promissora para a produção de energia elétrica, que tanto no Japão quanto no exterior acabou se reduzindo drasticamente após os problemas de Fukushima Daiichi, afetando inclusive a imagem japonesa. Para poder sobreviver, estão sendo obrigadas a expandir suas atividades em outros setores usando todas as tecnologias que dispõem, mas visualizaram a possibilidade de contarem com as vantagens de trabalhos conjuntos. Com a evolução desta linha de trabalho, é possível que venham a contar também com a Toshiba num futuro mais distante.

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Considerações Sobre as Relações Bilaterais Nipo-Brasileiras

5 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: , ,

ImagemPy2No mundo atual, cada vez mais globalizado o Japão vem passando por um ritmo de crescimento econômico modesto, abaixo do que já se obteve no passado, despertando surpresa de muitos. Isso, mesmo com o crescimento recente de seus vizinhos mais próximos e dos imensos recursos que o país acumulou no passado, conquistando o status de uma economia de alto nível de renda per capita. Muitos fatores provocam este comportamento, entre eles o relativo envelhecimento de suas instituições e população, bem como a consolidação de sua cultura dentro de um arquipélago. Afetado recentemente pelos desastres naturais, não vem obtendo na reconstrução uma motivação suficiente para mudanças nas suas tendências recentes, galvanizando a disposição de esforços de sua população. Sente-se que procura alternativas para recuperar o seu dinamismo.

Parece que o Japão persegue uma reestruturação significativa de sua economia, reconhecendo que algumas das suas atividades necessitam contar com condições que podem dispor no exterior. O Brasil pretende manter um ritmo das economias emergentes, a fim de aumentar as possibilidades de melhora do padrão de vida de sua população, contando com potencialidades concretas para tanto, que podem ser aceleradas pelo aumento de presenças de empresas estrangeiras que tragam novas tecnologias para enfrentar seus desafios e ampliem os acessos aos mercados no exterior.

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Todos constatam que existe uma simpatia recíproca entre os dois povos, brasileiros e japoneses, pois ao longo de um centenário de intercâmbio bilateral não estiveram diretamente envolvidos em conflitos. Pelo contrário, contam com iniciativas que os credenciam como candidatos naturais para aumento do seu relacionamento, além da colaboração no equacionamento das questões mundiais. Além das complementaridades evidentes, o incremento do seu relacionamento pode estimular ambas as economias, sem restrição significativa, passando para um patamar de intercâmbio superior ao que vêm mantendo no passado recente, com envolvimentos mais profundos, por exemplo, no campo tecnológico.

Ambos os países lutam nos fóruns internacionais para uma maior facilitação do comércio e do investimento, e estão engajados também no estabelecimento de mecanismos bilaterais ou regionais. Tanto o Japão quanto o Brasil dão grande importância para as inovações tecnológicas, indispensáveis para atingir maior eficiência, com profundo respeito ao meio ambiente e aperfeiçoamento dos mecanismos democráticos de governança, com ampliação dos benefícios para toda a população, prioritariamente para os menos favorecidos, que resultam parte do aumento de suas expectativas de vida.

Entendem que o adequado preparo dos recursos humanos é vital para conquistar patamares avançados de inovações tecnológicas, transformando em realidade operacional muitos dos potenciais que possuem, dotando suas populações ativas com capacidade para suportar os encargos sociais indispensáveis. As experiências internacionais acabam sendo estratégicas e partes dos seus recursos humanos acumularam estas vivências, sendo algumas ainda estão subaproveitadas.

Por se situarem geograficamente a grande distância e pelas experiências recíprocas acumuladas durante décadas, entendem que a infraestrutura e a logística podem superar tecnologicamente muitas das limitações impostas pelos custos de transportes, tanto internamente como no cenário internacional.

A energia e os demais recursos indispensáveis para a sustentação de suas atividades, sempre com vistas à preservação do meio ambiente para atender as necessidades de suas populações futuras, exigem inovações que estão ao alcance no futuro próximo. Vem demonstrando o seu apreço às fontes renováveis e não poluentes, contribuindo para o seu uso comercial.

Ampliaram, em conjunto, sua participação no abastecimento mundial de alimentos e se mostram dispostos a passos adicionais para utilizar todas as potencialidades dos agronegócios para atendimento dos mercados mundiais que estão melhorando seus padrões de consumo.

Ainda existe inovações que podem contribuir para o bem-estar da humanidade mediante o aproveitamento da biodiversidade brasileira, bem como tirar partido dos recursos marítimos cujas potencialidades ainda não estão sendo utilizadas comercialmente com a intensidade desejada, inclusive com o seu manejo adequado. Brasil e Japão são países privilegiados pelos seus oceanos que podem apresentar soluções para as limitações que se apresentam.

A água já é um fator escasso, e o Brasil é detentor do maior estoque mundial deste precioso líquido, ao lado de sua rica biodiversidade. O Japão, dentro do seu arquipélago, desenvolveu uma cultura para preservar a sua qualidade. O intercâmbio bilateral nesta área pode prestar uma grande ajuda para a humanidade e bem-estar de suas populações.

São amplas as possibilidades decorrentes do aumento das colaborações profundas e recíprocas que ficam ofuscadas diante dos incrementos de outros intercâmbios que se intensificaram recentemente. O Brasil ajudou na recuperação do Japão logo depois do término da Segunda Guerra Mundial, fornecendo encomendas para aproveitamento dos recursos humanos disponíveis. O Japão colaborou decisivamente nas fases passadas do desenvolvimento brasileiro.

Hoje, apresentam-se novas necessidades e conveniências para uma nova fase de intensificação do intercâmbio bilateral tanto para aproveitamento das oportunidades que se oferecem quanto para a dinamização de suas economias com um todo, numa fase em que o mundo enfrenta desafios significativos.


Novas Perspectivas de Fontes Adicionais de Energia

4 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: , , , ,

Os preços atuais do petróleo estão estimulando muitas novas iniciativas em diversas regiões do mundo para a produção de energia. Dois que não vinham sendo muito noticiados estão se destacando atualmente. O primeiro é o xisto betuminoso, com reservas novas de grandes dimensões nos Estados Unidos, como noticiado pela Reuters, atraindo grandes empresas que trabalham tradicionalmente com petróleo, cuja produção vem se reduzindo naquele país. Decorrem também do empenho governamental norte-americano para atingirem autosuficiência energética como uma questão de segurança nacional. O xisto nos Estados Unidos revela-se altamente interessante do ponto de vista econômico. O Brasil também dispõe de algumas pequenas reservas de xisto, mas suas explorações não se revelam atrativas economicamente.

Outra fonte que se revela com elevadíssimo potencial no Brasil é o gás natural, que vem se revelando abundante em diversas regiões, não somente no pré-sal. Muitos investimentos já foram feitos na infraestrutura de gasodutos, havendo a possibilidade de siderurgias altamente competitivas utilizando o gás, inclusive em escala internacional. A sua exploração deve aumentar também no exterior.

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Xisto betuminoso e o maior gasoduto da Petrobras nos últimos dez anos

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O Plano Brasil Maior

3 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: , , ,

Reconhecendo que as condições externas estão se agravando, mesmo com o aumento do teto do endividamento público nos Estados Unidos, o governo brasileiro resolveu acelerar a divulgação do seu plano Brasil Maior, procurando estimular as suas exportações, como evitando as importações consideradas predatórias. Os problemas mundiais se acumulam com as dificuldades japonesas e de países europeus, provocando uma exagerada valorização do Real, com o influxo de recursos financeiros no Brasil, que estimula as importações e prejudicam as exportações.

O governo anuncia que se trata somente de um primeiro passo que será complementado por outros que estão sendo estudados, como o conjunto de medidas destinado ao incentivo das pesquisas e inovações tecnológicas, que devem promover uma elevação do patamar da eficiência tecnológica. Antecipa-se às críticas que o plano seria difuso, sem que fique clara a estratégia para a obtenção das metas estabelecidas, e que nem todos os problemas estão adequadamente atendidos.

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Kirin Japonesa Adquire o Controle da Schincariol Brasileira

2 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: | 10 Comentários »

No mercado brasileiro de cervejas, a AmBev tem uma participação de perto de 70% e a Schincariol próxima de 11%. Segundo os jornais brasileiros, a Kirin japonesa, que tem uma forte presença nos mercados asiáticos, teria adquirido 50,45% das ações da Schincariol, portanto o seu controle. A operação está sendo contestada pelos acionistas minoritários, do mesmo grupo familiar que vendeu sua parte, alegando possuir o direito de preferência.

A operação teria sido intermediada pela BTG Pactual, empresa brasileira especializada em fusões e incorporações, depois do fracasso da venda da Schincariol para a holandesa Heineken e para a sul-africana SAB Miller. A Schincariol passou por controvertidas dificuldades fiscais e financeiras, mas veio fazendo uma série de incorporações recentes de outras empresas do setor. Espera-se que todos os problemas estejam devidamente resolvidos, mas muitos entendem que ainda existem possibilidades de outras surgirem, na medida em que existem conflitos entre grupos de acionistas desta empresa brasileira familiar.

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Problemas do Teto das Dívidas Públicas dos USA e Outros

2 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: , , ,

Todos estão sendo soterrados por notícias que ressaltam a agudeza das dificuldades dos Estados Unidos, bem como os problemas por que passam algumas economias da Europa. Ainda que sejam importantes e mal resolvidos, há que ter consciência que existem muitas desinformações, dando uma dramaticidade que não corresponde totalmente à realidade.

Toda a imprensa mundial ressaltou que a terça feira, 2 de agosto, seria a data fatal, e se o congresso norte-americano não aprovasse a elevação do limite do endividamento os Estados Unidos seriam considerados em default. Muitos bancos norte-americanos tinham a informação que o Tesouro daquele país tinha condições para resistir, no mínimo, por uma semana, que evidentemente é pouco. Uma emissora de rádio de São Paulo, numa entrevista feita com uma professora de economia internacional, informava que, com o default, cerca de US$ 200 bilhões da reserva brasileira passaria ter um valor zero, que está muito longe da verdade. Estas irresponsabilidades da imprensa agravam os problemas que são sérios. E que serão resolvidos a prazos longos com muitos sacrifícios- e todos querem que sejam feitos pelos outros.

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Prédio do Congresso norte americano

Os problemas são complexos, envolvendo aspectos econômico-financeiros, mas envolvidos dentro de disputas políticas. Eles decorrem do consumo de algumas economias desenvolvidas que vieram gastando mais do que produziam, acumulando dívidas expressivas que só serão reduzidas com cortes dolorosas das despesas e se possível com aumento das tributações, para reduzir os endividamentos necessários. E isto vai afetar o mundo todo, por muito tempo, pois todos estão desejando passar a conta para os outros.

Os países só desaparecem se forem incorporados por outros, mediante guerras e mesmo assim suas dívidas acabam sendo pagas, ainda que depois de algum tempo. Quando o Brasil retomou o seu processo de lançamento dos bônus do Tesouro brasileiro nos mercados internacionais, teve que lançar editais nos principais centros financeiros solicitando que todos os que se consideravam credores de dívidas passadas se apresentassem, mesmo que fossem seculares. A Rússia, para voltar ao mercado internacional de capitais, teve que honrar as dívidas deixadas pelo Czar, antes da Revolução de 1917.

Já houve plano, como o Brady, que resolveu os problemas do endividamento de muitos países, mediante reescalonamento dos débitos e perdão de parte dos seus custos. Muitos entendem que alguns países europeus terão que ser beneficiados por algo parecido.

Quando o México declarou-se em default em 1982, houve uma paralisia no mercado financeiro internacional, quando no mercado de Nova Iorque o Tesouro brasileiro estava sendo ajudado por uma rede de bancos internacionais, em mais de alguns US$ bilhões, sem mesmo que houvesse contrato para tanto.

Portanto, todos os agentes no mercado financeiro internacional sabem que nas situações de impasse todos acabam perdendo, no mínimo, um pouco. E sabem que sempre vale à pena perder os dedos do que os braços. Recomenda-se sangue frio, cuidando do cotidiano das pessoas comuns, deixando para as autoridades os problemas macroeconômicos.


Redução do Consumo de Energia no Japão

1 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: , ,

Como faz usualmente, o Valor Econômico de hoje reproduz um artigo de Peter Landers que está em Tóquio e publicou o seu artigo no Wall Street Journal, que recebeu o controvertido título “Japão mostra que é possível viver sem tanta eletricidade” (Japan snaps back with less power). Com os desastres naturais do Japão, segundo o autor, experimentou-se uma redução de um quinto do suprimento de energia elétrica. As luzes têm se mantido acesas e a capacidade extra da maioria dos dias poderia abastecer Nova Iorque. O impacto econômico não foi significativo e as bolsas japonesas voltaram ao nível anterior ao terremoto.

Poupar eletricidade se tornou um movimento nacional e mesmo com o calor intenso os aparelhos de ar condicionado estão limitados a 27 graus. Adotou-se o “super cool biz”, e as montadoras de automóveis estão operando nos fins de semana, fora do horário de pico. O consumo da região de Tóquio vem se mantendo 23% abaixo do verão passado.

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Sentimentos Controvertidos dos Japoneses Com os Chineses

1 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: , ,

Um artigo de Jonathan Soble, que se encontra em Tóquio, publicado pelo Financial Times, aponta alguns sentimentos controvertidos dos empresários japoneses com relação aos negócios que estão sendo feitos pelas empresas do Japão com os da China. Ele informa que na semana passada a Panasonic vendeu a divisão da linha branca da Sanyo para a chinesa Haier, que trabalha com refrigeradores e máquinas de lavar, elevando os investimentos chineses no Japão neste ano, tendência dos últimos tempos.

No mesmo artigo, informa-se que o presidente do Nippon Keidanren, Hiromasa Yonekura, expressou que qualquer compra dos chineses de empresas japonesas causa intranquilidade e medo na mente do público. Ele se refere ao sentimento de alguns empresários japoneses que entendem que os chineses estão adquirindo tecnologias e ativos das empresas japonesas para acelerarem o declínio da economia japonesa. Deve-se lembrar também de que a Kawasaki Heavy está acusando os chineses de apropriação de sua tecnologia para os trens rápidos.

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Índia Aumenta Exportação de Produtos Sofisticados

1 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: ,

A Folha de S.Paulo republica todas as segundas-feiras um suplemento selecionando alguns artigos publicados no The New York Times, e hoje inclui um artigo de Vikas Bajaj com o título “A Índia já está exportando sofisticação”. Ele informa sobre a empresa Precision Automation and Robotics India, de Ranjit Date, que retornou há 20 anos para o país com doutorado obtido numa universidade americana.

O artigo informa que a exportação de bens é o dobro dos serviços, pelos quais a Índia é conhecida. E também que está exportando até robôs para a Caterpillar, Ford e Chrysler, com produtos desta empresa. Mostra que o caminho da Índia está sendo diferente da trilhada pelos outros países asiáticos, como o Japão, a China e a Coreia, que começaram com a exportação de produtos que utilizaram a mão-de-obra barata. Os indianos começaram diretamente com produtos de capital intensivo que utilizam mão-de-obra especializada. A Índia criou, por iniciativa governamental, alguns centros de exportação de produtos industriais, como na cidade de Pune com mais de 5 milhões de habitantes, sendo que os tradicionais como têxteis e agrícolas só representam 20% do total.

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Importância dos Diretores das Escolas Primárias Públicas

1 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, webtown | Tags: , , ,

A prestigiosa revista The Diplomat publica hoje novo artigo do educador chinês Jiang Xueqin, que vem ganhando prestígio pelo seu trabalho, desta vez comentando sobre o sucesso alcançado por Xangai na avaliação chamada PISA (Programme for International Student Assessment) da OECD. Xangai superou países tradicionais em boa educação primária, como a Coreia, Finlândia e Cingapura.

Jiang Xueqin, que vem se destacando na China por seus estudos de educação, refere-se à entrevista que teve com Andreas Schleicher, o arquiteto do PISA, tanto sobre o programa como os resultados obtidos por Xangai. Segundo Schleicher, o sistema de Xangai é diferenciado e superior não só mundialmente como dentro da China, quando comparado com Hong Kong, Beijing e outras 10 províncias chinesas que participaram da pesquisa.

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Jiang Xueqin, especialista em educação chinesa

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