Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Serviços Para Atender os Idosos

4 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , | 1 Comentário »

Se existe um problema que está se ampliando em todo o mundo e precisa ser enfrentando, aproveitando experiências de países que convive com ele há décadas, este é o de cuidar dos idosos que estão aumentando rapidamente em todos os países, inclusive nos países emergentes como o Brasil e a China. O jornal econômico japonês Nikkei informa que serviços privados estão se ampliando naquele país com esta finalidade.

Não é somente nos países desenvolvidos que o percentual de idosos está aumentando, representando um custo importante que necessita ser arcado pelos jovens em idade de trabalho. Nos países que possuem maiores experiências no assunto, estão se ampliando os serviços onde os próprios idosos procuram ajudar uns aos outros, tentando levar uma vida normal, com responsabilidades que ajudam a retardar a deterioração de suas capacidades, principalmente a mental. O exemplo mais interessante que conheci foi na Áustria, onde um conjunto de cerca de 20 idosos, sozinhos ou em casais, convivem num conjunto arquitetonicamente adequado, cada um com responsabilidade de alguns setores como cultura, esportes, assuntos legais, problemas de contatos com os serviços públicos etc. retardando a esclerose natural.

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Necessidade de Uma Nova Estratégia Japonesa

4 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, webtown | Tags: , , , | 2 Comentários »

Os que observam o Japão de fora, torcendo para que encontrem uma nova estratégia que aglutine todas as suas forças disponíveis, reconhecendo as realidades limitantes atuais, acreditando nas suas possibilidades futuras com a solidariedade mundial, ficam ainda frustrados com o marasmo em que aquele país ainda se encontra como se estivesse perdido diante dos muitos problemas que enfrenta, mesmo não desejando conhecer mais que os próprios japoneses sobre suas dificuldades atuais.

As limitações parecem começar no campo político. com o primeiro-ministro Naoto Kan dando a impressão que pensa mais em salvar a sua pele, prorrogando o seu governo que se encontra desgastado no eleitorado japonês, e o seu partido não conseguindo efetuar uma reformulação desejável e aceitável pela maioria da população.

A oposição se mostra incapaz de impor mudanças que as circunstâncias exigem, inclusive para uma união nacional, sempre difícil de obter, mas que congregue no mínimo uma maioria clara concordando com um plano para o Japão.

Os líderes empresariais japoneses não se mostram determinados a assumir o comando da reconstrução nacional, passando de uma estratégia nacional que tinha como base o fortalecimento do seu setor de energia nuclear que encontra resistências em todo o mundo, depois dos acidentes em Fukushima Daiichi. A nova determinação de empenhar-se na ampliação do uso de energias alternativas e não poluentes ainda parece não ter se consolidado como consenso de todos. As medidas que estão sendo tomadas nas áreas energéticas parecem meramente paliativas, com restrições ao consumo que só podem ser temporárias.

Suas empresas parecem tentar somente a sua sobrevivência, procurando ampliar as suas atividades no exterior, onde seus custos possam ser competitivos e os mercados mais dinâmicos que dentro do Japão. Se desejarem adotar este tipo de orientação, precisa considerar que em outros países as condicionantes são diferentes das japonesas, exigindo utilizar dirigentes que estejam habituados com estes mercados, adotando a diretriz de “em Roma como os romanos”, inclusive no uso de consultores e executivos locais, com o necessário poder de decisão.

A oportunidade para a reformulação de sua política internacional, com ampliação de seus intercâmbios comerciais e tecnológicos, ainda não ganhou um desenho novo. O conjunto atual de medidas acaba dando uma ideia que todas as linhas estão sendo examinadas, não havendo uma clara prioridade e uma estratégia. De um lado, insistem-se nas alianças tradicionais com países que não contam com mais condições para contribuir significantemente na recuperação do Japão, precisando cuidar dos seus próprios problemas. As parcerias com seus vizinhos asiáticos, consolidando um bloco com a definição do papel de cada um, precisam ser explicitadas, ainda que todas elas sejam difíceis.

Os desenvolvimentos tecnológicos indispensáveis necessitam explicitar os setores onde o Japão conta com potencialidades competitivas, dando uma contribuição para o próprio país como nas negociações de parcerias com outros grupos internacionais.

As novas linhas para consolidação dos seus abastecimentos energéticos, de matérias-primas e alimentos com parceiros emergentes de todo o mundo precisam ficar claras, estabelecendo estratégias que sempre foram de longo prazo.

Verifica-se que a população japonesa está disponível para se engajar num programa de curto, médio e longo prazo, como mostram os seus empenhos voluntários, os sacrifícios a que estão dispostos, o forte engajamento na sua reconstrução nacional. Mas seus dirigentes políticos e empresariais parecem que não se mostram à altura das demandas nacionais, acabando por dar uma ideia de um arremedo de gestão pública e privada.

Aqueles que desejam colaborar com o Japão do exterior acreditando nas suas vantagens acabam ficando confusos com as dificuldades internas dos japoneses sem saber o que está se consolidado como prioridade nacional, mesmo que nada que já tenha avançado deva ser abandonado.


Economias de Energia no Japão Provocam Transtornos

4 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Ainda que os rodízios das atividades industriais e outras que consomem muita energia no Japão sejam necessários, de forma a evitar os picos de consumo, eles acabam provocando transtornos nas vidas das famílias, entre outros inconvenientes. Algumas pessoas estão sendo obrigadas a trabalhar nos horários noturnos, ou nos fins de semana, inclusive donas-de-casa que trabalham parte do tempo. Os seus maridos acabam escalados para cuidar dos afazeres domésticos, bem cuidar dos seus filhos menores.

Até agora não se observou reações importantes a estas medidas, com uma colaboração de toda a população para enfrentar a crise energética, principalmente em decorrência da suspensão do funcionamento de algumas usinas nucleares, bem como economia de algumas gerações de energias poluentes, mesmo com o calor intenso que se observa neste verão, chegando a se internar muitos idosos.

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Usina de Fukushima Daiichi, afetada pelo terremoto e tsunami, é a mais importante do Japão

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Quatro Países Candidatos ao Conselho de Segurança da ONU

4 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , , , ,

O Japão, a Alemanha, a Índia e o Brasil assinaram um pedido conjunto ao atual presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, Joseph Deiss, solicitando a aceleração das negociações para a reforma com aumento dos membros permanentes, bem como não permanentes do Conselho de Segurança, segundo notícias da NHK – televisão estatal do Japão.

Há um razoável consenso que estes países, dois derrotados na Segunda Guerra Mundial e dois emergentes importantes que ainda não fazem parte do Conselho de Segurança, pois dos componentes do grupo chamado BRICs, a China e a Rússia já são membros permanentes, devem integrar o Conselho com direitos de vetos. O Conselho de Segurança é que se reúne quando problemas importantes no mundo necessitam contar com a participação da ONU.

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Mercado de Trem Rápido no Mundo Acelera Disputas

4 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: , , , ,

As notícias atuais, como os publicados pelo jornal japonês Nikkei, mostram que a disputas sobre as patentes das tecnologias dos trens rápidos ficaram acirradas, depois da inauguração da linha de Beijing até Xangai, com a presença do premiê Wen Jiabao, preparando os projetos que estão sendo disputados no Brasil, nos Estados Unidos, na Europa e na Rússia. Além dos que são construídos em volume expressivo na China, e no Japão que não dispõe mais de tanta agressividade.

O dirigente máximo da WIPO – World Intellectual Property Organization, Francis Gurry, onde se disputam as patentes entre os que se acham com direitos, decidiu que a organização não se envolverá nos problemas que envolvem os japoneses e chineses com relação aos trens rápidos, ficando por conta de cada país admitir as patentes que serão utilizadas.

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Ao mesmo tempo, uma das grandes empresas europeias que também participavam de divergências com os chineses, como a Siemens, assinaram um acordo com eles, na presença da chanceler Angela Merkel. O acordo envolve os projetos na Califórnia, nos Estados Unidos. Os chineses, que já possuem mais de 7.000 quilômetros de trens rápidos, pretendem chegar a 16.000 nos próximos anos, sendo motivo de orgulho daquele país, ainda que sejam deficitários.

Eles disputam projetos em outros países com suas tecnologias, que afirmam ter aperfeiçoado mais que os dos japoneses, contando com custos mais baixos e financiamentos abundantes. O jornal japonês chega à conclusão que os japoneses também necessitam estabelecer acordo semelhante, pois sem isto ficarão fora do mercado mundial. Alguns dirigentes japoneses lamentam a situação, mas tudo indica que precisam ser pragmáticos se desejam permanecer no mercado internacional.

As disputas envolvem a japonesa Kawasaki Heavy e também a canadense Bombardier, mas somente os japoneses expressaram as suas contrariedades oficialmente, pois todas as demais desejam contar com fatias do mercado mundial, pois suas participações são sobre partes dos materiais rodantes que representam, no máximo, 30% do custo total dos projetos.

Lamentavelmente, ainda que os japoneses tenham desenvolvido tecnologias de qualidade, suas atuais qualificações não os tornam competitivos nos mercados externos, principalmente em fornecimentos de trens rápidos, necessitando de associações com empresas de outros países, como os que vêm negociando com os coreanos.

A dimensão mundial deste mercado é astronômica e a sua execução deverá demandar muitas décadas, generalizando-se por outros países, tanto de grandes populações concentradas como de dimensões geográficas expressivas.


Culinária Japonesa em Todo o Mundo

1 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, webtown | Tags: ,

Um brilhante artigo de Robbie Swinnerton, publicado no The Japan Times, leva à reflexão que a sofisticada culinária japonesa precisa ser adequadamente conhecida, principalmente quando virou moda em todo o mundo, misturando alhos com bugalhos. O verdadeiro kaiseki ryori não só exige anos de treinamento dos chefs bem como cuidados nos detalhes, respeitando as estações do ano, e um preparo cuidadoso, só podendo ser apreciado pelos que sabem distinguir a qualidade do que está saboreando, exigindo horas para o seu consumo, na linha do que se conhece como slow food, contrastando com o chamado fast food.

Tanto no Brasil como na Europa, como em todo o mundo, a culinária japonesa tornou-se a moda atual, competindo com a pizza de origem italiana que pode ser encontrada em qualquer lugar, mas que também apresenta problemas de qualidade. Numa espécie de lanchonete especial na loja de departamento Lafayette de Paris, que continua de grande prestígio ainda que decadente, servia-se culinária japonesa, mas logo se constatou que a sua administração, certamente terceirizada, era de um grupo chinês, como se encontra em muitos lugares da França. A culinária japonesa ganhou fama por ser saudável, utilizando matérias-primas frescas, mas corre o risco de virar uma praga, com profissionais mal preparados distorcendo os parcos aprendizados que adquiriram, pouco conhecendo a verdadeira. Não basta se esforçar.

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Iguarias delicadas: yakimono (prato grelhado) do Kaiseki / Arroz coberto com moluscos cozidos, para ser saboreado no estilo temaki sushi

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Cultura Humanitária Globalizada da França

1 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, webtown | Tags: , , , ,

Apesar das culturas asiáticas serem de muitos milênios em diversos países, como na China e na Índia, o mundo ocidental conheceu mais profundamente somente o que vai até o Oriente Médio, como a Mesopotâmia (hoje Iraque), a Pérsia (hoje Irã) e o Egito. Isto apesar de que os chineses tenham negociado com os fenícios usando a Rota da Seda. Só perto do século XIII, Marco Polo e os comerciantes venezianos organizaram informações sobre a China e a Ásia Central e seus povos, interessados na comercialização de seus produtos ainda considerados exóticos na Europa.

No Ocidente, a França tem historicamente a fama de alimentar maior preocupações humanística, com conhecimentos de culturas que não sejam de origem europeia. Com a inauguração do Museu do Braniy (Musée du Quai Braniy) há cinco anos, consolidou-se a preocupação com o diálogo com outras culturas, de forma inteligente e institucional, contando com o suporte do setor privado.

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Novas Facetas de Hokkaido

29 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Todos que conhecem Hokkaido, a grande ilha no extremo norte do Japão, lembram-se dos seus amplos espaços, mas ficam marcados pelo intenso frio, com neves abundantes. Eu mesmo só conheço Sapporo, a sua maior cidade, pelo famoso evento do Festival de Gelo, onde as famosas esculturas são apresentadas, e as avenidas e ruas são ocupadas por carros habilmente dirigidos pelos motoristas. Eles derrapam, apesar do uso de correntes. No entanto, Kate Crockett publica no The Japan Times uma faceta pouco conhecida desta região, onde uma comunidade com muitos estrangeiros vive feliz, como numa localidade chamada Niseko, próxima às grandes plantações de girassol para produção de óleos de boa qualidade.

Hokkaido foi uma região colonizada por estímulo das autoridades japonesas um pouco antes da imigração para o Brasil, sendo que alguns vieram morar na Amazônia, pois lá existia um centro de pesquisa de agricultura tropical. Suas extensões territoriais se diferenciam do resto do Japão, havendo uma pequena pecuária e florestas soberbas em termos japoneses, mas que não chegam a ser comparadas com as Amazônicas. Muitos imigrantes japoneses que vieram para o Norte do Brasil acabaram se deslocando principalmente para São Paulo, pois as condições amazônicas eram demasiadamente rigorosas.

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Durante o curto verão, Hokkaido se enche de flores

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Imigração Internacional na Crise Econômica

29 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: , ,

O jornal Valor Econômico informa que os registros da autorização da entrada de estrangeiros no primeiro trimestre deste ano acusaram um sensível crescimento com relação ao ano passado. Na maioria dos países desenvolvidos, principalmente na Europa, o nível de desemprego está elevado, até do pessoal melhor qualificado, provocando a volta de muitos que tinham emigrado para lá, principalmente do mundo menos desenvolvido, e até dos que se tornaram emergentes nas últimas décadas. O elevado desenvolvimento não só do Brasil demanda mais mão-de-obra qualificada, e é natural que parte dos desempregados se disponha a tentar a sua vida em novas terras.

O Brasil vinha sendo um país que tinha uma corrente emigrando para países mais desenvolvidos, como os Estados Unidos, Japão, países europeus e até os vizinhos como o Paraguai, que apresentavam boas oportunidades de emprego. No caso do Japão, a grande maioria era emigrantes temporários e legais, por causa de uma legislação especial que levava em consideração a qualidade de descentes de antigos imigrantes japoneses, enquanto em outros países o número dos ilegais era elevado.

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Brasileiros que trabalhavam no Japão estão fazendo o caminho de volta

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Disputa de Tecnologias dos Trens Rápidos

29 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: , , | 4 Comentários »

Todos sabem que os chineses estão absorvendo tecnologias provenientes do exterior que, aperfeiçoados, informam serem seus. É o caso da nova tecnologia dos trens rápidos que utilizam na nova linha que liga Beijing a Xangaii, mais rápida que os dos japoneses e dos europeus. Sua patente está sendo requerida em cerca de 20 países pelos chineses, inclusive no Brasil, onde pretendem disputar a ligação de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. A notícia está publicada no jornal econômico japonês Nikkei de hoje.

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