Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Aperfeiçoamentos no Crédito Rural Brasileiro

17 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , ,

Os que eram responsáveis pelo Banco Central do Brasil nos anos 60 até 80 ficam com um sentimento confuso. Ou o Brasil estava adiantado nas suas práticas creditícias da época ou estamos atrasados hoje, procurando recuperar parte do que se fez no passado. Em vez de concentrar-se na elevação da taxa de juros, imaginando que o mercado proporcionava as soluções adequadas, volta-se hoje às práticas chamadas de medidas macroprudenciais, que não são nada mais que as manipulações dos antigos depósitos compulsórios e estabelecimentos de restrições para a expansão descontrolada dos créditos concedidos, dirigidos para determinadas prioridades.

O Valor Econômico de hoje noticia, com um artigo do jornalista Mauro Zanatta, que as autoridades pretendem alterar o manual de crédito rural visando estimular o aumento da produção de alimentos básicos. Muitos aspectos que estão sendo aperfeiçoados já foram utilizados no passado, absorvendo conhecimentos proporcionados pela chamada Revolução Verde, liderada por Norman Borlaug, que acabou recebendo o Prêmio Nobel. Entre suas muitas contribuições, destacaram-se os usos das sementes selecionadas, corretores de solo, fertilizantes e defensivos que proporcionaram um significativo aumento da produtividade agrícola e pecuária.

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Prêmio Nobel Norman Borlaug. Aplicação de pesticida com o uso do avião

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Andorinhas Voltam a se Aninhar em Minami Sanriku

17 de maio de 2011
Por: Naomi Doy | Seção: Notícias | Tags: , , , , ,

No dia 11 de março, Mary Caitlen Churchill aproveitava intervalo para estudar japonês numa sala da Escola Elementar de Togura, em Minami Sanriku, província de Miyagi. Vinda de Boston, Massachusetts, ela lecionava inglês em escolas da região através de programa de intercâmbio para professores. Após o forte tremor, o alarme de tsunami alertava para ondas de 10 metros. Diretor, professores, alunos e funcionários escalaram morro atrás da escola, e viram o prédio de três andares coberto pelas ondas. Que, se constatou depois, atingiram mais de 16 metros na cidade. Caitlen e os demais sobreviveram apenas com a roupa do corpo. Naquela noite, se abrigaram num depósito, e comeram meio onigiri cada um. Muitas das crianças ficaram órfãs.

Milagrosamente, a escola de Togura, em alvenaria, permaneceu de pé em meio à lama, coberta de detritos, redes de pesca e algas marinhas. Mas 95% da cidade de Minami Sanriku foi destruída. Situada no fundo de pequena linda baía, igual a outras dezenas ao longo do litoral nordeste, a cidade pesqueira girava em torno da fartura do seu mar. Criações de ostras e algas cultivadas em belas fazendas marinhas, ancoradouro, indústria pesqueira, barcos, depósitos, tudo foi levado pelas ondas. O governo japonês formou um conselho para estabelecer metas para restauro. Primeiro-ministro, governadores e prefeitos são a favor de reconstrução em vez de mera recuperação. Municípios severamente atingidos vão ter autonomia para decidir sobre taxação de impostos, zoneamento de florestas e terras, ocupação do solo etc.

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Prédio da escola em meio à lama. O diretor Atsushi Asokawa observa relógio

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Professora Mary Caitlen Churchill . Prefeito de Minami Sanriku com o casal imperial

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Julia Gillard com o prefeito Jin Sato. Andorinhas tsubame em cantos de casas

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The Economist Analisa Problemas Que Podem Ser Comuns

16 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , , | 4 Comentários »

O último número do The Economist menciona no artigo “Young, gifted and blocked” (tradução livre, “Jovem, dotado e bloqueado”) o caso da Humax, uma empresa coreana que nasceu da reunião de alguns estudantes de engenharia e faturou US$ 865 milhões num ano, como uma exceção, pois a economia da Coreia continua sendo dominada pelas Chaebol, grandes conglomerados de base familiar. A maior delas é a Samsung, que exportou um quinto do total coreano. A maioria dos jovens coreanos prefere fazer carreira nestes conglomerados, no serviço público ou como profissionais autônomos, ainda que já existam novas empresas nos setores de comunicação de ponta.

Algo semelhante já aconteceu no Japão com as chamadas zaibatsu que foram desmembradas quando terminou a Segunda Guerra Mundial, que coincidiu com um surto de desenvolvimento. Ainda que existam hoje aglomerados como a Mitsubishi, Sumitomo, Mitsui e outras, elas não atuam mais fechadas como no passado. Com as recentes crises, as pequenas e médias empresas estão crescendo mais rapidamente que as grandes organizações. Mas continua não havendo uma política explícita para o fomento de algo parecido com o que ocorreu no Vale do Silício, de onde nasceram empresas que se tornaram conhecidas como inovadoras nas tecnologias avançadas, hoje as mais valorizadas do mundo.

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Mais Informações Sobre Metais Raros no Japão

16 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , , , | 10 Comentários »

As informações mais detalhadas publicadas pelo importante jornal japonês Asahi noticiam que foram confirmadas volumosas reservas de minérios raros no fundo do mar. As reservas chegam a ser estimadas em 900.000 toneladas, estando a 200 metros de profundidade no oceano, com cinco metros de diâmetro, espalhando-se por um círculo de 1,5 quilômetros. Utilizando-se o raio X, estimou-se em cerca de 6% de conteúdo de antimônio, um material estratégico. Como o volume de uso deste produto no ano passado foi de 5.000 toneladas, 95% importado da China, chegou-se a estimativa que pode suprir o Japão por 180 anos, mesmo com as restrições de fornecimento dos chineses.

Este material é utilizado para dificultar a combustão, bem como na produção de semicondutores. Ele é extremamente estratégico na alta tecnologia, estando incluído entre as chamadas terras raras. No entanto, trata-se de um material altamente tóxico comparável ao arsênico, não se dispondo ainda de tecnologia para a sua exploração no fundo do mar. Quem está trabalhando no assunto é o professor Toshirou Yamanaka, de Okayama, e os resultados das pesquisas devem ser relatados em outubro próximo em Chiba, na reunião da União de Geociência do Japão.

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Pedras contendo antimônio coletadas no fundo do mar na baía de Kagoshima. Professor Toshirou Yamanaka

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Descoberta de Metais Raros no Japão

15 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , , | 2 Comentários »

silviakikuchi_reasonably_small O twitter da Silvia Kukuchi, jornalista brasileira muito bem informada que trabalha no Japão, e que conta com este com este instrumento muito utilizado por muitos, noticia com base numa fonte do importante jornal japonês Asahi, que teria se descoberto naquele país, na baía de Kagoshima, uma importante jazida de metais raros que seriam suficientes para o consumo de 180 anos daquele país. Não se dispõe ainda de informações detalhadas sobre suas características em outras fontes japonesas de informações confiáveis, principalmente por se tratar de um fim de semana.

Se confirmadas, os metais raros podem ter uma ampla variedade, sendo que as chamadas terras raras, que também compreendem um grande número de produtos, são extremamente estratégicas, e um dos seus maiores produtores é a China, que vem evitando a sua exportação, criando problemas não só para o Japão. Nas novas tecnologias, notadamente eletrônicas, os seus consumos são elevados.

Por se tratar de um assunto que exige exames técnicos sofisticados, para o quais os japoneses estão extremamente qualificados, com agências governamentais especializadas, estas primeiras notícias são alvissareiras, mas ainda devem ser consideradas com cautelas, para conhecimento detalhado de quais metais está se referindo.

Aguardam-se mais detalhes sobre estas informações, nos próximos dias, pois são dados que podem influir de forma sensível a evolução do mercado, sempre atento a assuntos de alta tecnologia.


Índia Tentando Superar a China

15 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , ,

O jornalista James Lamont, do Financial Times, teve o seu artigo reproduzido na Folha de S.Paulo referindo-se às projeções feitas por alguns analistas sobre a possibilidade da economia da Índia superar a da China nos próximos anos. Informa que os problemas sociais e de corrupção que se multiplicam naquele país podem comprometer as condições proporcionadas pela sua estrutura demográfica, que conta relativamente com mais jovens que os chineses que já enfrentam os encargos de sustentar um grande percentual de idosos.

Ele aponta que os indianos nem sonhavam com crescimentos a ritmos elevados quando se libertaram do domínio dos ingleses, mas nas últimas décadas uma elite, que atualmente é liderada pelo premiê Manmohan Singh, formulou muitos dos seus planos quinquenais que veio acelerando o seu crescimento. E o atualmente em discussão, o décimo segundo, para o período 2012 a 2017, que deve perseguir um crescimento próximo de 10% ao ano. O prêmio Nobel de economia Amartya Sen, amigo pessoal do atual premiê propõe que não se concentrem em superar a China, mas preocupar-se também com os problemas de corrupção e com o surgimento das atuais pressões inflacionárias.

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Desejáveis Intercâmbios Militares Sino-Americanos

15 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: , ,

Todos reconhecem que os chineses e os norte-americanos são os mais poderosos países que possuem uma elevada capacidade militar no mundo atual. Quanto mais eles se entenderem, os riscos universais de conflitos gerais ou localizados podem ser reduzidos. A recente e inusitada visita de altas autoridades militares chinesas aos Estados Unidos para entendimentos bilaterais, com a extensão de suas visitas às unidades vitais para a segurança mundial, mesmo com as profundas diferenças existentes entres os dois países nestes assuntos, deve ser saudado como um acontecimento alvissareiro de interesse para todos. Isto está sendo anunciado com destaque no China Daily, mas é difícil se encontrar notícias sobre estes fatos nos principais jornais norte-americanos, como The New York Times, The Washinton Post ou The Wall Street Journal. Compreende-se que a opinião pública norte-americana e mundial esteja voltada para outros assuntos sensíveis, mas seria interessante confrontar os pontos de vista de ambas as partes envolvidas nestes contatos.

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Empresas Japonesas Continuam Desafiando a Lógica

15 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , ,

Algumas grandes empresas japonesas continuam contrariando a sua própria lógica, e ouvindo pouco as opiniões locais, sujeitando-se aos riscos desnecessários. Quando da decisão de localização de uma delas no Mercosul, acabaram decidindo instalar uma de suas unidades na Argentina, mesmo sabendo que o Brasil contava com um complexo industrial mais estruturado para o fornecimento de componentes e representava a demanda de cerca de 80% da produção prevista. Possivelmente, foram guiados pelo princípio que deveriam estar presentes em todos os mercados, considerando sua atuação no mundo globalizado. Esqueceram os sábios princípios japoneses de fazer as coisas logicamente, nos projetos de longo prazo, evitando o uso de artifícios. Existe um ditado japonês que afirma que a água corre para o mar, sendo mais difícil reverter esta tendência lógica, fazendo-o subir para a montanha.

Mais recentemente, decidiram instalar uma nova unidade no Estado de São Paulo, considerando que estavam mais próximas da localização de suas principais unidades, ainda que muitos outros estados brasileiros oferecessem vantagens fiscais e outras facilidades. Dificilmente, elas perdurarão por muito tempo num país Federativo, que conta com impostos de valor adicionado que estão sendo utilizados como barreiras alfandegárias. Devem ter aprendido com as dificuldades que estão enfrentando no Mercosul e passaram a respeitar um pouco mais as opiniões daqueles que possuem uma longa experiência local.

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Rápida Reação das Empresas Japonesas aos Desafios

14 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , , | 12 Comentários »

Diante dos desafios a que estão submetidas, as empresas japonesas estão respondendo com grande rapidez, mostrando sua capacidade de se ajustar às mudanças do mercado, promovendo inovações e entendimentos no exterior. O jornal econômico Nikkei, na edição deste sábado, dá informações sobre um conjunto de iniciativas que, muito rapidamente, estão colocando as empresas em situação de enfrentar de frente os problemas que estão tendo, promovendo um salto nas suas atividades. Um exemplo significativo foi dado pela Toyobo, que já foi a líder do setor têxtil e estava avançada na produção de filmes de polipropileno de vários tipos.

Com a necessidade de economia de energia, aumentou a demanda de células solares que utilizam muitos filmes. Ao mesmo tempo, o aumento do uso de celulares inteligentes, bem como tablets, por exemplos, aumentou o consumo de filmes. A Toyobo providenciou imediatamente filmes especiais para atender estas necessidades: que para ter custos mais baixos, passou dos filmes com base no fluorine para os de poliéster.

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Demografia e Projeções Para o Futuro

14 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: , , | 2 Comentários »

Como os dados demográficos dos censos efetuados por todo o mundo em 2010, os mais variados estudos estão chegando ao conhecimento do público, alguns com informações assustadoras. O The Economist, respeitável revista de circulação internacional, chega a publicar uma matéria com o título: “…isn’t destiny, one hopes” (tradição livre: …não é o destino, espera-se). Mais de 100 censos efetuados em 2010, com dados da China, Índia e Américas, reportaram seus resultados, e a divisão de população das Nações Unidas divulgam suas projeções que são efetuadas a cada dois anos, agora até 2100.

Segundo as Nações Unidas, a população mundial chegará a 7 bilhões de habitantes em outubro próximo, alguns meses antes do que era esperado. Em 2100, projeta-se que superará 10 bilhões de habitantes, ainda que estas projeções de longo prazo tenham que ser aceitas com reservas, pois o quadro geral poderá se alterar, modificando as hipóteses que são utilizadas, com alterações no fator fundamental que é a fertilidade, que vem declinando.

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