Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Desafios Tecnológicos Vindos da Ásia

10 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , ,

Um interessante artigo de Steve Lohr, do New York Times, publicado na Folha de S.Paulo, chama a atenção sobre o importante esforço chinês no estímulo das inovações e patentes. Enquanto muitos países ficam se perdendo nas discussões de outros aspectos da política econômica de curto prazo, alguns países emergentes estabelecem um claro programa para estimular um salto nas suas inovações tecnológicas. O Serviço de Propriedade Intelectual da China publicou recentemente a sua “Estratégia Nacional para Desenvolvimento de Patentes (2011-2020). Pretende-se chegar em 2015 a 2 milhões de patentes solicitadas, o que deve ultrapassar os Estados Unidos.

A Thomson Reuters, especializada nos levantamentos dos estudos científicos em todo o mundo, prevê que já em 2011 a China deve ultrapassar os Estados Unidos neste setor. Este processo está ocorrendo a uma velocidade bem superior a esperada pelos analistas. As patentes estão ocorrendo em áreas consideradas prioritárias pelos chineses, como energia solar e eólica, tecnologia da informação e telecomunicações, fabricação de baterias e automóveis.

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Mais Que Somente o Crescimento

7 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , ,

Um estimulante artigo publicado por David Pilling no Financial Times provoca reflexões sobre a atual estagnação econômica do Japão, elevado endividamento e declínio de suas empresas, que podem ser válidos também para outras economias desenvolvidas da Europa. Muitos observadores estrangeiros veem com tristeza o que está acontecendo no país do Sol Nascente, segundo o autor. Em 1994, o PIB japonês representava 17,9% da mundial, e este percentual está reduzido a 8,76% no ano passado, parecendo por outros dados que o Japão perdeu o rumo que tinha. Muitas causas podem ser apontadas para levar a esta situação, mas David Pilling acha que isto não explica toda a história do que está acontecendo.

Segundo ele, um país pode ser avaliado pelos resultados que empresários estrangeiros podem realizar naquele país. Outra forma seria o propósito desta economia nacional ajudar outros países parceiros. Uma proposição diferente pode ser levantada para a avaliação, que seria a finalidade de servir ao seu povo, medida pela a renda real per capita, que resulta num quadro diferente. Nos últimos cinco anos, segundo Paul Sheard, da Nomura, o Japão por este indicador cresceu 0,3% ao ano, enquanto os Estados Unidos 0,0%.

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Visão Mais Realista do Ano do Coelho 2011

3 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , ,

Em que pesem os cenários mais promissores esperados para 2011, ano do Coelho, quando comparados com o do ano anterior, muitos analistas vêm destacando e veiculando pela imprensa somente os obstáculos que precisam ser enfrentados. Mesmo os mais conservadores já admitem uma recuperação em marcha das economias desenvolvidas, esperando que as mais complexas como as dos Estados Unidos e Japão estejam com o crescimento girando em torno dos 2% ao ano nesta passagem do ano. E as emergentes superando o percentual de 7%, que são taxas próximas às anteriores à crise de 2008. Eles previam para 2010 situações pessimistas, e foram desmentidos pelas realidades, mas continuam com as mesmas tendências com viés negativo.

No Brasil, onde há um novo governo fornecendo suas primeiras indicações das diretrizes com as quais pretende atuar, os analistas apontam as pressões inflacionárias. Ainda que partes delas já estejam arrefecendo, pois as ofertas agropecuárias tendem a crescer com os estímulos dos preços. E os preços das matérias primas básicas já atingiram o máximo com a moderação do crescimento da economia chinesa.

Os atuais níveis de preços continuam favoráveis ao Brasil, ampliando as decisões para o crescimento da produção que será destinada, em parte, para as exportações, gerando as divisas necessárias. A presidente Dilma Rousseff vem revelando seu estilo próprio e uma forma de gestão que se diferencia do seu antecessor, ainda que seja de continuidade, preocupando-se com a eficiência da máquina administrativa governamental.

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Criança chinesa festeja o Ano do Coelho. Foto: China Daily

Não se deve ignorar os problemas que existem em todo o mundo, com endividamento elevado, desemprego e necessidade de ajustamento às novas realidades globais. Sente-se, no entanto, que as economias emergentes estão compensando as lacunas deixadas pelas industrializadas, num processo que não deixa de ser doloroso. Há que se admitir que isto faça parte do processo de evolução histórica mundial, com uma melhoria geral de distribuição de renda.

Novas perspectivas estão sendo abertas, com o aproveitamento dos recursos humanos e a geração de novas tecnologias para o desenvolvimento sustentável, com a intensificação das pesquisas. As aspirações por melhores padrões educacionais, de saúde, de assistência social e de segurança pressionam os poderes públicos por respostas adequadas, dentro de uma disseminação de sistemas democráticos com respeito aos direitos humanos, mesmo com as resistências existentes.

A comunicação mundial e entre os seres humanos intensifica-se com as conquistas de novas tecnologias, tornando-se realidade a aldeia global em que todos nós convivemos. Como todos os problemas são informados on time, muitos acabam ficando com a impressão que eles aumentaram.

Há um significativo aumento dos bens e serviços colocados à disposição da humanidade, produção que continuará aumentando com o emprego de mais recursos humanos e recursos naturais disponíveis, que estão se ampliando. É natural que haja uma sensação de que não atendem as necessidades de todos, pois os nossos padrões de exigência estão se elevando, mas é essa pressão que vai determinar a necessidade de ampliação constante dos mesmos. É o que se chama desenvolvimento.

O que se pode aguardar é que ao final de 2011 vamos constatar que, mesmo ainda insatisfeitos, estaremos em condições melhores que ao final de 2010. Nota-a a disposição de todos para trabalhar para tanto, pois isto não será dado por nenhuma autoridade, mas conquistada por toda a população.


Um Agradecimento a Todos

30 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Categoria?, Notícias

Este site ASIACOMENTADA.COM.BR é um trabalho voluntário, lançado neste ano de 2010 com o propósito de incrementar o conhecimento recíproco entre a Ásia e a América do Sul, duas regiões dinâmicas e emergentes do mundo atual. Postou mais de 850 artigos, recebeu algumas centenas de comentários e críticas e milhares de visitas que muito nos honraram.

A todos, os nossos mais efusivos agradecimentos e a promessa de maior empenho para continuar melhorando este site no próximo ano de 2011, com alguns aperfeiçoamentos.

Desejamos a todos um bom Ano Novo, o do Coelho, e que a realização de todos se multipliquem como este pacífico e adorável animal.

Paulo Yokota e equipe, Kazu Kurita e Naomi Doy, com a ajuda técnica de Décio Horita Yokota e da Google

Dezembro de 2010.


Balanço de Uma Década na Folha de S.Paulo

30 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: , ,

Compreende-se que o papel da imprensa deva ser o exercício da crítica, mas quando se faz um balanço de uma década como a que está terminando é preciso ser muito pessimista para que haja mais destaque sobre os eventos negativos que os positivos. O da Folha de S.Paulo começa com uma capa que destaca: “Terrorismo, terremotos e tuites”. Nas pequenas notas de muitos jornalistas predominam as sobre fatos lamentáveis, e o mesmo acontecendo nos destaques na linha do tempo. A nota principal do balanço escrita por Clóvis Rossi tem o título: “Terror, no ar e na banca, marca a década”.

Este site procura adotar uma linha editorial mais equilibrada. Sem negar os acontecimentos negativos e lamentáveis. Olhando os principais acontecimentos desta década, pode-se constatar que muitos foram alvissareiros, e que apesar de tudo que ainda há que se superar como problemas, o mundo melhorou e o Brasil com ele. Houve uma aceleração da globalização, com a sensível melhoria da comunicação entre as várias partes do universo, popularizando-se o uso da internet, dos telefones celulares e assemelhados. Realizou-se uma significativa melhoria dos grandes países considerados emergentes como a China, a Índia e o Brasil, com grandes populações, aumentando o intercâmbio entre as nações. Apesar dos avanços inferiores ao desejado, há uma maior consciência universal da necessidade do desenvolvimento sustentável, com respeito ao meio ambiente.

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A produção agropecuária aumentou de tal forma que se tornou possível melhorar a alimentação mundial, até para o socorro das populações famintas como de alguns povos africanos ou vítimas de desastres naturais. Ampliou-se a utilização dos recursos humanos e naturais, descobriram-se novos como no pré-sal. Energias não poluentes como a solar e a eólica passam a ser mais utilizadas. Mais habitações foram construídas, vestimentas melhores e mais acessíveis foram universalizadas, e bens mais acessíveis como computadores, eletrodomésticos, veículos ficaram disponíveis para uma classe média que aumentou em todo o mundo.

A expectativa de vida aumentou de forma significativa em todo o mundo, mostrando que muitas calamidades que provocavam a mortalidade infantil foram atenuadas, em que pese o reclamo natural e legítimo por melhores assistências médicas, educacionais, previdenciárias e sociais universais até para os mais humildes.

Houve avanços tecnológicos e científicos, aumentando o domínio do conhecimento da humanidade sobre os problemas que ainda a afligem, com aumentos significativos da produção de bens e serviços. Houve uma sensível melhoria na logística mundial, permitindo que os benefícios chegassem até os confins do universo. Os conflitos armados são exceções, ainda que persistam desentendimentos entre nações, e a violência não tenha sido banida do mundo.

Os regimes democráticos se generalizaram, e os ditatoriais sofrem a pressão da humanidade que passou a habitar uma aldeia global, todos se preocupando uns com os outros. Que ainda há muitas questões que continuam como desafios a serem superados não há dúvidas, mas a solidariedade humana tornou-se uma regra.

As tragédias que se abatem sobre os seres humanos, animais como vegetais sensibilizam a todos e são transmitidas quase instantaneamente por todo o mundo, despertando indignações e solidariedades que se transformam em socorros voluntários de organizações de assistência.

O mundo melhorou, mas ainda existem muitas coisas que a humanidade necessita conquistar, e estes desafios estimulam os seres humanos para trabalhos criativos. A perfeição não existe, mas muitos continuam lutando para se aproximar dela.

Não podemos ser dominados pelo pessimismo. Com realismo, a humanidade continua lutando por dias melhores e está avançando. A próxima década deverá ser melhor que a atual, que certamente foi melhor que a anterior.


Lula da Silva Depois da Presidência

28 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , ,

O jornal Valor Econômico, com um artigo da jornalista Cristiane Agostine, informa onde Lula da Silva irá se instalar depois de deixar a Presidência. Voltando das merecidas férias, ele se instalará no Instituto Cidadania, uma ONG sediada no bairro do Ipiranga, em São Paulo, onde ele ficava antes de assumir o cargo máximo da República. O imóvel passará por uma reforma e, nesta instituição, ele cuidará de assuntos relacionados com a cooperação para o desenvolvimento da África, integração dos povos da América do Sul, combate à pobreza, estudos sobre a nova matriz energética e reforma política.

No Memorial do Governo Lula da Silva, vinculado à Universidade Federal do ABC, ficará todo o acervo dos presentes recebidos e as documentações do seu governo. Ficará encarregado destas instalações o seu antigo colaborador Paulo Okamotto, que com ele já trabalhava antes do seu governo e estava na presidência do Sebrae. O Memorial contará com recursos audiosvisuais interativos como os do Museu da Língua Portuguesa e Museu do Futebol, ambos extremamente visitados.

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Paulo Okamotto em foto da ABr

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Duas Notas de Carlos Ghosn no Nikkei

27 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Empresas | Tags: , ,

Carlos Ghosn, o empresário brasileiro que comanda a aliança da Renault-Nissan, completa com duas notas sua série de cinco artigos publicados no jornal japonês Nikkei, referindo-se ao comportamento de uma empresa global durante a crise e a liderança empresarial no mundo globalizado. Ressalte-se que esta série é algo inusitado na imprensa japonesa, demonstrando o elevado prestígio que ele tem no mundo empresarial do Japão, quando o país tenta superar sua estagnação econômica.

Na quarta nota, ele constata as lições que absorveu na superação da crise mundial de 2008/2009, considerada sem precedentes. Como um terço da população mundial vive hoje na China e na Índia, ele entende que há novos desafios, que precisam ser superados com novas parcerias, como as que estabeleceram com a Mitsubishi, paralelamente ao aprofundamento da aliança Renault/Nissan. A consolidação de um grande grupo tornou-se uma necessidade.

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Opinião de Peso Sobre a Complexa Situação Asiática

27 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: , ,

yuriko koike Todos sabem que, infelizmente, a situação política internacional está complexa na Ásia, com a forte ascensão econômica, política e agora militar da China, enquanto a presença norte-americana que sempre foi relevante está tendendo a diminuir. Todos torcem para que haja um entendimento diplomático, com base no forte intercâmbio econômico existente na região, mas existem os que, de forma realista, admitem que os investimentos em segurança internacional tendem a aumentar.

Num importante artigo, Yuriko Koike, ex-ministra da Defesa do Japão e importante dirigente do PLD – Partido Liberal Democrata daquele país, hoje na oposição, publica seus detalhados pontos de vista que foram publicados no jornal O Estado de S.Paulo de 26 de dezembro. Seus pontos de vista devem ser levados em consideração, dada a responsabilidade que teve em diversos cargos ministeriais. A tese dela é que a China, apesar do seu ímpeto pela hegemonia, depende demais do seu relacionamento com os países da Ásia para militarizar a região. Vale a pena ler a íntegra do seu artigo.

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Globalização e Diferenças Culturais

27 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais | Tags: , ,

O atual mundo globalizado apresenta desafios que necessitam ser superados. Os econômicos são mais facilmente aceitos, mas os que envolvem as culturas e as religiões dos diversos povos são mais difíceis, pois, além de serem compreendidos pelo intelecto, necessitam ser aceitos pelas emoções que despertam nas pessoas, que dependem menos da racionalidade, mais da fé. Quando a China começa a ocupar uma posição de destaque no mundo, é indispensável que haja adaptações, não só da parte dos chineses, como do resto do Planeta.

Neste final do ano, há que se entender que o Natal é um evento de elevada importância para os cristãos, mas os não cristãos são mais numerosos no mundo. O seu sentido comercialmente deturpado acaba sendo difundido mais rapidamente, mas a sua compreensão religiosa apresenta dificuldades imensas. De forma semelhante, o ano gregoriano predomina no mundo oficial, mas numa parte substancial do mundo, o ano lunar é que é comemorado, como na China, em 17 de fevereiro próximo, quando começa o ano do coelho.

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Véspera do Ano Novo chinês em Meizhou. Presépio representando nascimento de Cristo

 

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Milagres Existem, Principalmente no Natal

27 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: ,

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Monique van der Vorst caminha ao lado da cadeira de rodas no estádio olímpico de Amsterdã

Mesmo com todos os avanços da medicina, acabam acontecendo algumas coisas difíceis de serem explicadas, que para muitos são consideradas milagres, que animam todos os que contam com boa vontade, principalmente nestas épocas natalinas. A Jovem Pan Online noticia, numa nota de Danilo Meira, que a atleta paraolímpica holandesa Monique Van der Vorst, medalha de prata em Pequim 2008, está fora das próximas em Londres.

É que ela, a ciclista que ficou presa por 13 anos numa cadeira de roda, voltou a andar. Ela havia perdido os movimentos das pernas com 13 anos de idade, tendo obtido duas medalhas em Pequim, na modalidade paraolímpica. Quando treinava para Londres, foi atropelada por outro ciclista, começando a sentir um formigamento.

Submetida a intensas seções de fisioterapia, conseguiu se recuperar, ficando de pé. Ela afirmou nem “precisa de Natal, pois cada dia passou a ser especial”, andando hoje sem dificuldade. Não poderá mais disputar paraolimpíadas, mas afirma: “Isto me deu grande autoestima. Aprendi a pensar em possibilidades, e não em limitações.”

Para o futuro, Monique sonha em disputar o triatlo, andando com os próprios pés. Que seja um exemplo para cada um de nós.