Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Imagem do Monte Fuji criado por LEDs

10 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , , | 4 Comentários »

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Esta maravilhosa imagem foi publicada pelo Japan Today, como a foto do dia. Está no Parque Temático Kuwana, na Província de Mie, no Japão.

Produzido por LEDs, conta com 5,8 milhões de luzes, e deve ficar exposto até março do próximo ano.

Está despertando uma grande curiosidade, com muitos comentários dos leitores daquele jornal.


“Iniciativa Satoyama” – Cada Bicho no seu Quadrado

8 de novembro de 2010
Por: Naomi Doy | Seção: Notícias | Tags: , ,

Recentemente, tem aumentado no Japão casos de animais silvestres (ursos, macacos, javalis) descendo as montanhas e causando danos às pessoas e plantações. A NHK convidou um especialista para discutir os possíveis motivos que levam a tais incidentes, e como poderiam ser prevenidos.

A topografia japonesa e sua peculiar cultura agrícola desenvolveram, por séculos, um relacionamento equilibrado do homem com o meio, graças ao trinômio “floresta (okuyama), campo cultivado (satoyama), e povoado (hitozato)”. Os campos cultivados – tambos e suiden, áreas irrigadas para o plantio como o do arroz – sempre fizeram parte do san-sui, paisagem japonesa de montanha e água, bem dividida e diferenciada: montanhas e florestas produzindo a água impoluta que sustenta o cultivo das colheitas.

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Animais selvagens pareciam compreender bem esse limite territorial e respeitaram o habitat humano, sem avançar no satoyama, e vice-versa: o homem tampouco procurou ir além do satoyama. Ademais, animais domésticos como gados, suínos, aves e cachorros eram criados soltos. Animais selvagens sempre detestaram animais domésticos, e não se aproximavam onde estes viviam. Muitos fatores, portanto, contribuíram para que animais selvagens começassem a quebrar esse “acordo”: animais domésticos passaram a ser confinados; houve gradativo desequilíbrio biológico/alimentar nas florestas; animais silvestres começaram a experimentar e apreciar alimentos próprios de humanos, invadindo plantações e revirando lixos; humanos, por seu lado, puseram limites florestais a perigo.

A Iniciativa Satoyama sugere, entre outras propostas, incentivar a adoção de métodos preventivos: reforçar lixeiras, à prova de macacos e ursos; criar cachorros soltos, cujos latidos afugentem bichos; orientar a população a não alimentar bichos com rações e obentôs (lanches), e evitar que deixem restos nos locais de excursão; enfim, criar condições que dificultem bichos a frequentar o ambiente humano e a transitar confortavelmente para além do satoyama. Cuidar para que eles possam sobreviver escondidos nas florestas. Conscientizar pessoas de que se animais selvagens saem de seus habitats e causam danos a humanos são os bichos as grandes vítimas, acuados e ameaçados que estão.

A Iniciativa Satoyama almeja nada mais que trazer de volta as virtudes do antigo trinômio “floresta/campo cultivado/povoado”, e fazer de novo bicho-homem e bicho-animal conviverem harmoniosamente, cada qual no seu quadrado, quer dizer, no seu habitat.

Tudo isto parece mais importante para um país formado por um arquipélago limitado, com muitas montanhas que limitam os espaços habitáveis e exploráveis pelos seres humanos, numa convivência admirável com a natureza. É preciso, também, que os animais selvagens tenham reservas suficientes para a sua sobrevivência.


A Enrascada Economia Japonesa

8 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , , ,

Noriko Hama Lamentavelmente, observa-se um desânimo generalizado no Japão que passa por um agravamento de sua longa e difícil situação econômica, sem que seus líderes políticos ou empresariais sejam capazes de apresentar uma proposta consistente para sair da estagnação em que se encontram. Ao mesmo tempo, seu câmbio tende a valorizar-se, apresentando uma perspectiva mais complexa para o futuro. O jornal The Japan Times apresentou um longo artigo da jornalista Tomoko Otake, incluindo uma entrevista com a acadêmica Noriko Hama, professora de economia da Doshisha University Graduate School of Business de Quioto, que tem muitos livros publicados e escreve regularmente para os jornais. Ela trabalhou em Londres por muitos anos, na Mitsubishi Research Institute, um think tank importante do Japão.

A jornalista faz uma referência ao estouro da bolha japonesa nos primeiros anos 90, a quebra dos bancos, seguradoras e grandes empresas, que destruiu a confiança dos japoneses que tinham conquistado a designação de “tigre asiático” no pós-guerra. Passaram pelo que chamaram “década perdida”, que já são de duas dezenas de anos, que reduziram o consumo, os salários e, talvez o mais importante, o “people’s spirit”, ou o espírito do povo. Levando a economia a ser considerada a “ciência sombria”, expressão já anteriormente criada pelos ingleses.

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O Rápido Crescimento Chinês Incomoda Muita Gente

8 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , , ,

O poderio que a China adquiriu recentemente, com o seu rápido crescimento econômico e político, incomoda muitos outros países, mais crucialmente os seus vizinhos asiáticos. Mas é um assunto mundial difícil, exigindo grandes esforços políticos, diplomáticos e econômicos de todas as partes envolvidas. Um exemplo deste fato é o destaque dado pelo suplemento do The New York Times, publicado hoje pela Folha de S.Paulo, principalmente em função da viagem do presidente norte-americano Barack Obama à Ásia, com muitos artigos relacionados indiretamente ao assunto.

Ainda que os Estados Unidos passem por uma crise profunda, tanto do ponto de vista econômico como político, ninguém pode ignorar a importância que continua tendo no cenário internacional. A segurança no Pacífico e na Ásia depende de sua atuação, que vem sendo desastrada recentemente, como nos casos do Iraque e do Afeganistão. A reunião do G20 na Coreia do Sul nesta semana é sempre uma esperança, pois propicia também outros contatos diretos e bilaterais, como os que vêm sendo efetuados pelo presidente dos Estados Unidos, antes e também depois do evento. Mas, lamentavelmente, não existem motivos para o otimismo.

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Ocupação norte-americana no Iraque e Afeganistão: atuação desastrada

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Notícias Que Emocionam Pela Perseverança

8 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , , ,

Deise  Nishimura O jornal Folha de S.Paulo publica hoje na sua seção de Ciência uma matéria da jornalista Giuliana Miranda, enviada a Manaus, relatando o emocionante depoimento da bióloga Deise Nishimura. Ela é pesquisadora do INPA – Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia e vinha pesquisando os botos cor-de-rosa quando foi atacada por um gigantesco jacaré-açu, que chega a atingir seis metros, quando limpava um peixe na sua casa flutuante, na beira do rio, tendo a sua perna arrancada ao ser arrastada para o fundo do mesmo rio. Isto aconteceu no final do ano passado na reserva de Mamiarauá na região de Tefé, no Amazonas, tendo sido noticiado pela imprensa.

Agora, depois de ter a sua perna amputada e recuperada, ela, que fez um depoimento do acontecido em Manaus, revelou a intenção de voltar às suas pesquisas. O jacaré a levou ao fundo do rio que tinha cerca de três metros. Ela se salvou, pois adquiriu a intuição que estes animais podem ser sensíveis no nariz e ela apertou com força duas aberturas na cabeça, que ela não sabe se seria o nariz ou os olhos.

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Financial Times Critica Política do FED

7 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: , , ,

Um interessante artigo publicado no Financial Times e reproduzido na Folha de S.Paulo de hoje, com o título “Falta de confiança na economia dos EUA ameaça plano do FED”, que adota uma posição semelhante ao do professor Delfim Netto no Brasil, mostra que o aumento de liquidez de US$ 600 bilhões provocado pelas autoridades monetárias norte-americanas corre o risco de somente provocar a desvalorização do dólar, sem estimular a economia daquele país.

Na realidade, tanto as empresas norte-americanas como os bancos estão com excedentes de recursos, não havendo necessidade de recursos adicionais para estimular seus investimentos, que poderiam aquecer um pouco a economia daquele país. Eles não investem suas disponibilidades por não estarem confiantes não só no governo de Barack Obama como na ativação do consumo nos Estados Unidos, num horizonte razoável do futuro.

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Guerra Econômica nas Vésperas do G20

7 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , , | 2 Comentários »

Mesmo entre os profissionais de economia que acompanham o noticiário internacional, sente-se nos últimos dias, na proximidade da reunião em nível presidencial do G20 na Coreia do Sul, que está em marcha uma verdadeira guerra econômica, com todos os países contrariando uns aos outros, provocando uma verdadeira e perigosa balbúrdia mundial. Todos reclamam do câmbio da China, que por sua vez também se junta ao coro dos protestos com a inundação de dólares no mundo provocado pelas medidas do FED norte-americano. Medidas de proteção contra a desvalorização do dólar norte-americano e do yuan chinês desencadeiam contramedidas comerciais, tributárias e comerciais em muitos importantes países e blocos, inclusive emergentes.

Ao mesmo tempo, procuram-se formar grandes áreas de associação de livre comércio, que acabam prejudicando os não incluídos nestes grupos. Acordos bilaterais também acabam sendo firmados, que certamente provocarão reações de outros países. Não se pode ter a esperança de um mínimo de consenso na reunião dos G20, que tende a se tornar um palco de reclamações de todos que possuem alguma importância no cenário econômico internacional.

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Reunião ministerial do G20 realizado recentemente na Coreia do Sul

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Importância das Eleições Norte-Americanas na Ásia

5 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , ,

Muitos analistas, em todo o mundo, mostram-se preocupados com os efeitos dos resultados eleitorais nos Estados Unidos, fazendo com que o presidente Barack Obama fique mais fragilizado do que já se encontrava com os resultados pífios que vem conseguindo na reativação da economia daquele país. O FED norte-americano, que é independente do Executivo naquele país, com a injeção de mais US$ 600 bilhões no mercado visando manter a competitividade daquela economia, atrai mais oposições externas, como o que deve sofrer na próxima reunião do G20 na Coreia do Sul, inclusive do presidente brasileiro Lula da Silva, que estará acompanhado da presidenta eleita Dilma Rousseff, diante da guerra cambial que isto estimula.

Perdendo a maioria na Câmara dos Deputados para os republicanos, o presidente Barack Obama não terá condições de aprovar seus projetos, tendo que se submeter às orientações mais protecionistas e conservadoras, relevando responsabilidades dos Estados Unidos na estabilidade mundial, inclusive na Ásia que passa por tensões diante do agigantamento chinês.

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Prédio do Congresso Norte-Americano o presidente Barack Obama

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Joseph Stiglitz Escreve Sobre a Guerra Cambial

4 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , , ,

O jornal O Estado de S.Paulo, no seu caderno de Economia & Negócios, reproduz um artigo escrito pelo Prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz, publicado originalmente no conhecido jornal The Guardian. Ele lamenta que na atual guerra cambial que se processa em todo o mundo, a partir do yuan chinês extremamente desvalorizado que provoca um desequilíbrio comercial global, a tendência é todos perderem, inclusive os Estados Unidos que está aumentando a disponibilidade do seu dólar, que funciona como uma moeda de referência em boa parte do mundo.

Ele informa que o universo já passou por uma experiência semelhante no período do pós-crise de 1929, quando muitos países procuravam preservar a sua competitividade internacional mantendo sua moeda desvalorizada, provocando o alongamento do período da dura depressão mundial, desencadeando o fascismo e o nazismo, desaguando na Segunda Guerra Mundial.

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A Córeia do Sul, que sediou a reunião dos bancos centrais e de ministros, será palco também da reunião presidencial do G20. Prêmio Nobel Joseph Stiglitz

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Chineses Continuam com Destaque na Imprensa Brasileira

3 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , ,

Ninguém pode negar que a China passou a desempenhar um papel de destaque no mundo atual, e até os principais meios de comunicação social do Brasil procuram contar com correspondentes naquele país. No entanto, nem sempre é fácil cobrir um país gigantesco e complexo como aquele, com as diversidades que apresentam e até porque muitos são encarregados, também, da cobertura de toda a Ásia, com as naturais dificuldades dos idiomas. Como as agências de notícias parecem ter perdido a sua importância, utilizam-se também muitos artigos publicados nos jornais de importância mundial.

Deve-se reconhecer, igualmente, as dificuldades na conferência de muitas informações quando existem muitos que “plantam” notícias e estão vinculados a fortes interesses empresariais ou políticos, além das naturais tendências ideológicas de importantes veículos. O custo de manter uma boa equipe de jornalistas está ficando proibitivo, exigindo o risco de utilizar fontes que podem ser suas tendências próprias. Na Folha de S.Paulo aparecem hoje notícias sobre a aquisição de terras rurais por parte dos estrangeiros ou empresas com participação de capital estrangeiro, bem como informações de investimentos na área da exploração do petróleo, que são assuntos sensíveis e exigem cuidados especiais. Estes esforços para manter os leitores informados devem ser elogiados e não se referem somente aos chineses, mas sempre há um destaque para eles.

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Cultivo de cana de açúcar no Cerrado e plataforma de petróleo na Costa brasileira

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