Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Problemas Cambiais Mundiais

5 de outubro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , ,

Como o real brasileiro está exageradamente valorizado, inibindo as exportações do Brasil e estimulando suas importações, cortando o emprego dos que moram neste país, as autoridades locais impuseram o aumento do seu IOF – Imposto de Operações Financeiras para operações de compra de títulos de renda fixa pelos estrangeiros de 2 para 4%. Isto gera comentários internos e externos que acham que a medida é inócua ou de alcance limitado, como os que se encontram nos mais variados jornais do Brasil e do exterior.

Argumentam que o mais conveniente seria uma medida de acordo mundial, como a que foi tomada no passado, no chamado Acordo de Plaza, quando se provocou a valorização do yen japonês, com a consequente desvalorização do dólar norte-americano. As reclamações mundiais são de um yuan chinês extremamente desvalorizado, que provoca um desequilíbrio mundial, ao mesmo tempo em que os Estados Unidos desvalorizam também o seu dólar, para estimular sua economia interna.

dinehiro

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Abastecimento Mundial de Commodities Agrícolas

5 de outubro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , ,

O jornal Valor Econômico reproduz hoje um artigo da jornalista Michiyo Nakamoto, do Financial Times de Tóquio, com o título “Japão busca novas fontes de grãos”, que merece alguns comentários. Segundo o artigo, o Japão, preocupado com a demanda chinesa de grandes volumes, procura entendimentos que permitam o seu abastecimento adequado da América do Sul ou da África. As medidas para aumentar a sua produção para melhoria do abastecimento mundial são viáveis, mas por se tratarem de commodities fica muito difícil assegurar o abastecimento de um determinado país, ainda que o mesmo participe da produção.

Não há dúvidas que a demanda chinesa, que costuma ser coordenada pelas autoridades, acaba perturbando o mercado internacional. Quando os chineses entram no mercado acabam provocando uma abrupta elevação dos seus preços, enquanto os japoneses costumam adquirir em pequenos lotes.

grãos

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Economia da Índia no The Economist

5 de outubro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , , , ,

O jornal The Times of India publicou uma matéria com o título “A Índia logo começará a ultrapassar a China: Economist”, que dá um sentido dúbio. Verificando os artigos originais, constata-se que The Economist chamou a atenção sobre alguns fatores que ajudam a Índia a ter uma taxa de crescimento maior que a chinesa no futuro, que em 2010 deve crescer 8,5% ao ano.

Chama a atenção para o “dividendo demográfico”, pois a população hindu continua crescendo e sua estrutura demográfica é mais jovem que a chinesa. Para a democracia indiana que, segundo o The Economist, deve favorecer a sua economia. Para o seu setor privado que é mais vigoroso que o setor público. O seu capitalismo é formado por milhões de empresários. E a Índia vem executando reformas econômicas importantes. Mas também comenta a confusão que está sendo os atuais Jogos da Commonwealth sediada pela Índia, que envolve 72 nações, além de todas as dificuldades daquele país.

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Aspectos da Eleição Que Não Foram Destacados

4 de outubro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , ,

Como os resultados apurados nas eleições brasileiras no seu primeiro turno aparentaram divergências substanciais com as indicações proporcionadas pelas pesquisas eleitorais efetuadas pelos diversos institutos, a mídia acabou se concentrando nestas diferenças, sem a possibilidade de identificação das causas destas disparidades.

O primeiro dado a ser pesquisado deveria ser o elevado percentual da abstenção que chegou a 18,12% pelos dados publicados pelo TSE – Tribunal Superior Eleitoral, envolvendo 99,97% dos votos. Parece consenso que a população, pelos dados preliminares do Censo do IBGE, está com uma crescente população de terceira idade que não está obrigada a votar. Tudo indica que a complexidade com seis números, de diversos dígitos para os cargos em disputa, com muitos sempre mais difíceis de ser digitados pelos idosos, o fato pode ter funcionado como inibidor do comparecimento nas urnas eletrônicas.

Até aos eleitores mais moços e com maior agilidade mental e física foi recomendado o uso de “colas”. Os mais idosos possuem reconhecidas dificuldades com equipamentos eletrônicos e ninguém gosta de ser motivo de olhares enviesados diante da demora nas votações. Mesmo que tenham as suas preferências eleitorais, muitos evitaram comparecer diante das urnas eletrônicas, o que pode ser constatado por pesquisas dos dados de abstenção por faixa de idade.

O mesmo acontece com eleitores de modestas alfabetizações, sendo interessante a análise dos dados diferenciados pelos meios rurais e periferias das grandes metrópoles, e se possível por escolaridade, para verificação destas hipóteses.

No segundo turno, os cargos em disputa podem ser dois em alguns estados e um para Presidente da República, o que pode reduzir de um lado a abstenção dos interessados na disputa, e de outro aumentar para os que não estão interessados nos candidatos restantes.

Alguns analistas identificaram que as transferências de votos previstos para a candidata primeira colocada ocorreram mais fortemente para a terceira colocada. Muitos atribuem para a “onda verde”, mas as bancadas verdes não receberam benefícios idênticos, podendo se supor que eram pouco conhecidos ou em menor número. Mas muitos identificam que temas como o aborto e o homossexualismo, largamente utilizado pelos meios eletrônicos e de boca a boca, destacaram o assunto, principalmente para o eleitorado evangélico ou conservadores católicos, podendo ter provocado esta transferência. Foi motivo de preocupação das bases governistas, devendo ser objeto de atenção no segundo turno.

O problema dos escândalos certamente influiu em alguma medida, numa faixa específica de eleitores, mas tudo indica que o seu efeito não foi de grande monta, o que também pode se identificado por pesquisas qualitativas, como deve ter ocorrido.

O que se pode afirmar sempre é que tais pesquisas não possuem a precisão que seria de se desejar, principalmente quando as tendências estão evoluindo rapidamente. As amostras são relativamente pequenas, não permitindo desdobramentos regionais e outras diferenciações capazes de captar todas as nuances, para todos os cargos, e nem diferenciar os grupos por religião, idade, escolaridade.


Eleições Brasileiras na Imprensa Mundial

3 de outubro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , , ,

Muitos motivos fazem com que as eleições brasileiras sejam noticiadas nos principais jornais dos mais variados países. É pouco comum uma eleição envolvendo 135 milhões de eleitores, uma das mais democráticas do mundo. Países com populações superiores à brasileira nem sempre contam com eleições gerais como as do Brasil, principalmente para elegerem simultaneamente o presidente, os governadores, os senadores, os deputados federais e estaduais.

O sistema eletrônico utilizado vem se revelando eficiente, seguro e rápido. Não se ouve falar em fraudes eleitorais, e as apurações costumam ser rápidas, num país continental como o Brasil, com regiões longínquas como a Amazônia, de difícil acesso. Basta lembrar que os Estados Unidos não conseguem os mesmos resultados que os brasileiros. Uma democracia como a brasileira merece ser copiada por outros países, até porque as eleições por aqui viraram rotinas. É verdade que nas atuais eleições parte ficará dependendo de decisões judiciais, mas que pouco afeta o conjunto relevante.

Urna eletrônica digital

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Migração na China Divulgado no Brasil

3 de outubro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , ,

O jornal Folha de S.Paulo publica um artigo do professor da Universidade de Pequim, Fan Gang, que explica a grande migração que está ocorrendo na China, do Oeste para o Leste. Segundo ele, o atual processo de desenvolvimento chinês ocorre na faixa litorânea daquele país, que é menor do que a brasileira ou hindu. Como ele se processa em decorrência da globalização, as indústrias se instalaram onde havia facilidades logísticas no seu relacionamento com o exterior, mais que as “zonas especiais” criadas pelo governo. No interior, as autoridades chinesas procuram melhorar as estradas, mas ainda a migração do Oeste para o Litoral continua em marcha.

Ao mesmo tempo, há uma migração do meio rural para as cidades. A China tinha uma população dedicada à agricultura, que está passando para atividades industriais e de serviços, transferindo principalmente uma mão de obra de baixa qualificação. O governo procura compensar este desequilíbrio, promovendo investimentos no Interior, onde a agricultura continua predominante, com subsídios como o de transportes. As empresas estrangeiras como as chinesas estão sendo convocadas para efetuar as novas instalações no Oeste.

Migração na China

A migração em massa acaba criando guetos em condições precárias nas cidades chinesas

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Ensinamentos dos Maedas Para os Roqueiros

3 de outubro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , ,

Muito interessante a notícias publicada no site de O Estado de S.Paulo, de autoria do jornalista Julio Maria, sobre um festival de roqueiros ecologistas em Itu, próximo à capital do Estado de São Paulo. Por alguns dias, uma multidão de apreciadores do rock, mas também respeitadores da ecologia, reúnem-se na fazenda da família Maeda, que empresta o local para uma espécie de Woodstock voltada à preservação do meio ambiente.

A família toma todos os cuidados para preservar a natureza, da forma que podem. Economizam o consumo de água, mantém um jardim oriental de qualidade, criam peixes no que se chama pesqueiro, e alugaram o imóvel para os promotores do evento. Mas os roqueiros são obrigados a se sujeitarem a alguns cuidados, como a limitação de uso de água para os banhos, o uso de copos de vidro para consumo de água como bebida, ao mesmo tempo em que usufruem de um local com cuidados ecológicos.

Fazenda Maeda_foto divulgação Roda d'água_foto de Deborah Dubner

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Reflexões Sobre a China no Mundo

2 de outubro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , , , ,

Todos se impressionam com o atual desenvolvimento rápido da complexa China e muitos se perguntam como eles conseguem tal façanha. Não há uma resposta fácil, mas algumas indicações podem ser esboçadas. Inicialmente, como Joseph Needham, o conhecido professor de Cambridge considerado o maior estudioso da China, explicitou nos seus vários livros publicados sobre aquele país, os chineses lideraram as descobertas e invenções em todo o mundo até a Revolução Industrial que ocorreu na Inglaterra. Portanto, somente se atrasaram relativamente nos últimos 150 anos, como me colocou um amigo diretor da Sinochem, a maior trading daquele país, inclusive de petróleo. Parte disto pode ser atribuída ao orgulho de que foram tomados. Agora, eles estão tentando recuperar o atraso, voltando a se tornar o País do Meio, justificando os ideogramas que significam China.

Como vem destacando o professor Antonio Delfim Netto, a China foi a pioneira na preparação de uma eficiente burocracia pública, que começou em torno da época de Cristo, para servir o Império. Hoje, o país é comandado pelo Partido Comunista Chinês, único no país, constituído de membros altamente qualificados, quase 20% da população, e que ocupam inclusive as direções das estatais e todas as instituições que dão suporte às atividades relevantes para a China. Possui uma organização invejável, mas a custa de um sistema autoritário. Depois de toda a atribulada história política daquele país.

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Chineses se Juntam aos Espanhóis no Pré-sal

2 de outubro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , ,

O jornal chinês China Daily e o brasileiro Valor Econômico informaram que a empresa chinesa Sinopec, grande refinadora de petróleo, subscreveu um aumento de capital da espanhola Repsol, que atua com uma subsidiária no Brasil, que já localizou indícios de petróleo na sua concessão nos campos de Guará e Carioca. As notícias têm como fontes a Bloomberg e o site da Repsol na Espanha.

Segundo o China Daily, a Sinopec subscreveu totalmente um aumento de capital da Repsol no valor de US$ 7,1 bilhões, ficando com 40% do capital da mesma, enquanto ela mantém os 60%. Os recursos se destinam a investir no Brasil, na exploração do pré-sal. A Repsol pretende investir nos campos de Santos, Campos e Espírito Santo US$ 5 bilhões entre 2010 a 2014 e outros US$ 9 bilhões entre 2015 a 2019, segundo aquele jornal.

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Áreas Conservadas de Grandes Metrópoles Como Tóquio

1 de outubro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , ,

Mesmo as grandes metrópoles, como Tóquio, preservam pequenos recantos que encantam os mais saudosistas, em cujas memórias ainda restam lembranças dos conhecimentos que foram absorvidos na infância. Quando os turistas procuram bairros da chamada “cidade baixa”, onde se originou a atual Capital japonesa, procuram os mais conhecidos como Asakusa ou Ueno. Mas são nos pequenos recantos, como Shibamata, é que ainda se encontram traços do mais autêntico espírito japonês.

Um artigo publicado no The Japan Times, de Kit Nagamura, reaviva algumas destas memórias que todos nós carregamos, ainda que sejam de outras localidades e diferentes épocas. Ele reporta uma visita à Shibamata, que ainda resta nas lembranças daqueles que tiveram a oportunidade de ver alguns dos filmes do “Tora-san”, dos 48 que foram filmados entre 1969 a 1995, lembrando até alguns doces japoneses ainda encontrados em algumas lojas do bairro da Liberdade em São Paulo.

mapa Jardins de Yamamoto Masanobu Sonoda sob um releveode dragão em sua loja

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