Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Complexidade da Distensão Política na China

24 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , ,

Como é do conhecimento de muitos, Chen Guangcheng sofreu perseguições na China pela sua atuação, mesmo cego, a favor daqueles que eram injustiçados no seu país. Conseguiu um período para estudos nos Estados Unidos, mas não pode ser definido como um dissidente clássico, pois ele deseja retornar ao seu país, procurando colaborar no processo de crescente aplicação do que já está previsto na legislação chinesa. Ele foi entrevistado em Nova Iorque por Jamil Anderlini, que é o chefe do escritório do Financial Times em Beijing.

Mesmo cego e não tendo uma formação completa em Direito, ele conseguiu um conhecimento suficiente da legislação chinesa para defender os pontos de vistas dos injustiçados no seu país. Sua atuação, que não pode ser considerado como de dissidente, procura a defesa de alguns que são prejudicados, ainda que seus direitos estejam previstos na legislação do país, mesmo a Constituição. Este tipo de situação onde na Carta Magna estão expressas as aspirações, nem sempre implementadas, é comum em diversos países. Diante dos constrangimentos que lhes eram impostos, como é sabido, Chen Guangcheng promoveu uma fuga, quando se feriu nos pés, e diante da repercussão do caso, acabou autorizado pelas autoridades chinesas a efetuar um curso na Universidade de Nova Iorque.

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Chen Guangcheng e Jamil Anderlini

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A Cachaça e a Caipirinha Brasileiras

24 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

No suplemento da Folha de S.Paulo de hoje, que inclui artigos publicados no The New York Times, um artigo de Robert Simonson informa que a cachaça brasileira está sendo incluída em muitos coquetéis consumidos pelos norte-americanos. Com o aumento do interesse pelo Brasil diante das próximas Copa do Mundo e Olimpíadas, e as pressões dos produtores brasileiros, as autoridades dos Estados Unidos iniciaram o processo do reconhecimento da cachaça brasileira, que até o momento era rotulado como “Brazilian rum”.

Ainda que em outros países a cachaça brasileira venha ganhando mercado, sendo mais conhecida no consumo na forma de caipirinha, que utiliza o limão com um pouco de açúcar, os norte-americanos a estão utilizando nos variados coquetéis que misturam com outras bebidas e frutas, como estão mais habituados. As grandes organizações do país que trabalham com outras bebidas esforçam-se para aproveitar a onda atual de interesse pelo Brasil. É o caso da Diageo, gigantesco conglomerado que está atrás da marca Ypioca, informa o artigo.

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Novas Ondas nos Assuntos Sexuais e Pornográficos

23 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , | 5 Comentários »

Se há um assunto que ganhou uma desenvoltura que assusta os mais conservadores é o trato de questões sexuais até antes considerados pornográficos na forma de literatura de alto padrão, ou na imprensa não especializada. O suplemento Ilustríssima da Folha de S.Paulo deste fim de semana trata do assunto com toda a liberdade, abandonando o moralismo da imprensa que já não corresponde à vida atual dos adultos e até adolescentes. Sou de uma geração que ainda estranha uma mulher usando o que se chamava palavrão numa conversa livre entre amigos de muitos sexos, que antes eram dois.

Mesmo que o livro de E.L.James com a trilogia “Cinquenta Tons” seja considerado um fenômeno de vendas, as repercussões que está provocando mostram que estão sendo expostas com franqueza as realidades que fazem parte do cotidiano de muitos, ainda num ambiente restrito. Com todos os tabus ou preconceitos ainda existentes, diferindo de cada pessoa, principalmente no seu trato público. Ou o artigo de Naomi Wolf, originalmente publicado no The Guardian e reproduzido em português no suplemento Ilustríssima da Folha de São Paulo, falando da vagina, com a expressão “bocetini”.

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E.L.James e Naomi Wolf

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Os Benefícios dos Pequenos Produtores Agrícolas

23 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , , ,

Apesar do forte desejo de prestigiar os pequenos produtores rurais que, sem dúvida, criam mais empregos, há que se reconhecer que a disseminação de tecnologias exige um esforço de assistência técnica para viabilizar seus empreendimentos que nem sempre está disponível, apresentando dificuldades. Kanayo F. Nwanze, o nigeriano presidente do IFAD – International Fund for Agricultural Development, uma agência das Nações Unidas, publicou seu artigo via Project Syndicate propondo intensificar a assistência aos pequenos produtores, mas para que suas ideias sejam aproveitadas há que se contar com o que se aprendeu com a experiência passada.

Entre 1940 a 1970, o prêmio Nobel Norman Borlaug provocou o fenômeno que teve por nome “Green Revolution”, que começou beneficiando a Índia e se espalhou por todo o mundo, inclusive o Brasil. Como ensinar os pequenos agricultores a adotarem novas técnicas agrícolas, como curvas de nível, demanda um grande número de especialistas envolvidos na assistência técnica, concentrou-se a atenção na produção de sementes selecionadas de mais alta produtividade, utilização de corretores de solo e fertilizantes, além de defensivos. No Brasil, com a utilização do crédito rural, subsidiavam-se aqueles que utilizavam os chamados indevidamente de “insumos modernos”, quando fertilizantes já eram conhecidos deste a antiguidade. Os grandes produtores foram mais ágeis no aproveitamento destes subsídios, mas acabou-se beneficiando também os pequenos produtores.

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Kanayo F. Nwanze, e Norman Borlaug

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Reflexões Sobre os Esforços da Índia

23 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , ,

Um artigo publicado por Esther Dyson, uma líder empresarial nas tecnologias digitais emergentes, no Project Syndicate provocam reflexões sobre os fatores que determinaram as diferenças de desenvolvimento em diversos países, e que soluções econômicas estão sendo adotadas atualmente para reduzir os atrasos existentes. Os exemplos apontados mostram que existem soluções para reduzir as diferenças entre os elevados padrões de qualidade de vida nos países desenvolvidos e os emergentes.

Esta influente empresária que colabora com diversas organizações visitou recentemente a Índia e descreve alguns projetos que conheceu. Um foi o do já conhecido mundialmente Jaipur Foot, organização que já proporcionou gratuitamente 1,3 milhões de próteses baratas para os que perderam seus membros inferiores. Conseguem produzir estas próteses por cerca de US$ 45 quando nos Estados Unidos chegam a custar US$ 8.000, atendendo modestamente muitos que necessitam destas ajudas. Outro foi a Amrita University, fundada por Sri Mata Amritamandamayi Devi, conhecida como Amma.

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Próteses da Jaipur Foot e D.R.Mehta, criador do Bhagwan Mahaveer Viklang Sahayata Samiti

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Amrita University e sua fundadora Sri Mata Amritamandamayi Devi

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Duras Verdades Sobre o Crescimento Global

21 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

O prêmio Nobel de Economia Michael Spence, num artigo distribuído pelo Project Syndicate, trata de um problema crucial para a recuperação do crescimento da economia no mundo industrializado que difere substancialmente do que está sendo perseguido pelas principais autoridades monetárias dos Estados Unidos, da Europa e do Japão. Todos sabem que sem a criação de empregos e aumento dos consumos internos não há um mecanismo mágico para facilitar a saída dos atuais impasses.

Ele aponta no seu artigo, com propriedade, que os meios de estimular os consumos locais, que representam mais de dois terços da demanda global dos países industrializados, não podem ser feitos com o aumento do endividamento dos consumidores, e nem do aumento das exportações. Foram as expansões descontroladas dos créditos que acabaram por provocar a crise que se iniciou em 2008. E, não havendo demanda, não há como estimular os investimentos.

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Michael Spence

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The Economist Sobre Senkakus/Diaoyus

21 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , | 1 Comentário »

A revista inglesa de circulação internacional The Economist trata do assunto das disputas das ilhas asiáticas na sua edição desta semana ignorando que também os ingleses foram envolvidos nas disputas de Folkland/Malvinas com a Argentina localizada bem longe de suas águas territoriais. Estas atuais disputas ocorrem entre China, Japão, Coreia do Sul, Vietnã, Taiwan e Filipinas em variadas ilhas. As retórias oficiais e as manifestações populares que vêm se verificando em diversos lugares, com mais intensidade na China, chegaram a paralisar atividades de conhecidas empresas, e podem comprometer as relações internacionais por longos períodos.

Segundo a revista, o governo chinês está tentando tardiamente minimizar a disputa ciente dos interesses econômicos envolvidos, pois o Japão é o principal parceiro da China. Estes fatos têm importância eleitoral, ainda que no caso chinês a sucessão esteja restrita a influência dos elevados escalões do Partido Comunista. O turismo dos chineses para o Japão é relevante, e nos supermercados japoneses os produtos chineses chegam a ocupar 70 a 80% dos que são vendidos.

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Ilhas de Senkaku / Diaoyu

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Diversidade dos Pontos de Vista dos Economistas

20 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , ,

O jornal econômico brasileiro Valor Econômico vem publicando diariamente uma interessante série de artigos de economistas convidados para arriscar as previsões do que pensam do futuro da economia mundial e brasileira. Na sua maioria, de forma cautelosa, os autores procuram diagnosticar o que aconteceu recentemente na economia mundial, a partir dos Estados Unidos em 2008, fazendo alguns paralelos com o que aconteceu depois da crise de 1929, com repercussões sobre a Europa e a China, enfatizando aspectos diferentes. O primeiro da série foi elaborado pelo professor Fernando Cardim de Carvalho, da UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Seguiu-se uma de Alexandre Schwartsman, professor da Insper entre outros títulos, que beirou a brincadeira, como se fora um comentário elaborado no seu centésimo aniversário. O único estrangeiro da série foi Michael Pettis que se destaca pela análise da China, por ser da Universidade de Pequim. Luiz Gonzaga Belluzzo, da Unicamp, prima por uma visão ampla, considerando ideologias. Luiz Fernando de Paula é conhecido como presidente da Associação Keynesiana Brasileira. Bernardo Guimarães é professor da Escola de Economia da FGV. Yoshiaki Nakano é diretor da Escola de Economia da FGV e sempre tem contribuições interessantes. O último publicado hoje é de Samuel Pessôa, pesquisador do IBRE – FGV. Espera-se que se sigam alguns outros.

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Questões Sensíveis Em Muitos Países

19 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , ,

O mundo está sendo informado, de forma dramática, que alguns assuntos considerados extremamente sensíveis do ponto de vista religiosos e outros de caráter nacional acabam provocando reações violentas e surpreendentes, exigindo desdobradas cautelas nos seus tratos. Um lamentável e precário vídeo foi considerado altamente ofensivo pelos muçulmanos por envolver a figura de Alá, provocando violentas manifestações em muitos países árabes, principalmente contra os norte-americanos e seus aliados considerados responsáveis pela elaboração deste curto e infeliz vídeo, provocando já várias mortes, inclusive de diplomatas dos EUA. As muitas manifestações populares, algumas violentas, continuam se multiplicando na China contra os japoneses, comprometendo anos de incremento das relações bilaterais, diante dos impasses nas disputas de ilhas pretendidas pelos dois países, chamadas de Senkaku pelos japoneses e Diaoyu pelos chineses.

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Ataque à embaixada dos Estados Unidos na Líbia

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Disputa pela ilha Senkaku ou Diaoyu provoca manifestações na China

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Os Problemas das Fronteiras Internacionais

18 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , , | 2 Comentários »

Numa entrevista apresentada por Heitor e Silvia Reali com o embaixador Rubens Ricúpero para a revista Brasileiros procura-se fazer um balanço parcial da contribuição de José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco, cujo legado informa até hoje a orientação básica da diplomacia brasileira no que se refere ao estabelecimento de suas fronteiras internacionais. Vendo as dificuldades atuais do Japão com a China e a Coreia do Sul na disputa de algumas ilhas, é possível aquilatar melhor a capacidade de Rio Branco nas negociações dos pontos críticos de nossas fronteiras internacionais, do Chuí ao Oiapoque.

Tendo trabalhado com o Itamaraty na Comissão da Faixa de Fronteiras e no INCRA, que administrava as terras federais nas fronteiras internacionais, posso dizer que acumulei algumas experiências concretas na importância dos critérios que foram estabelecidas na fixação destes limites com os nossos vizinhos. Não possuímos problemas que sejam contestados pelos brasileiros como pelos países vizinhos.

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Barão do Rio Branco e Rubens Ricupero

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