Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Netsuke e Inroh, Objetos de Desejo de Colecionadores

2 de fevereiro de 2012
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos, webtown | Tags: , | 2 Comentários »

Para suprir falta de bolsos nos vestuários tradicionais (kimono, yukata, kosode), os japoneses usavam uma espécie de nécessaire preso por cordão duplo ao obi (faixa ao redor da cintura), os inroh. Eram caixinhas de metal ou madeira laqueada ornada com pinturas maki-e, e com divisões que serviam para levar medicamentos, fumo, piteira, dinheiro, selos etc.. Para maior segurança, o cordão tinha um fecho (ojime), e, para que o cordão não se soltasse, um pequeno objeto entalhado, netsuke, o prendia ao obi (ne=raiz; tsuke=amarrar, prender).

Pouco maior que o tamanho de um polegar, os netsukes eram esculpidos em materiais variados: osso, chifre, casco de tartaruga, madeira, metal, marfim. Lisinhos, sem arestas nem rugosidades, são agradáveis ao toque. De uso cotidiano até o Período Edo (1615-1868) e feitos por artesãos hábeis em miniesculturas, foram se tornando objetos de rara arte e perícia. Como à gente comum, abaixo da classe dos samurais, não era permitido usar ornamentos nem joias, a crescente classe de ricos negociantes adotou os netsukes como adornos pessoais. Para provê-los, começaram a surgir muitos artesãos escultores, criando escolas e estilos de renome. Ao redor da Restauração Meiji (1868), com os japoneses aderindo ao uso de roupas ocidentais – calças e paletós com bolsos – os inroh caíram em desuso. Mas europeus apaixonados por japonaiserie (coisas e artes japonesas) começaram a descobrir e colecionar esses objetos. Artesãos e escultores continuaram então a fabricá-los visando esses colecionadores.

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Constantes Aperfeiçoamentos nos Trens Rápidos

2 de fevereiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Um artigo publicado no Nikkei Weekly informa que no orçamento de 2012, está em discussão na Dieta japonesa, está se colocando de lado três novas seções de Shinkansen para dar andamento a um projeto de novos trens Maglev, com maior velocidade. Está se prevendo a operação do novo sistema que levita no trecho de Tóquio a Nagoya a partir de 2027 e de Tóquio até Osaka em 2045, com velocidade de 500 quilômetros horários, sem trepidação. Estaria afastado do atual Shinkansen e 80% dos trechos seriam em tuneis resistentes aos terremotos.

Este não é o primeiro Maglev no mundo em operação comercial. Já existe um com tecnologia alemã em funcionamento num trecho de cerca de 30 quilômetros, entre o Aeroporto Internacional de Pudong e a periferia de Xangai, com velocidade de até 430 quilômetros horários, em funcionamento desde 2002 e que tive o privilégio de utilizar. Sua aceleração é extremamente rápida e não se sente nenhuma trepidação, pois funciona levitando. Os alemães não executaram tais projetos no próprio país pelos seus custos elevados.

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O Maglev em ação em Xangai e em teste no Japão

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Competição Entre Festivais de Inverno na Ásia

2 de fevereiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

 

Por: Paulo Yokota Seção: Cultura, Editoriais e Notícias, WebTown Tags:

Uma saudável competição entre festivais de inverno na Ásia estão atraindo as atenções mundiais, visando aproveitar este período de inverno rigoroso na China e no Japão, para promoverem o turismo. O mais tradicional era o de Sapporo, em Hokkaido, mas agora Harbin, no Norte da China, entra com todo o seu esforço para impressionar os potenciais turistas.

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Esculturas de gelo em Sapporo

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Esculturas em Harbin, com luzes fluorescentes. Foto: Jonathan Browning

Outras fotos podem ser encontradas no Google Images Winter Festival Sapporo 2012 e as de Johathan Browing, que é um fotografo freelancer sediado em Xangai, na China, entrando no:

http://www.foreignpolicy.com/articles/2012/02/01/china_ice_festival_photos#5


Atores Japoneses Divulgam a Cultura Popular no Exterior

31 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , | 4 Comentários »

Ainda que seja natural em qualquer país que a média da população conheça pouco do exterior, os analistas se surpreendem quão pouco japoneses sabem sobre seus imigrantes no Brasil. Uma parte disto decorre da tentativa de esquecer que o Japão já passou por situação tão difícil que teve que enviar para o exterior parte de sua população que não conseguia se sustentar no país, como os que emigraram para países como o Brasil. No artigo publicado no The Japan Times, Mami Maruko descreve um grupo denominado Mari Mari que se empenha agora a difundir a cultura popular japonesa no exterior, citando o trabalho desenvolvido no Brasil, de uma forma um tanto romântica.

Eles procuram divulgar para os descendentes de japoneses parte da cultura nipônica, ainda que de forma rudimentar. Apoiado pela Universidade de Shizuoka de Arte e Cultura, Hotaka Hagiwara, líder de um grupo, viajou para o Brasil com outro membro do grupo, Masakazu Teramoto, apresentando contos japoneses em diversas instituições no Estado de São Paulo.

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Fotos da trupe Mari Mari publicadas no Japan Times

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A China Ocupa Espaço Inusitado na Imprensa

31 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , | 2 Comentários »

Mesmo admitindo-se o aumento da importância da China na economia e nas relações internacionais, os leitores mais assíduos dos meios de comunicação relevantes no mundo acabam se impressionando com o volume de artigos publicados sobre os mais variados aspectos chineses. No Nikkei japonês, informa-se que a agressividade chinesa na África Oriental perturba os Estados Unidos e a Índia, tanto nos recursos energéticos como na infraestrutura, a ponto de se preocupar com os problemas de segurança. Os chineses estão interessados nos portos de Lamu no Quênia, Dar ES Salaam na Tanzânia e Beira em Moçambique, aumentando o uso do Oceano Índico.

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Mapa publicado no Jornal Nikkei

Outro artigo de Yuriko Koike, ex-ministra de Defesa do Japão, foi distribuído pelo Project Syndicate e informa sobre o relacionamento da China continental com Taiwan, nas últimas eleições que elegeram Lee Teng-hui. Informa que as ameaças não surtiram efeito e que a China volta a utilizar a abordagem “soft”, proporcionando vantagens para os empresários taiwaneses no relacionamento com o continente, pois o desejo de liberdade é superior ao registrado em Hong Kong e Macau.

Yu Yongding, presidente da Sociedade China de Economia Mundial e ex-diretor da Academia Chinesa de Ciências, também divulga por intermédio do Project Syndicate que o renmenbi chinês continuará se depreciando lentamente no futuro próximo, com instabilidades decorrentes dos fluxos financeiros que também afetam aquele país, mesmo com as medidas cambiais já tomadas.

E no China Daily, Wu Yiyao e Oswald Chen publicam que Xangai se tornará o centro das operações do yuan até 2015, ultrapassando Hong Kong. As autoridades chinesas estão empenhadas em transformar a sua moeda numa de uso internacional, com muitas instituições estrangeiras já se instalando na cidade que já conta com pessoal especializado para tanto. Por hora, continuará incrementando as operações com moedas chinesas junto com Hong Kong. Para melhor entendimento, os chineses utilizam as duas moedas, yuan e renmenbi (que no passado era para uso somente dos estrangeiros).

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Estátua de touro em Xangai: cidade quer ser o centro financeiro mundial até 2015. Foto: China Daily

É preciso compreender que Xangai já foi a mais importante cidade daquela parte do mundo, com a presença de potências internacionais nos seus domínios e voltou a ser novamente. Os investimentos que estão sendo feitos na nova Xangai, ainda que preservando parte da história da cidade, já deram uma nova imagem, junto ao porto mais importante para a China.

Todos estes artigos, que são uma pequena amostra que a China e seus relacionamentos internacionais estão na pauta, fazendo com que todos os veículos de comunicação relevantes do mundo tenham seus correspondentes naquele país.


Novo Embaixador Chinês no Brasil

31 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , ,

imagesCAD8R90UUm artigo do correspondente em Pequim da Folha de S.Paulo, Fabiano Misonnave, informa que a China está dando uma grande importância ao seu relacionamento com o Brasil, nomeando o diplomata Li Jinzhang como o seu embaixador em Brasília. A China já é o principal parceiro comercial do Brasil e tudo indica que pretende ampliar o seu relacionamento em diversas frentes.

Desde 2006, Li Jinzhang era o vice-ministro das relações exteriores, tendo já servido em Cuba, Nicarágua e México como embaixador. Segundo a notícia, sua primeira missão serão os preparativos da reunião da Cosban – Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Coordenação e Cooperação, já em meados de fevereiro próximo.

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Leilões de Aeroportos Brasileiros Despertam Interesses

31 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Um grupo de artigos muito esclarecedores de autorias de Fábio Pupo, contando com o suporte de Claudia Safatle, Daniel Rittner, Rodrigo Pedroso e Samantha Maia, acaba de ser publicado pelo Valor Econômico sobre os próximos leilões dos aeroportos brasileiros. Reconhecendo o crescimento recente dos movimentos de passageiros de transportes aéreos no Brasil, os grupos brasileiros com associações com experientes grupos estrangeiros preparam-se para participar destes leilões, segundo as notícias.

Uma impressionante lista de empresas ou consórcios brasileiros, segundo os artigos, está se preparando com os entendimentos preliminares, procurando posicionar-se de forma estratégica. Eventos como a Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016 estão exigindo o sensível aumento das capacidades dos aeroportos brasileiros, e as autoridades reconhecem que estas demandas só podem ser atendidas em tempo com a participação do setor privado brasileiro associado aos grupos estrangeiros que possuem experiências no setor.

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Aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília,devem ser os primeiros a serem leiloados

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Difícil Conciliação de Davos com o Fórum Social

30 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , ,

Ainda que para muitos analistas estas reuniões de autoridades e empresários em Davos, bem com o Fórum Social em Porto Alegre, estejam perdendo importância, eles são objetos de divulgação pela imprensa. O ministro Antonio Patriota representou o Brasil em Davos, onde o país era um dos focos de atenção, tendo a cobertura da imprensa mundial. A presidente Dilma Rousseff preferiu ir ao Fórum Social, em Porto Alegre, onde o comparecimento ficou reduzido com relação aos anos anteriores.

Os resultados práticos destas reuniões são pouco expressivos, mas a imprensa acaba dando a sua cobertura, o que interessa sempre ao governo. No caso do Fórum Social, o jornal Valor Econômico informa que a presidente Dilma Rousseff acabou se encontrando com as lideranças de alguns movimentos, comprometendo-se a vetar alguns itens relacionados com o Código Florestal, que possam interessar aos rurícolas, com vistas ao chamado Rio + 20, que na realidade é a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a ser realizado no Rio de Janeiro em junho próximo.

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Aperfeiçoamentos no Governo Dilma Rousseff

30 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Muitos analistas estão apontando que, apesar do elevado prestígio do governo Dilma Rousseff, nem sempre a implementação dos seus muitos projetos acaba ocorrendo com a eficiência desejada. Uma notícia publicada no Valor Econômico de hoje indica que ela passou a despachar em conjunto com um grupo de ministros (que parecem demasiados) para que alguns assuntos sejam resolvidos, de forma a acelerar alguns projetos. A Casa Civil parece estar executando a coordenação destas reuniões, organizando até uma Junta Orçamentária para providenciar os recursos necessários, à hora e em tempo.

O artigo de Fernando Exman explica que uma autoridade teria expressado que “a ideia é desenvolver a cultura da performance, do desempenho e da accountability”, o que certamente é interessante. Mas parece que o governo carece de um organismo que faça o exame prévio da experiência de alguns gestores, pois muitos acabam sendo acusados de irregularidades passadas, ou não mostram a eficiência desejada, com forte capacidade de liderança.

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A chefe da Casa Civil Gleisi Hoffman e a presidente Dilma Rousseff

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O Livro de Henry Kissinger Sobre a China em Português

30 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Esta obra monumental de Henry Kissinger, que sempre foi um intelectual de primeira grandeza e ocupou a Secretaria de Estado nas administrações norte-americanas dos presidentes Richard Nixon e Jimmy Carter, retomando os contatos dos Estados Unidos com a China, não pode ser ignorada por aqueles que se preocupam com a compreensão dos problemas mundiais. Publicada em português pela Editora Objetiva, com a tradução de Cássio de Arantes Leite logo depois do seu lançamento em inglês, permite um melhor conhecimento dos problemas envolvidos e dos esforços efetuados para a retomada destes contatos.

Uma rápida leitura da obra por um simples analista, como o responsável por este site, permite constatar que as opiniões expressas nesta pequena contribuição são também abraçadas por um conhecedor abalizado como Henry Kissinger, que participou diretamente dos entendimentos pioneiros entre as autoridades dos Estados Unidos com as da China. Como a relevância do conceito de País do Meio naquele país e sua longa carga histórica e cultural, a importância das formulações como de Confúcio que continua sendo utilizada até hoje em toda a Ásia, a importância dos conhecimentos como os acumulados por Joseph Needham, de Cambridge, sobre a China, e os dados comparativos de longo prazo de Angus Maddison estão entre eles. Acabam sendo motivo de orgulho para os que não contam com fontes e equipes como os que foram utilizados na confecção desta obra.

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