Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Quem Tudo Quer Nada Tem

28 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: , ,

O título deste artigo é um ditado conhecido. As necessidades da administração da economia de um país envolvem tantas considerações que as tornam difíceis de serem avaliadas por quem está fora do governo, sem o quadro mais completo das informações disponíveis. Um artigo publicado no jornal econômico Nikkei com informações distribuídas pela agência Kyodo deixam muitos analistas perplexos sobre a prioridade com que o governo japonês está trabalhando nas tentativas de conseguir acordos de livre comércio. Noticiam que o Japão e a União Europeia esperam deslanchar as negociações preliminares para restaurar a economia asiática, depois dos desastres de março último.

Existem muitas informações que o Japão vinha se empenhando no estabelecimento de um mecanismo da mesma natureza com os países da Bacia do Pacífico, envolvendo até os Estados Unidos. E na semana passada houve uma reunião no Japão, onde o presidente da Coreia e os primeiros-ministros da China e do Japão decidiram acelerar os mesmos entendimentos relacionados com o Extremo Oriente, permitindo entender que a da Bacia do Pacífico ficava para um segundo plano. Afinal, qual é a ordem de prioridade do atual governo Naoto Kan, que parece estar sendo submetido no Japão a um voto de desconfiança na Dieta?

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Presidente da França,Nicolas Sarkozy e Naoto Kan

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Ensinando Inglês Brincando no Japão

27 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: , , | 2 Comentários »

O Japão também está adotando uma política para que seus estudantes secundários tenham o domínio de mais que uma língua. Na Europa, os diplomados em curso superior necessitam ter o domínio, no mínimo, de três idiomas, tanto que a parte final dos seus cursos é feita em outros países. Para ajudar neste processo, um parque temático chamado KidZania, de Tóquio, está lançando, com sucesso, uma experiência onde os estudantes executam serviços em inglês. Assim, existem pavilhões como o Pizza-la, onde as crianças executam um programa de experiência profissional, trabalhando com todas as fases de uma pizzaria, utilizando somente o inglês. O programa demanda uma sessão de três horas.

Ainda que o custo do programa acabe dobrando o preço da entrada no parque, está tendo uma boa aceitação, e já se cogita lançar o mesmo tipo de programa em outras cidades, como Osaka. O programa utiliza funcionários que supervisionam os estudantes, tendo o completo domínio do inglês. O assunto consta de um artigo publicado no Nikkei.

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Demanda de Produtos Nacionais na China

27 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , , | 2 Comentários »

Como os norte-americanos lançaram a campanha “Buy Americans” (compre produtos americanos), as autoridades chinesas desenvolveram uma promoção para que o mercado local comprasse mais TV de telas planas produzidas pelas indústrias do país. Isto está fazendo com que produtores japoneses e coreanos percam parte do maior mercado mundial destes aparelhos. As coisas, segundo artigo do jornal japonês Nikkei, estão mudando rapidamente de modo que as entregas destas empresas chinesas superem os norte-americanos e dos europeus, tornando-se o maior mercado do mundo.

A dura política das autoridades chinesas para a compra de imóveis (estão exigindo uma entrada de 50 a 60% na compra do segundo apartamento) ajudou a reduzir, temporariamente, a demanda de televisões no começo deste mês de maio, mas está estimulando a demanda no setor rural, para compensá-la, com subsídios. Muitos chineses adquirem televisores de grande dimensão para usarem coletivamente nos seus edifícios. Eles estão proporcionando descontos significativos, de forma que os de 32 polegadas sejam vendidos por cerca de 300 dólares norte-americanos, quando no Brasil custa cerca mais de 800.

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Desenvolvimento do Seguro no Brasil

27 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: , ,

Uma interessante e oportuna publicação do Valor Econômico aborda os problemas brasileiros relacionados aos seguros, previdência e capitalização, com o título “Tempo de mudanças – novo cenário exige ajustes e inovações”. Apesar da agilidade do setor financeiro brasileiro, nota-se que o segmento de seguros sofre alguns constrangimentos que não o permite que tenha a importância que seria de se esperar, com a adequada inserção no mercado internacional, notadamente no aspecto relacionado com o resseguro.

Poucos são os cursos especializados com os estudos atuariais no Brasil, fazendo com que profissionais de outras áreas ocupem muitas posições na área de seguros, sem uma formação adequada. Apesar de sua importância, nem sempre se contou com o status adequado para a atividade, apesar de alguns pioneiros trabalhos das áreas dos cálculos atuariais e estatísticas especializadas como a demográfica no Brasil. São as únicas realmente confiáveis e que apresentam uma estabilidade no longo prazo.

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Novo Embate Entre Emergentes e Desenvolvidos

27 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , ,

Quando tudo indicava que havia um processo de crescente aumento da influência dos países emergentes no mundo, pois suas economias estão crescendo mais rapidamente, nota-se na discussão da sucessão do FMI um sentimento de retrocesso. A reunião do G-8 mostra que o defasado mundo desenvolvido volta a demonstrar ao seu apego ao status anterior, até porque as reuniões do G-20 vêm se mostrando dispersivos, com belos discursos, mas sem conquistas reais que tenham efeitos operacionais.

A aparente consolidação da candidatura da ministra da Economia da França, Christine Lagarde, mostra que o atual poder econômico continua sendo o único e realístico critério das decisões relevantes, ajudando a preservar um mundo decadente. Todos sabem que os Estados Unidos e a Europa vivem hoje dos recursos provenientes do mundo emergente, como na época colonial, deixando as migalhas para o resto do mundo, que não consegue ter uma posição uniforme. Ainda que as declarações dos emergentes sejam para o consumo interno, na hora das decisões cada pais procura agradar os mais poderosos, como sempre foi nas diversas reuniões preparatórias do FMI, lamentavelmente.

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Líderes em reunião do G-8 e ministra da Economia da França Christine Lagarde

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Interdependência do Brasil com a China

26 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: , ,

Um artigo da Marta Watanabe acaba de ser publicado no Valor Econômico chamando a atenção sobre o aumento da dependência do Brasil com relação à China. Aquela economia comprou mais de 29% das exportações brasileiras de produtos básicos no primeiro quadrimestre deste ano, mais 26% do que no ano passado. O artigo mostra que esta tendência de aumento vem se verificando ao longo dos últimos 10 anos, e que a China importa cerca de 50% do minério exportado pelo Brasil, mais de 60% da soja e cerca de 25% do petróleo.

Não há dúvida que a China necessita destas matérias-primas e vê o Brasil como um fornecedor organizado e confiável, estando disposto a aumentar seus investimentos para continuar contando com um suprimento confiável. No entanto, para nenhuma economia parece interessante exagerar na sua dependência de um só mercado, principalmente quando há possibilidade concreta de que ela terá que reduzir o seu ritmo de desenvolvimento, mesmo se mantendo num patamar elevado.

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Problemas Inflacionários na China

26 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: ,

Ainda que muitos analistas considerem que na China as autoridades governamentais possuem um poder mais alto que nas economias de mercado, observa-se que os consumidores por lá se comportam exatamente como os ocidentais diante das pressões inflacionárias. O jornal econômico Nikkei relata como eles estão sendo atingidos pelos aumentos dos preços e como reagem diante do fenômeno. Como em muitas outras economias, as autoridades chinesas expandiram o crédito interno para fazer face às tendências recessivas provocadas pelas restrições financeiras que ocorreram em todo o mundo em 2008, o que acabou igualmente aumentando as tensões inflacionárias.

O Nikkei noticia que na cidade de Shenyang uma senhora de 75 anos informa pela rádio local todas as mudanças de preços que constata no mercado. E dá dicas de como economizar um pouco usando na cozinha produtos que podem ser adquiridos no supermercado um pouco antes do seu horário de fechamento. Tornou-se uma sensação na cidade, e ela passou a visitar as lojas três vezes por semana.

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Visões Diferentes Sobre os Problemas Econômicos Brasileiros

25 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , ,

São frequentes os depoimentos de responsáveis economistas sobre os problemas brasileiros utilizando dados defasados, que refletem quadros já superados de meses atrás. Parece que muitos dirigem seus veículos olhando o vidro retrovisor, sem prestar a devida importância para um horizonte que se vislumbra para o futuro. Mas quase todos admitem que as medidas de política econômica não têm efeitos imediatos, demandando um tempo que não é curto para provocar resultados, ainda que o mercado tenda a antecipar algumas coisas com as perspectivas que se foram sobre o futuro. O risco evidente destas análises é recomendarem excessos de medidas restritivas aprofundando, de forma necessária, uma desaceleração mais forte que vai exigir esforços hercúleos para ser superada.

O jornal Valor Econômico traz o resultado de um artigo de Adriana Mattos e Sergio Lamucci relatando um estudo feito pela consultoria Kantar Worldpanel que visitou 8,2 mil residências brasileiras nas últimas semanas, informando que no primeiro trimestre de 2011 a classe emergente já estaria contendo o seu consumo. Na classe A e B teria havido um crescimento modesto de 3% no consumo dos itens básicos sobre o mesmo período do ano anterior, e 4% nos considerados não básicos. Na classe C, os básicos estariam estáveis, e os não básicos estariam crescendo 13%, e nas classes D e E o consumo dos itens básicos teria decrescido 2% e os dos não básicos teriam aumentado 10%. As informações do setor de construção civil dão conta que neste começo do ano as vendas já estão bem mais difíceis. Muitas outras informações mais atualizadas, como as relacionadas com o emprego, dão conta que a economia brasileira já passou por um pico, estando em desaquecimento que vem se acentuando nas últimas semanas, inclusive por efeito da política econômica do governo federal.

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Zona de Livre Comércio no Extremo Oriente

25 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , , , | 6 Comentários »

O jornal japonês Daily Yomiuri, que tira cerca de 15 milhões de exemplares diários entre as edições matutinas e vespertinas, num artigo escrito por Koichi Uetake, informa que o Japão, a China e a Coreia caminham para chegar a um acordo de Zona de Livre Comércio, depois da visita do premiê da China, Wen Jiabao, e do presidente da Coreia, Lee Myung Bak, que se reuniram com o primeiro-ministro japonês Naoto Kan. A resistência era dos chineses, mas o premiê Wen Jiabao expressou a esperança que o estudo seja concluído ainda este ano, o que reacendeu as esperanças de todos para a negociação no próximo ano.

As economias combinadas dos três países do Extremo Oriente representam 20% do total mundial. A China tenta proteger o seu mercado interno colocando tarifas sobre as importações, mas parece que o desenvolvimento que estão atingindo permite que sejam competitivos com seus vizinhos.

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Wen Jiabao, Naoto Kan e Lee Myung Bak

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Mudanças que Continuam Ocorrendo no Japão

25 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: , ,

A economia japonesa é uma nas quais mais ocorrem subcontratações, onde as maiores obtêm grandes projetos e acabam contratando as menores para partes dos trabalhos, o que pode acontecer em diversos níveis. Com isto, acaba se desenvolvendo uma solidariedade que é vital nos momentos de dificuldades, como as decorrentes de desastres naturais. O jornal Nikkei cita exemplos, alguns até inusitados, para não interromper as cadeias existentes de fornecimentos. No Nordeste japonês existem muitas empresas de médio porte que contam com habilidades especializadas de alguns artesãos.

Uma empresa da prefeitura de Miyagi, fabricante de peças de alumínio para automóveis, foi afetada pelo tsunami e teve que interromper suas operações. O seu proprietário solicitou a um seu concorrente para produzi-las, colocando a disposição o seu conhecimento especializado, para não interromper a produção de toda a indústria automobilística. Algo parecido tem acontecido com muitas empresas automobilísticas e de eletrônica, que fazem parte da pirâmide industrial japonesa.

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