Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

O Significado do PIB Chinês e Japonês

15 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , ,

A humanidade sempre viveu de marcos e símbolos que precisam ser profundamente analisados nos seus significados. A oficialização dos dados que demonstram que o PIB chinês ultrapassou o japonês acabaram ganhando manchetes em muitos jornais do mundo, para decepção de muitos nipônicos, mas pouco festejo de cidadãos do País do Meio. Até pelo contrário, muitas observações dos chineses indicam uma preocupação, com novas pressões internacionais que devem sofrer.

O ponderado jornal econômico The Wall Street Journal publicou uma matéria mostrando que a diferença das cifras do PIB chinês de US$ 5,88 trilhões, que vem crescendo rapidamente, não difere muito do US$ 5,47 trilhões do japonês, estando muito longe dos US$ 14,66 trilhões dos norte-americanos, pelos dados publicados em janeiro deste ano. Em termos per capita, o da China ainda está somente em um décimo do Japão, entre os mais pobres do mundo, que leva uma ex-autoridade chinesa a descrever como “um país rico, com população pobre”. Mas o jornal alerta que os japoneses têm sido aliados geopolíticos dos norte-americanos, mas os chineses potenciais desafiadores.

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Participação Japonesa nos Grandes Projetos Brasileiros

14 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: , ,

São constantes as informações sobre a vinda de missões empresariais japonesas ao Brasil para cogitar da participação de projetos. Não há dúvidas de que a economia interna do Japão ainda está com um crescimento modesto e que existem poucas perspectivas de uma aceleração, diante de uma população extremamente idosa que representa pesados encargos aos que se encontram na faixa ativa. Uma alternativa é o aumento dos seus investimentos no exterior, notadamente nas economias emergentes. A primeira prioridade japonesa volta-se aos seus vizinhos asiáticos, ainda que existam lamentáveis resquícios da Segunda Guerra Mundial. O Brasil, que possui uma imagem positiva dos japoneses, fica distante do Japão, e seus principais dirigentes não se dispõem a uma ação coordenada e intensa, notadamente na área política.

Ainda que estejam sendo tomadas iniciativas japonesas relacionadas à Índia, ao Vietnam, à Turquia e outros países emergentes, com uma maior coordenação das atividades oficiais com as privadas, são tênues as informações sobre o mesmo tipo de ação com relação aos grandes projetos brasileiros. Informa-se sobre a possível retomada do interesse japonês no projeto do trem rápido ligando Campinas, São Paulo, Cumbica e Rio de Janeiro, o que seria interessante, mas exige um grande empenho que ainda não está se constatando. E sempre existem dúvidas sobre a sua viabilidade econômica.

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Trem rápido que liga Tóquio a Quioto. Usina nuclear projetada pela Toshiba

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Tímidas Mulheres Japonesas

14 de fevereiro de 2011
Por: Naomi Doy | Seção: Notícias | Tags: , ,

Ventos da liberação pop estão fazendo bem às mulheres japonesas. Takako Nagase, membro da Câmara dos Comuns, e outras 20 deputadas do Partido Democrático Japonês (do governo), se cotizaram para presentear o primeiro-ministro Naoto Kan com uma bela e inusitada gravata cor-de-rosa, pink cheguei. Amaldiçoado seja quem pensou mal: num momento em que o governo atravessa índice de aprovação flutuando perigosamente para baixo no meio de tempestades no parlamento, elas esperam que esse acessório inspire sortilégio mágico e sedutor ao ministro, projetando imagem renovada de forte e viril liderança junto ao público.

Nagase falou a repórteres que o ministro ficou muito feliz com o talismã e o colocou incontinenti. Espera-se que ele compareça usando a nova gravata nas próximas reuniões do Parlamento. Nos últimos anos, a imagem de várias deputadas em elegantes tailleurs bem cortados trouxe novos ares ao antes sisudo ambiente parlamentar de ternos escuros e sombrios. Até o momento, nenhum dos sérios e carrancudos parlamentares da ala masculina se manifestou a respeito da desinibida movimentação de suas colegas, que estão causando.

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Naoto Kan. Dia dos Namorados no Japão: entusiasmo de jovens garotas e muitos bombons em lojas

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Dificuldades de Globalização das Empresas Japonesas

14 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: , , ,

Que há um esforço das empresas japonesas para adaptar a sua estratégia para o mundo globalizado, não se duvida. Mas o exemplo da Mitsu & Co. dá uma ideia das dificuldades para tanto, o que ficou claro na entrevista do seu managing office Hironobu Ishikawa para o jornal japonês Nikkei. Ele reconheceu que mais da metade dos ganhos de sua companhia ocorrem no exterior, e só agora preparam um plano de médio prazo para adaptar os seus recursos humanos para esta realidade. É possível que parte dos resultados no Japão também seja decorrente das atividades provenientes do exterior.

Na parte da entrevista publicada, Ishikawa informa que um dos objetivos de médio prazo do plano de negócios da Mitsui é a globalização dos seus recursos humanos. As mudanças na alocação dos recursos gerenciais estarão em linha com as mudanças no cenário dos negócios, e eles necessitam de um sistema flexível para tanto.

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Hironobu Ishikawa

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Corrida Armamentista na Ásia

14 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Política | Tags: , ,

wsj_logo Numa primeira cobertura de uma série envolvendo seus jornalistas Amol Sharma, de Nova Delhi, Jeremy Page, de Beijing, James Hookway, de Hanoi, e Rachel Pannett, de Camberra, o influente The Wall Street Journal relata a atual corrida armamentista que está ocorrendo na Ásia, com vizinhos reagindo às ações chinesas, com fartas ilustrações fotográficas. Informam que os indianos estão em plena produção de equipamentos militares acrescentando navios à sua marinha, inclusive submarinos. Um parlamentar indiano do partido situacionista, Ashwani Kumar, informa que a Índia não ficará aguardando para tomar medidas efetivas para salvaguarda de sua integridade territorial e seus interesses nacionais.

Da Arábia ao Oceano Pacífico, o aumento da importância econômica e militar da China e da região, e a consciência que os Estados Unidos parecem cada vez com menos dispostos a interferir na área, está provocando uma corrida armamentista. O Japão decidiu em dezembro último comprar navios, submarinos e aeronaves. Coreia e Vietnã estão ampliando o número de submarinos. A Malásia está aumentando a importação de armamentos. A Austrália planeja aumentar em US$ 279 bilhões os gastos com mesmos tipos de equipamentos nos próximos anos. No conjunto, os investimentos são os mais expressivos deste a época da Guerra Fria.

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Cultura do Tofu na China e no Mundo

14 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Gastronomia | Tags: , , , ,

O tofu é um alimento de origem chinesa que se tornou mundial, sendo feito de leite de soja, água e um coagulante, sendo muito similar ao do queijo de leite. Um artigo do China Daily informa que sua origem remonta ao período da Dinastia Han (206 AC – 24 DC). Li Am, neto do imperador Liu Bang, desejava criar a pílula da imortalidade e chegou ao tofu, criado na sua cidade natal de Shouxian, na Província de Anhui.

Simples na produção, de baixo custo, tornou-se um produto favorito do povo, tendo se espalhado pela China e pelo mundo até os dias de hoje, sendo extremamente nutritivo e saudável. Os pratos preparados com tofu diferem de cada região, com sabores diferentes ressaltando as características locais, podendo ser apresentados de formas diferentes, como simples queijo, fritos ou como pudins, com diferentes aromas e cores.

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Clima Mundial Preocupante

11 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , , ,

Todos sabem que a economia mundial é um animal muito arredio que teme os riscos decorrentes das incertezas que parecem estar aumentando por todos os lugares. A crise no Egito é a sua atual face mais dramática onde as manifestações populares que começaram na Tunísia provocaram a renúncia do Hosni Mubarak, sem que haja indícios sobre como será o futuro da região. Mais do que este fato, o lamentável foram os serviços de inteligência das potências internacionais se mostrarem incapazes de fornecer um quadro mais preciso das tendências, não fornecendo indícios de potenciais problemas em todo o mundo árabe. Ao mesmo tempo em que ocorreram vazamentos lamentáveis de informações diplomáticas dos Estados Unidos, que constrangeram a muitos dos seus aliados.

Sente-se também um aumento das tensões ainda latentes com o rápido crescimento econômico, político e militar da China, e a relativa queda da influência norte-americana na segurança dos mares que separam aquele país com seus principais vizinhos. Os apetites chineses em assegurarem os produtos indispensáveis para a manutenção do seu crescimento econômico prenunciam a intensificação das pesquisas em águas profundas.

Todos acreditam que se trata do interesse geral manter um razoável equilíbrio entre potências que estão tendo os seus poderes desgastados, com aqueles que estão num processo de ascensão. Mesmo que existam outros fatores que provoquem apreciáveis custos sociais diante dos envelhecimentos de algumas populações.

Ainda que todos admitam que o poder mundial necessita ser partilhado por maior número de países, ainda não se desenha claramente como ele ficará, por exemplo, no Grupo dos 20, com a participação de alguns emergentes. Mesmo com a tendência à consolidação da Organização Mundial do Comércio, os arranjos do Banco Internacional de Compensações não são suficientes para impor controles para as instituições financeiras privadas que, mesmo com a crise de 2008, continuam sem regulamentações adequadas.

Os fluxos financeiros internacionais, exagerados e em grandes montantes, podem provocar movimentos bruscos decorrentes das mudanças no quadro psicológico coletivo. Principalmente quando muitas decisões são tomadas por referências estabelecidas por duvidosas análises com usos de informática sem ponderações humanas, que também não são tão racionais como seriam de se desejar.

É evidente que a humanidade dispõe de mecanismos instintivos para a sua sobrevivência, não se aguardando crise agudas no futuro próximo. Mas seria sensato que regras adicionais de controle sejam estabelecidas no mundo financeiro, pois os interesses coletivos devem prevalecer aos de alguns segmentos.


Turistas Chineses no Japão no Festival da Primavera

11 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: , ,

Apesar das dificuldades diplomáticas entre a China e o Japão, durante os feriados do Ano Novo Lunar chinês, que também chamam de Festival da Primavera, quando muitos turistas aproveitam para visitar o exterior, o fluxo deles para visitar algumas localidades japonesas aumentaram em cerca de 20% com relação ao ano passado. Foi uma injeção de vendas que muitas lojas de porte médio do Japão não esperavam. Comparando 2010 com o ano anterior, os dados japoneses estimam que houve um crescimento de 40% no número destes turistas chineses.

Aos locais tradicionais de compras das grandes cidades japonesas, estes turistas estão preferindo outlets que estão se especializando no atendimento. Estão sendo construídos por tradicionais investidores japoneses em imóveis. São em cidades de porte médio do Japão, que necessitam providenciar funcionários falando mandarim para atender estes turistas, bem como aparelhados para receber pagamentos em renmembi, ou em cartões de débitos chineses, como o UnionPay. Na Província de Shizuoka, um outlet com cerca de 200 lojas, Gotemba Premium Outlet, com vista privilegiada para o Monte Fuji, foi uma das privilegiadas.

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Turistas chineses invadem loja da Louis Vuitton no Japão

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Arte do “Kiriê” Ganha Revival no Japão

11 de fevereiro de 2011
Por: Naomi Doy | Seção: Cultura, Depoimentos | Tags: , , , | 2 Comentários »

A arte em papel veio da China, entre elas kiriê, kirigami e origami. Técnica sutil e delicada, o kiriê requer muita paciência e concentração: corta-se o papel com estilete, seguindo desenhos de flores, animais, paisagens. Origami é dobradura em papel, bastante conhecido no Brasil pelos “mil tsurus (grous)” da saúde e da prosperidade. Kirigami é um misto de dobradura e recorte, com tesoura (em japonês, kiri=cortar; e=desenho; gami=papel; ori=dobrar).

Na China, o kiriê era praticado pelo menos desde o VI século D.C. Eram feitos para se dar de presente almejando bons votos, ou para fins decorativos. Geralmente, usava-se papel de cor vermelha, com ênfase em motivos simbolizando animais do zodíaco chinês. No Japão, introduzido por monges budistas, desenvolveu-se um estilo peculiar e único, surgiram muitos artistas que inovaram as artes em papel. Geralmente, vaza-se o desenho em papel branco ou preto, e o recorte é montado em folha de papel cartão; pode-se colocar papel de diferentes cores, de entremeio – o resultado é surpreendente.

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Kiriê de Hina Aoyama, que mora na França

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Mudanças de Comportamento dos Jovens Japoneses

11 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: , , | 2 Comentários »

Por ironia, o jornalista Jonathan Soble do Financial Times informa que os atuais jovens japoneses, apesar do atual elevado desemprego pelos padrões daquele país, estão indicando que se distanciam das profissões relacionados com o desenvolvimento tecnológico. Ele chama a atenção que Akio Morita, co-fundador da Sony, orgulhava-se na sua autobiografia em 1986 que o Japão se concentrava na formação de engenheiros, enquanto os Estados Unidos contavam com muitos advogados.

Ainda hoje, muitas empresas japonesas dependem da tecnologia para enfrentar a concorrência com os coreanos e taiwaneses. Uma pesquisa efetuada pelas empresas japonesas informa que no ano passado dois terço delas sentiam as limitações da disponibilidade de pessoal técnico capacitado voltado à tecnologia.

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