Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Nikkei Sobre as Disputas Comerciais de Gigantes na Ásia

12 de agosto de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , | 2 Comentários »

Nos complexos posicionamentos comerciais em disputa na Ásia, um artigo escrito por Kazuki Kagaya do sênior staff do Nikkei publicado no Nikkei Asian Review deve ser considerado mais informado do que outros analistas que acompanham o assunto a certa distância. Todos sabem que se trata de um difícil jogo de xadrez onde, mesmo sem um confronto, o pano de fundo acaba sendo a disputa de prestígio entre a China e os Estados Unidos. Como todos são pragmáticos, os interesses comerciais acabam se sobreponto aos geopolíticos, mas o resultado final depois de muito tempo pode proporcionar posicionamentos estratégicos para as partes envolvidas.

O artigo considera um símbolo destas expansões a Quarta Ponte da Amizade Thai-Lao, uma ligação concluída sobre o rio Mekong, entre a província de Chiang Rai da Tailândia e Bokeo em Laos. Quando antes cruzavam pelas balsas somente 20 caminhões diários, hoje mais de 100 ligam Shanghai para a Tailândia e o Laos. A rodovia Asiática 3 transporta cerca de US$ 96 milhões por ano entre frutas, aço e combustíveis.

clip_image002                                Fourth Thai-Lao Friendship Bridge Chiang Rai – Bokeo

A Asean – Associação dos Países do Sudeste Asiáticos estão programando formar uma comunidade econômica em 2015, com a criação de uma nova zona comercial na região. Os bancos locais estão se posicionando para poderem resistir às investidas vindas do exterior, estabelecendo uma proteção para as empresas locais.

Um exemplo é o que está acontecendo na Malásia, segundo o artigo. Os acordos comerciais estão pressionando os governos locais a estabelecerem reformas para se ajustarem à nova situação.

A Trans-Pacific Partnership está sendo negociada sobre a liderança de Washington, envolvendo muitos aspectos, e os países membros do Asean temem pelo destino de suas empresas.

A China está propondo um Regional Comprehensive Economic Partnership entre os países do Asean, incluindo se no bloco, mas também o Japão e a Coreia do Sul. O atrativo da proposta é que a exigência é mais suave na liberalização do comércio, ainda que existam resistências com as disputas territoriais.

Diante da possibilidade de longas negociações, está se propondo agora um acordo de livre comércio com base nas estruturas já existentes, como a APEC – Cooperação Econômica Asia-Pacífico. O acordo global seria de 21 membros da APEC, que responderiam juntos com 60% da economia do mundo.

Estas negociações serão cruciais nos próximos anos e terão repercussões importantes tanto nas estratégias econômicas como diplomáticas para todos os países da região, enquanto os avanços na infraestrutura continuam ocorrendo.


Empresas Japonesas Procuram o Mercado Externo

13 de novembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , | 4 Comentários »

Um artigo publicado pelo site do Nikkei relata a experiência de algumas empresas japonesas que estão lançando seus produtos, novos ou antigos remodelados, atendendo uma demanda que existe no exterior, adaptando aos seus hábitos. Por exemplo, o chá verde com o nome Oi Ocha da Ito En tornou-se uma bebida popular nos escritórios do Vale do Silício, nos Estados Unidos, tendo a qualidade de ser saudável e sem açúcar, como é consumido na forma de refrigerante no Japão. Nada mais refrescante, sendo recomendado para a preservação da saúde, evitando-se adoçantes naturais ou artificiais.

O artigo informa que a Yahoo adquiriu mil pacotes com 12 garrafas cada para seus funcionários no escritório, que contam com geladeiras exclusivas para o Oi Ito En Ocha. Outras empresas também já fornecem o produto nas reuniões de suas equipes. Os consumidores norte-americanos preferiam refrigerantes com açúcar, mas a Oi Ito preferiu insistir nos seus produtos que não contêm nenhuma caloria. Como existe hoje uma preocupação com o excesso de consumo de açúcar, para uma população que enfrenta problemas de obesidade, tudo indica que a aposta teve sucesso.

Inicialmente, foram fornecidos estes produtos sem nenhum compromisso, mas a paixão por eles foi ganhando terreno. Também estão sendo utilizadas formas de divulgação e venda pelo Facebook, mas parece que o boca-a-boca tem conquistado mais adeptos. Esta empresa japonesa já trabalha há dez anos na Califórnia, mas parece que as redes sociais estão prestando um grande serviço.

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Alguns produtos que já tinham desaparecido no Japão estão encontrando novos espaços no exterior, segundo o artigo. Hoje, a Walt Disney planeja transmitir uma animação em 3-D, em língua inglesa, visando o mercado dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, Austrália e outros países de língua inglesa neste outono do hemisfério norte. Cerca de 20 produtores de vestuários e varejistas já assinaram acordos de licenciamento com a empresa japonesa.

As antigas câmeras de fotografia instantânea estão voltando a ser o “must” do mercado. A Fujifilm que lançou o Mini Cheki que está se tornando popular na China e na Coreia, principalmente entre os jovens nos eventos como casamentos e outros assemelhados. Fornece imediatamente uma copia da foto tirada.

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Celebridades estão sendo utilizadas para a divulgação do produto nos seus casamentos, e os antigos concorrentes também estão voltando ao mercado com produtos similares. A Fujifilm conseguiu em 2010 dobrar suas vendas que atendem 90% do mercado, e pretendem neste ano fiscal um novo aumento de 25%.

Produtos como o shoyu da Kikkoman com as devidas explicações e o boom de consumo dos alimentos japoneses estão conseguindo competir com os produtos locais, ainda que tenha demandado algum tempo.


Tsunami Monetário Criticado pelo Brasil

27 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Um artigo publicado no jornal econômico Nikkei reconhece o que foi denunciado pela presidente Dilma Rousseff no seu discurso na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, e repetidas vezes pelo ministro Guido Mantega como uma “guerra cambial”, está ocorrendo, com crescentes pressões para maiores “Competitive Easing”, diante da valorização do iene perante o dólar norte-americano. Aliás, o artigo faz menção direta ao ministro Guido Mantega sobre o “currency war”.

Todos sabem que os Estados Unidos, desde o episódio da quebra do Lehman Brothers em 2008, vêm provocando o “quantitative easing”, também conhecido por alguns como “monetary easing”, que nada mais é que o aumento dos meios de pagamentos, facilitando o aumento dos empréstimos dos bancos. Acontece que isto acaba provocando um aumento do fluxo de recursos para economias consideradas seguras, como a brasileira, provocando a valorização de suas moedas, fazendo com que os seus produtos fiquem com menor capacidade de competição no mercado internacional. Dificultam as exportações e aumentam as importações e os gastos de turismo no exterior.

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Gráfico publicado no Jornal Nikkei

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