Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

China Daily Sobre a América do Sul

24 de julho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , | 2 Comentários »

Demonstrando a intensificação dos investimentos chineses na América do Sul, o China Daily publica dois artigos de Zhou Siyu, o primeiro sobre as atividades da Sany Heavy Industries em São José dos Campos, para a produção de equipamentos pesados de construção que competem com a Komatsu e com a Caterpillar. Ela espera dobrar suas vendas nesta parte do mundo, e já conta com 21 subsidiárias em todo o mundo, e cinco fábricas nos Estados Unidos, Alemanha, Índia, Brasil e Indonésia. Ela é a maior indústria de equipamentos pesados para construção na China, que detém nada menos que 50% da capacidade mundial neste segmento.

Já contam com 30% deste mercado no Brasil, à frente da Komatsu e da Caterpillar, e seus diretores afirmam que os equipamentos necessários no Brasil são similares aos da China. Visam atender obras como a da Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016. Suas vendas totais no mundo chegam a US$ 7,9 bilhões. Eles esperam melhorar a qualidade dos seus produtos e se tornarem competitivas internacionalmente. Sua base de produção no Brasil visa atender também países vizinhos como a Colômbia, Peru e Equador. Eles adquiriram a Putzmeister, um grande produtor alemão de bombas de concreto, investindo cerca de US$ 640 milhões.

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Numa outra matéria, publica-se a foto de um estande brasileiro na Feira de Cantão, informando que, em 2010, US$ 17 bilhões foram investidos pelos chineses no Brasil, tornando-se o maior investidor estrangeiro neste país.

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Mas a matéria refere-se ao gigantesco investimento conjunto da Shaanxi Coal & Chemical Industry, Shaanxi Xinyida Investiment e Jinduichang Molibdênio, totalizando US$ 1 bilhão em Rio Grande, na Argentina, para produzir 450 mil toneladas de amônia e 800 mil toneladas de ureia, portanto fertilizantes.

Mas com a crise argentina, as dificuldades começaram a aparecer, com equipamentos de construção proibidos de desembarcar naquele país. Os investimentos não podem ser realizados e o projeto se encontra paralisado.

Como a demanda de fertilizantes como a amônia e a ureia são vitais para o aumento da produção agrícola, não seria um absurdo se negociar a sua relocalização, inclusive para o abastecimento do Mercosul.