Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

China Superando os Estados Unidos

7 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: , , ,

O Financial Times publicou um artigo ontem escrito por Gideon Rachman estimando que a China supere economicamente os Estados Unidos muito em breve. O FMI publicou um relatório que será dentro de cinco anos, 2016, com a projeção efetuando os ajustamentos no chamado PPP – Poder de Paridade de Compra dos dois países. Mesmo que haja problemas nestes cálculos, utilizando a taxa de câmbio, o The Economist projeta que isto ocorra em 2019.

O artigo explica que isto mudará o conceito de superpotência, pois até agora a maior economia era a que abrigava a mais rica. Pela dimensão populacional e disparidade de renda, a China será a maior mais rica e ao mesmo tempo a mais pobre, e na média os norte-americanos serão 10 vezes mais ricos que os chineses. Pela relativa riqueza da sociedade americana, ela continuará a ser a mais poderosa, pois prosseguirá influente nas Nações Unidas, no FMI, no Banco Mundial e a NATO está construída em torno dos Estados Unidos.

PYKazu

Charge publicada no Financial Times

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Resumo das Decisões do G20 em Seul

12 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Integração | Tags: , , , , , | 2 Comentários »

A importante reunião de cúpula do Grupo dos 20 em Seul, na qual compareceu o presidente Lula da Silva acompanhado da presidenta eleita Dilma Rousseff, procurou um avanço nos entendimentos possível entre posições divergentes de países relevantes no atual cenário internacional. Não se podia esperar por decisões radicais, mas tudo indica que há uma consciência geral que o mundo passa por uma fase importante, e que todos necessitam envidar esforços para correção dos desequilíbrios que possam ser identificados.

No comunicado conjunto que veio sendo elaborado ao longo de semanas de negociações entre as delegações dos diversos países, anuncia-se um Plano de Ação de Seul que orienta as principais medidas a serem tomadas até a próxima reunião em fins de 2011, a ser realizada na França.

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Líderes mundiais durante encontro do G20, em Seul. Foto AP

Ficou decidido que serão elaborados indicadores dos desequilíbrios econômicos que estejam ocorrendo nas relações entre os diversos países, com a ajuda do FMI – Fundo Monetário Internacional, a fim de permitir a identificação e a correção para a sustentabilidade da economia globalizada, e eles devem ser objetos de decisão na próxima reunião de 2011.

Reafirmou-se que o câmbio entre as diversas moedas deve continuar a ser estabelecido pelo mercado, evitando-se a desvalorização competitiva que está ocorrendo atualmente, mantendo-se a flexibilidade cambial. Na análise da situação mundial, prestigiou-se o papel do FMI, que está sofrendo ajustamentos para acomodar a importância que os países emergentes ganharam no cenário internacional.

Os diversos fóruns específicos, realizados no âmbito das Nações Unidas, foram reconhecidos, como os relacionados com o clima, a biodiversidade, insistindo-se que os esforços de liberalização do comércio devem ter prosseguimento, ainda que as rodadas como a de Doha continuem com dificuldades, estimulando iniciativas de acordos regionais ou bilaterais de livre comércio ou de parcerias econômicas.

Numa análise ainda preliminar, deve-se admitir que esta reunião do G20 acabou sendo de grande utilidade para a colocação franca das posições de muitos países sobre os problemas econômicos internacionais, ainda que não seja possível tomar ações corretivas por ora. Ficou claro, no mínimo, que há um consenso sobre os desconfortos de todos, havendo necessidade da elaboração de indicadores que permitam o estabelecimento de negociações sobre os limites de suas variações, bem como os mecanismos que serão adotados para suas correções.

Seria muito difícil conseguir resultados mais concretos, mas as reafirmações dos chefes de governos e das principais organizações mundiais sobre estes problemas aparentam um avanço, estabelecendo um compromisso com os aperfeiçoamentos necessários, que deverão ser discutidos e negociados durante um ano.


Amplia-se a Disputa Mundial do Poder Cambial

8 de outubro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , ,

Dominique Strauss-Kahn Ainda que o assunto seja técnico, ele merece uma atenção de todos, pois seus efeitos são gerais, afetando tanto os países desenvolvidos quanto os emergentes como a China e o Brasil. Todos são constantemente informados sobre uma verdadeira guerra que se processa em muitos países diante do quadro cambial mundial. Hoje, o jornal Valor Econômico publica um artigo do jornalista Alex Ribeiro sobre a disputa de poder no FMI – Fundo Monetário Internacional, relacionando com o câmbio dos países emergentes, que se processará nas reuniões regulares previstas para os próximos dias.

O atual diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, vem expressando o desejo de todos que haja um acordo internacional para estabelecer um novo quadro cambial mundial, evitando que ocorra uma onda de protecionismo como decorrência da atual guerra cambial. Os chineses estão com o câmbio desvalorizado, como todos admitem, inclusive eles, mas entendem que a medida atende aos seus interesses. Os norte-americanos tomam medidas para desvalorizar o dólar que é utilizado na maioria das operações financeiras internacionais. E outros, como os japoneses e brasileiros, procuram se defender com medidas para evitar a exagerada valorização de suas moedas.

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