Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

O Patrimônio Cultural da Humanidade Angkor no Camboja

17 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, webtown | Tags: , , ,

O suplemento de Turismo da Folha de S.Paulo traz uma longa reportagem sobre este impressionante patrimônio que a Unesco considerou da humanidade, o Angkor Archaeological Park, localizado no Camboja, na Ásia. Todos que tiveram a oportunidade de visitar este amplo local com cerca de 400 quilômetros quadrados ficam abismados com a sua inigualável grandiosidade, tanto de suas obras como da cultura. O local ficou isolado por muitos séculos, até o término de uma das mais sangrentas disputas com o Khmer Vermelho, com a paz firmada em 1991. Eles incluem os templos Angkor Wat, Angkor Thom e Bayon, considerados os maiores do mundo, e as antigas estruturas hidráulicas compostas de bacias, diques, reservas, canais que era o centro do Império Khmer. Também as artes que foram empregadas dos séculos IX ao XIV nas suas obras-primas, que se referem ao hinduísmo, mas principalmente ao budismo.

Os esforços para a sua recuperação e manutenção vêm dos diversos países, como os franceses, indianos, poloneses, australianos e neozelandeses, entre outros. São motivos de pesquisas científicas e arqueológicas, junto com o governo cambodiano. O país continua pobre, mas o conjunto vem sendo explorado de forma intensa do ponto de vista turístico de alta qualidade, atraindo estrangeiros de todo o mundo. A matéria do suplemento pode ser acessada pelo: www.folha.com.br/fg12878 e outras fotos de muitos templos pelo: www.folha.com.br/fg12877.

O site da Unesco fornece as informações básicas e, por ser um organismo das Nações Unidas, suas isenções devem ser consideradas. Mostra que civilizações antigas tinham meios para se manter dentro de uma floresta semelhante à Amazônica, com abundância de água, com construções que até hoje impressionam os visitantes. E aproveitando a biodiversidade.

A longa e violenta guerra recente com o Khmer Vermelho, considerada uma das mais brutais, dizimaram habitantes de diversas etnias, mas, depois de superadas as barbaridades, efetuam-se pesquisas e esforços de reconstrução sobre o muito de grandioso que foi mantido ao longo de séculos. O conjunto é considerado como um dos mais importantes sítios arqueológicos do mundo, envolvendo também os imateriais, pois as culturas locais ainda são mantidas por muitos moradores.

Muitas plantas sempre foram aplicadas para variadas doenças, sendo que um dos templos teria sido uma universidade para tanto, mostrando a potencialidade da biodiversidade. Mas também práticas como a produção de materiais têxteis e açúcar de palma são consideradas importantes, ajudando na sustentação e subsistências destes povos.

As visitas ao conjunto demandam um prazo razoável, havendo facilidades atualizadas para permitir uma razoável qualidade. Tudo permite conhecer que grandes obras foram efetuadas no passado, que não se resumem somente aos gigantescos templos.

Tudo indica que temos muito a aprender das antigas civilizações, como também está acontecendo com os incas, astecas e maias na América Latina. Imaginar que os desenvolvimentos ocorridos como na Europa são suficientes acabam também discriminando o que veio acontecendo deste a Mesopotâmia, Pérsia e Egito. Também na Ásia, como nas Américas, existem importantes conhecimentos que ficaram abandonados por séculos, o que nos pode levar a posicionamentos mais humildes.