Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Exaustivas Discussões Sobre a Política Econômica Chinesa

8 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Michael Pettis é considerado um dos melhores analistas da economia chinesa, morando em Beijing, e seu site é regularmente consultado por muitos outros estudiosos, inclusive jornalistas dos principais veículos mundiais, bem como acadêmicos interessados sobre o assunto. Ele afirma que muitos no exterior imaginam que as discussões internas na China não são acirradas, quando as são. Ninguém em sã consciência pode imaginar que um gigantesco país como a China não conte com diversas correntes de pensamento, podendo haver um controle central. Até no Brasil, com menor importância econômica, existem variadas correntes com opiniões diferentes, muitas vezes por questões ideológicas, outras por interesses políticos ou econômicos.

Ele considera que a China, sua cultura e o pensamento do seu povo são difíceis de serem compreendidos, principalmente pelos estrangeiros. Mas, também, muitos não possuem uma experiência internacional que permite entender parte do que acontece naquele país. Se hoje os seus dirigentes discutem abertamente a necessidade de reformas, segundo ele, já havia estas discussões mesmo quando a economia chinesa crescia a níveis superiores a uma dezena. Parece agora que existe um exagero de pessimismo sobre a possibilidade de uma desaceleração controlada do crescimento chinês, e seus impactos sobre o resto do mundo. Ele utiliza as imagens de Wall Street, como as figuras do touro ou do urso, com seus chifres para cima dos otimistas, como o aperto de um abraço dos céticos.

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Michael Pettis

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Mulheres Coreanas de Conforto

5 de setembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , , | 2 Comentários »

Continuam sendo divulgados pelo mundo os dramas das mulheres coreanas que foram utilizadas pelos soldados japoneses durante a Segunda Guerra Mundial como escravas sexuais. Um artigo publicado pela Folha de S.Paulo, de autoria do jornalista Fabiano Maisonnave, revela um novo ângulo da dolorosa questão que se prolonga por muitas décadas ao entrevistar uma delas em Seul.

Gill Won Ok, 83 anos, que continua se manifestando semanalmente diante da Embaixada do Japão, é uma das 83 sobreviventes destes lamentáveis incidentes. A Coreia estava dominada pelos japoneses antes da Guerra, e jovens foram levadas para outras áreas ocupadas, no caso dela para a China, onde eram obrigadas a receberem até 15 soldados por dia. O primeiro-ministro e o Imperador japonês já manifestaram as desculpas pelos atos da ocupação coreana, mas não fizeram menção expressa destas escravas sexuais.

O novo ângulo apresentado é que as próprias autoridades coreanas não reivindicam pedidos de desculpas e indenizações pleiteadas por elas, segundo Gill Won Ok. Ainda adolescente, ela foi enganada, segundo o seu depoimento, por coreanos e japoneses que prometeram ganhos substanciais no Japão. Mas foram conduzidas para a China, onde sofreram barbaridades. Outros coreanos foram obrigados a trabalhar no Japão, acabando sendo vítimas das bombas atômicas.

Terminada a Guerra, elas retornaram para a Coreia dividida, pois a depoente nasceu na atual capital do Norte. Continua vivendo num abrigo para idosos, depois de lutar pela vida, sofrendo a vergonha sobre atos de que não teve culpa.

Lamentavelmente, estes incidentes procuram ser esquecidos pelas autoridades como pela população não só japonesa, como de todos os povos que passaram pelas guerras, que estão repletas de barbaridades semelhantes. O que parece mais inteligente é que estas pendências sejam admitidas, e reparadas, ainda que só seja possível parcialmente.

Os Estados Unidos, por exemplo, que mantiveram nipo-americanos com cidadania local em campos de concentração durante a guerra. Reconhecendo os erros pelas autoridades, foram indenizados em US$ 20.000,00 cada, o que é meramente simbólico, mas todas as partes deram os episódios como encerrados.

Muitos crimes de guerra não são totalmente reparáveis, como os cometidos pelos norte-americanos no Vietnã. Mas a insistente campanha de Gill Won Ok é para que tais crimes não continuem sendo repetidos, como o mais recente aprisionamento de suspeitos da Guerra do Iraque em Guantanamo.