Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Yomiuri Anuncia Descoberta de Reservas de Terras Raras

1 de julho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , | 6 Comentários »

Grandes e ricas reservas de terras raras foram descobertas no Japão, equivalente a 220 vezes o consumo anual do país, segundo notícia anunciada pelo Daily Yomiuri Online deste 30 de junho. A sua localização é próxima à ilha de Minami-Torishima, que faz parte das Ilhas Ogasawara, no Oceano Pacífico, a uma profundidade de 5.600 metros, segundo informações da equipe técnica comandada pelo professor Yasuhiro Kato da Universidade de Tokyo. As amostras de sedimentos do fundo do mar mostram um grande depósito de elementos preciosos de terras raras, numa lâmina de 10 metros, colhidas a cerca de 300 quilômetros a sudeste da ilha, dentro da Zona Econômica Exclusiva do Japão.

A equipe de pesquisa confirmou que grandes depósitos foram também localizados a 500 quilômetros ao norte e sudeste do local, sendo que a última já está fora da Zona Econômica Exclusiva. Como existem diversos elementos classificados como terras raras, as localizadas estão entre as mais estratégicas, sendo utilizadas em produtos de alta tecnologia, notadamente na área eletrônica. São utilizadas para lâmpadas usando diodos emissores de luz, TV de cristal líquido e smartphones, entre outros usos.

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A densidade das terras raras está entre as mais elevadas, ou seja, 1.070 partes por milhão, superando as outras disponíveis no mundo. Os depósitos estão distribuídos por uma grande área de 1.000 quilômetros quadrados, e estão estimados num total de 6,8 milhões de toneladas.

A equipe de pesquisa estima que os depósitos contém também o chamado disprósio, que é utilizado em motores de automóveis híbridos, equivalendo a 400 anos de consumo anual do Japão.

Atualmente, a China detém 90 por cento dos elementos de terras raras consumidos no mundo, gerando com a restrição de suas exportações fricções com outros países do mundo. O Japão, os Estados Unidos e a União Européia já tinham apresentando suas queixas junto à Organização Mundial de Comércio.

Até agora a equipe de pesquisas estava concentrada na localização de cobalto e outros contidos nos nódulos de manganês. Mas as novas descobertas devem mudar a estratégia de exploração de recursos minerais no alto mar.

Estas lamas localizadas quase não contêm substâncias radioativas como o urânio e tório, e a separação das terras raras se tornam mais fácil, mas mesmo assim exigem-se tecnologias complexas. Os custos da exploração devem ser baixos, mas existem ainda pesquisas que deverão ser completadas para a sua exploração comercial.

É evidente que as localizações em mar profundo exigem tecnologias sofisticadas, mas os japoneses já dispõem de submergíveis que atingem a mais de 6.000 metros de profundidade.

Estas descobertas abrem grandes perspectivas para o Japão, podendo equivaler ao pré-sal brasileiro, devendo provocar um novo impulso nas inovações tecnologias no país, com possibilidade de nova aceleração do seu crescimento econômico, o que beneficiaria também o resto do mundo.