Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Ainda as Terras Rurais Para Estrangeiros

7 de abril de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: , ,

Já existem limitações amplas para a aquisição de terras rurais pelos estrangeiros no Brasil, parecendo suficiente para que os interessados efetuem investimentos. Além dos interesses nacionais, o que a experiência internacional indica são restrições mais importantes do que as existentes no Brasil.

clip_image002

Ainda que este mapa não seja totalmente exato, o projeto Jari é possivelmente o maior de uma estrangeira no Brasil e alguns riscos recomendam que as restrições atualmente existentes sejam recomendáveis, para que não ocorram problemas futuros

Leia o restante desse texto »


Revisão das Expectativas do Gás do Xisto

5 de dezembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: , , ,

Disseminou-se um exagerado otimismo com o gás do xisto nos Estados Unidos a ponto de influenciar fortemente na atual queda de preços dos combustíveis no mundo, pois se acreditava que seria uma tendência de longo prazo. No entanto, estudos mais acurados, como os mencionados na revista científica Nature, que costuma ser cuidadosa, com matérias elaboradas por Mason Inman, informam que especialistas da Universidade de Texas discordam dos organismos oficiais como a US Energy Information Administration – EIA, mostrando que pode ter ocorrido um exagero nas projeções. Os estudos mais detalhados estão mostrando as diferenças nas características de muitas reservas nos Estados Unidos, o que ocorre também em outros países como a China, tida como a que detém a maior reserva mundial, mas não se empenhou na sua exploração, também devido limitações de sua disponibilidade de águas.

clip_image002

Produção de gás de xisto na reserva de Marcellus nos Estados Unidos

O otimismo foi provocado pela formação da reserva chamada de Marcellus, que se estende da West Virgínia, Pensilvânia e Nova Iorque, onde já funcionam 8 mil poços, que continuam aumentando. Cada poço chega até a 2 quilômetros de profundidade, e serpenteia por mais um quilômetro através da reserva que não é uniforme. Somente ela abastece a metade do consumo de gás dos Estados Unidos. As outras grandes reservas são o Barnett, no Texas, o Fauetteville, no Arkansas, e Haynesville, que fica na fronteira de Louisiana e Texas. Todos somam 30 mil poços, produzindo dois terços da produção do gás de xisto dos Estados Unidos. Evidentemente, os produtores se concentraram nas localidades que apresentam maiores disponibilidades de gás, devendo encaminhar para outras menos produtivas.

A agência EIA, no seu relatório anual de 2014, estimava que com a expectativa de aumento gradativo dos preços do gás natural haveria um aumento da produção até 2040, quando poderia deixar de crescer. Nas últimas previsões, o aumento chega somente até 2020 e deve se manter no mesmo patamar até 2040. Muitos efetuam previsões diferentes, usando dados que não são os mesmos, mas o que se sabe é que as reservas são irregulares em conteúdo de gás explorável do ponto de vista econômico, tanto na mesma área que é gigantesca como nas outras regiões.

No mínimo, os estudos mais detalhados estão resultando na possibilidade de riscos mais elevados, principalmente se o preço do gás não continuar subindo, como já vem acontecendo com o petróleo. Também se observam que nem todos contam com água em volume que possam ser poluídos. O caso da Polônia, a mais promissora na Europa, parece estar sugerindo maior cautela.

Existem problemas metodológicos sobre as estimativas, e o entusiasmo geral parece ter induzido a um otimismo exagerado, mas também existem opiniões divergentes. Os detalhamentos acabam melhorando as estimativas que estavam sendo feitos de forma geral, quando não se comprovam as uniformidades desejadas.

O artigo publicado levanta a hipótese de ocorrer um fiasco com o exagerado otimismo que acabou prevalecendo nos Estados Unidos.


Eleições do Brasil na Imprensa Internacional

24 de outubro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: , ,

No passado, notava-se um cuidado dos meios de comunicação do exterior, mesmo de circulação internacional, evitando-se tomar posições sobre problemas que poderiam ser considerados de âmbito interno dos diversos países. Atualmente, nota-se que os veículos que costumavam expressar suas posições com candidatos no próprio país passaram a divulgar também suas posições em países que possuem alguma importância no cenário internacional. São casos como da revista inglesa The Economist, de circulação mundial, do jornal inglês Financial Times, dos jornais norte-americanos The New York Times e Washington Post que expressam suas posições, sem nenhum constrangimento, com a pretensão de se referirem a assuntos que podem ter consequências internacionais. Tenho a posição pessoal que devemos nos abstrair de tomar posições eleitorais do que pode ocorrer nos Estados Unidos, no Reino Unido e outros países, respeitando o direito dos seus eleitores.

A tendência geral que pode ser detectada é uma saturação com a linha política que veio sendo adotada pelos recentes governos de Lula da Silva e da Dilma Rousseff, que consideraram prioritária a melhoria da distribuição de renda no Brasil, preservando o emprego e melhorando o salário real no país. Medidas assistenciais a favor de um mínimo de renda para os mais desfavorecidos, ainda que contrariando uma pequena elite que vive dos elevados retornos financeiros nas aplicações, tanto em títulos públicos ou privados, além de ganhos com as liberdades exagerada dos fluxos financeiros internacionais. Ninguém de sã consciência poderia dizer que os governos recentes não cometeram muitos erros que só permitiram um crescimento modesto da economia, muitos erros de gestão foram cometidos, fazendo com que a inflação persistisse em níveis elevados. As comparações internacionais mostram que o desempenho brasileiro foi modestíssimo. Mas criou-se uma nova classe média que prefere manter a atual orientação, ainda que não satisfaça totalmente a grande maioria. Há que se respeitar a opinião eleitoral da população brasileira, ainda que muitos não concordem com ela.

The-Economistnyt_branded_product_size2Postlogo470x230-logo-ft

O que fica difícil é para os jornalistas estrangeiros, por mais competentes que sejam, entender profundamente o que vem acontecendo no Brasil. Se o crescimento econômico vem se mostrando modesto deve-se, em grande parte, à baixa prioridade que veio sendo adotada nas administrações anteriores que desconsideram as atividades voltadas para as exportações, dando maior importância à estabilidade monetária. Muitos podem considerar que isto estava correto, mas certamente não são consensuais, havendo que se respeitar às opiniões contrárias.

Também medidas como a flexibilidade monetária, com a política denominada easing monetary policy, que depois da crise mundial de 2007/2008 iniciada pelas autoridades norte-americanas, para assistir aos bancos daquele país que provocaram muitos problemas. Acabou tendo como consequência o criminoso influxo de recursos para países como o Brasil. Isto valorizou a moeda brasileira, dificultando as exportações e favorecendo as importações, bem como os gastos dos brasileiros com turismos internacionais, como na Flórida.

Provocou-se uma verdadeira guerra cambial no mundo, fazendo com que o Japão e a Europa também desvalorizassem suas moedas, na tentativa de preservar suas contas internacionais. No Brasil, que não tem uma moeda de aceitação internacional como em outros países emergentes, passou-se uma conta que não era da responsabilidade dos brasileiros.

A experiência de dar maior prioridade para os problemas internos começou na Coreia do Sul, que, contrariando o FMI, se negou a adotar uma política monetária e fiscal restritiva para receber a assistência daquela organização internacional. Consideraram o emprego e os salários internos de maior importância, enquanto o Brasil nas administrações anteriores “quebrou” três vezes, o que passou a ser evitado pelos governos mais recentes.

O que nem sempre estas administrações não entenderam totalmente foi que o mundo estava crescendo na década anterior, com o desenvolvimento da China, que beneficiou as exportações brasileiras com preços convenientes dos minérios e dos produtos agropecuários. Ajudou a economia brasileira e isto se deveu pouco à política interna.

Todos admitem que se o governo for reeleito, o que as pesquisas estão indicando, haverá necessidade de ajustes fortes que não serão fáceis, e as dificuldades pelas quais o país está passando não são de recuperação fácil. As empreiteiras e as consultorias que elaboram projetos e as executam estão sendo atingidas nas saudáveis medidas anticorrupção, que afetam àqueles que estão nos seus conselhos de administração, ainda que a responsabilidade seja dos executivos. Fica difícil de aceitar que criminosos que concordaram em efetuar as delações premiadas, que devem ser aplaudidas, fiquem totalmente isentos de responsabilidades criminais.

As correções serão difíceis num cenário internacional que não deve ser favorável nos próximos anos. Mas há que se respeitar a opinião dos eleitores brasileiros, que consideram o emprego que possuem e as melhorias que conquistaram. O que parece interessante é que, apesar dos problemas macroeconômicos do Brasil, os jovens atuais estão mais convencidos que a educação é o mecanismo para a conquista de melhorias de vida, o que permite visualizar que o crescimento da nova classe média vai continuar persistindo no Brasil.

Haverá necessidade de uma adequada incorporação da colaboração do setor privado nos projetos de infraestrutura, pois o governo não contará com os recursos para a sua execução, o que se espera que seja feito com um mínimo de inteligência, como expressou o professor Delfim Neto na sua coluna da Folha de S.Paulo.


A Dura Realidade e as Esperanças de Aperfeiçoamentos

5 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Quem está acompanhando a discussão que vem ocorrendo sobre a matriz energética esperada para o futuro, como está expresso no artigo de capa do The Economist desta semana, fica impressionado com as mudanças que devem ocorrer nos próximos anos. Todos sabem que esforços estão sendo feitos por todos que dependem da energia para redução dos seus consumos e seus custos, como vem ocorrendo com os veículos. Os produtores tradicionais de petróleo contam com pesadas organizações que obtiveram elevados lucros nos últimos anos, principalmente depois da OPEP – cartel dos produtos de petróleo que provocou uma crise profunda em todo o mundo, com dos choques que abalaram as economias da maioria dos países importadores, inclusive o Brasil. Os produtores tradicionais não conseguem se adaptar rapidamente à nova situação que estão para enfrentar.

De outro lado, mesmo com todos os problemas ambientais que podem provocar o aquecimento global, bem como os demais problemas relacionados com a sustentabilidade, o fraqueamento (fracking) do xisto está permitindo a produção bastante rápida e tumultuada do petróleo e do gás, a custo extremamente barato, afetando até as empresas tradicionais de petróleo. Esperam-se aperfeiçoamentos tecnológicos urgentes que devem reduzir substancialmente os atuais inconvenientes da sustentabilidade destas atividades. Mas, enquanto isto não ocorre, os aumentos das instabilidades climáticas e até de terremotos devem aumentar, afetando mais duramente os mais pobres que habitam áreas mais baixas do mundo.

bp_logoimagesCAAXU2AZimagesCAP3BXJNimagesCAQMW7DM

Leia o restante desse texto »


Os Planos de Saúde no Brasil

9 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Todos os jornais brasileiros, como o Valor Econômico, num conjunto de artigos comandados por Beth Koike, divulgaram com generosos espaços a notícia sobre a venda de 90% da Amil, a maior empresa de plano de seguro saúde do Brasil, para a UnitedHealth, a maior nos Estados Unidos e que já opera em 18 países, envolvendo cifras aproximadas de R$ 9,8 bilhões. Permanece com o grupo brasileiro a parcela relacionada a alguns hospitais no Brasil (eles controlam 22 hospitais e 50 clínicas médicas), bem como a parcela de 10%, ao mesmo tempo em que o empresário brasileiro Edson Bueno torna-se o a maior acionista privado do grupo norte-americano. Informa-se que as negociações demandaram anos.

O grupo controlador da Amil dispõe de 70% das ações da empresa, que conta com o restante no mercado de capitais. Informa-se que o seu capital será fechado, por meio de oferta pública para aquisição, o que já vem gerando especulações diante do vazamento de informações. Esta operação acontece no momento em que a classe médica brasileira manifesta publicamente a sua insatisfação com as remunerações dos seus trabalhos pelos planos de saúde, o que acontece também com as prestadoras de serviços para estas empresas. Informa-se que a UnitedHealth é um grupo originário de pessoas relacionadas com a TI – Tecnologia da Informação, dispondo dos melhores sistemas para o setor.

AmilEdsondeGodoyBueno12011-06-15-09-38-12-1-stephen-j-hemsley-the-president-and-ceo-of-ununitedhealth_logo

Edson de Godoy Bueno e Stephen J.Hemsley, presidente da UnitedHealth

Leia o restante desse texto »


Aperfeiçoamentos na Interpretação Entre Idiomas

2 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

São frequentes os problemas de interpretação entre idiomas diferentes, principalmente entre os menos utilizados no mundo, como o japonês e o português. Agora, a Kimber Streams informa que a companhia telefônica japonesa NTT Docomo, que opera com celulares, lançará no próximo dia 11 de outubro um aparelho que permite a interpretação tanto de vozes como textos, inicialmente entre o japonês, inglês, chinês e coreano, chamado Hanashite Hon’yaku (interpretação de conversas) gratuitamente. Ele permite também o Utsushite Hon’yaku (tradução de cópias fotografadas).

A partir de 1º de novembro, serão adicionados gratuitamente também o francês, alemão, indonésio, italiano, português, espanhol e o tailandês, para smartphones e tablets que funcionam com Android 2.2 ou superiores. Eles utilizarão os smartphones com câmera. Embora já exista outros tradutores, como o do Google Translate, espera-se que a concorrência permita opções para melhorar estes trabalhos.

Doc5

As deficiências atualmente constatadas nas traduções efetuadas pela Google decorrem das limitações dos bancos de dados dos textos aproveitados em diversos idiomas. Como a intensidade das traduções, como exemplo entre o japonês e o inglês, é muito elevada, os japoneses estão utilizando gigantescos bancos de dados que permitem a melhoria tanto das expressões, como novas palavras que não existem nos dicionários tradicionais, como na internet.

Evidentemente, as frases são construídas de formas diferenciadas em idiomas com raízes diferentes, como o japonês e o chinês, que utilizam, além dos ideogramas, muitas frases nas ordens que não são usuais nas que tem bases no latim, como na maioria das latinas de uso na Europa.

Mas as capacidades de memória estão se elevando, permitindo muitos aparelhos eletrônicos, principalmente de comunicações, que propiciam trabalhos melhor efetuados. Espera-se que, com estes avanços que estão se tornando mais rápidos, as comunicações entre pessoas que utilizam idiomas diferentes melhorem substancialmente.