Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Possibilidades Para a Agricultura Brasileira

15 de julho de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: , , | 2 Comentários »

A agricultura brasileira veio sendo o sustentáculo da economia brasileira e poderá continuar a desempenhar um papel importante no futuro. Mas há que se consolidar a prioridade que nem sempre é reconhecida pelas autoridades.

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Gráfico constante do artigo publicado no Valor Econômico

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Mudanças que se Observam no Fundão do Nordeste

2 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

O suplemento Eu & Fim de Semana do jornal Valor Econômico deste fim de semana apresenta dois artigos que merecem ser analisados. Um de Murillo Camarotto, que visitou a pequena localidade de Cocal no Estado do Piauí, que era considerada das mais pobres no país, e outra de Diego Viana baseado numa pesquisa de Anilson Favoreto e outros da Universidade Federal do ABC e do CEBRAP – Centro Brasileiro de Análise e Planejamento feito em Monteiro, na microregião do Cariri paraibano. Diante de muitos trabalhos que vim realizando desde fins dos anos cinquenta do século passado no nordeste brasileiro, sinto-me qualificado para uma análise do que está se constatando.

O primeiro trabalho do qual participei foi no Vale do Açu, no Estado do Rio Grande do Norte, um dos primeiros de irrigação fora dos moldes do DNOCS – Departamento de Obras Contra a Seca, que visavam construir açudes no nordeste brasileiro, diante do diagnóstico que os rios da região não tinham a capacidade de regularizar as águas decorrentes das precipitações baixas e irregulares. O organismo, infelizmente, estava somente a serviço dos políticos locais, conseguindo poucos resultados. Mas, com a perspectiva de quase cinquenta anos, é possível perceber mudanças radicais ocorreram na região nordeste como um todo, com mais destaque em algumas áreas e menores em outras.

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A Europa e a Ásia no Longo Prazo

13 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Se o futuro próximo é difícil de ser esclarecido, quanto mais o que vai acontecer até 2050. Dois artigos publicados recentemente, um relacionado ao encontro dos primeiros-ministros do Japão e da China, Yoshihiko Noda e Wen Jiabao, respectivamente, e o presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, para a formação de uma equipe conjunta para a discussão de um FTA – Acordo de Livre Comércio entre os três países, publicado no Nikkei. E outro divulgado pelo Project Syndicate, de Chandran Nair, do GIFT – Global Institute for Tomorrow, de Hong Kong, levam a pensar sobre o que acontecerá na Ásia comparada com a Europa nas próximas décadas.

Todos acompanham as dificuldades enfrentadas atualmente pela Europa que indicam que as soluções possíveis demandam muito tempo, paciência e uma grande determinação de populações de países em situações diversas, tarefas nada fáceis. E de outro lado, uma tendência de aceleração dos entendimentos entre a China, o Japão e a Coreia do Sul, visando a formação de uma poderosa zona de livre comércio na Ásia, até para enfrentar os problemas que se agravam pelo mundo.

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Chandran Nair / Wen Jiabao, Yoshihiko Noda e Lee Myung-bak

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Artigo do Professor Delfim Netto

11 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: , , | 2 Comentários »

Delfim Netto

Mesmo um tanto hermético para os não iniciados, o professor Delfim Netto tem se destacado por apresentações equilibradas e pragmáticas sobre a política econômica no Brasil. Num artigo publicado na sua coluna no jornal Valor Econômico, analisa a longa construção de um país com todas as condições para manter um crescimento econômico equilibrado, ou seja, sem muitas pressões inflacionárias e um razoável equilíbrio das contas externas.

Refere-se ao processo democrático que permitiu a alternância no poder para a presidente Dilma Rousseff, expressando a vontade do povo expresso nas eleições livres. Do ponto de vista econômico, o Brasil se mantém com um equilíbrio fiscal razoável, com as despesas contidas dentro dos limites da arrecadação, ao mesmo tempo em que a dívida pública com relação ao PIB diminui lentamente.

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Posicionamentos Estratégicos Relevantes

3 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Tecnologia | Tags: , , ,

Este site vem insistindo que o futuro dos países emergentes depende da sua disposição em investir em tecnologias de ponta. Consultando os artigos de órgãos de comunicação social relevantes no mundo, nota-se que a China e a Índia tomam posições decididas, como noticia hoje o jornal Valor Econômico. Este utiliza nestas matérias informações provenientes de agências como a Reuters e Bloomberg, mas também revistas importantes como The Economist e jornais internacionais como a Financial Times, Wall Street Journal ou Nikkei contam com inúmeros artigos dando conta dos investimentos feitos em tecnologia pelos dois países, acompanhados por outros menores como a Coreia.

O que se sente é que no Brasil e na América do Sul também se fazem esforços, mas numa escala sensivelmente inferior, sem que haja um plano estratégico para tanto. É claro que os países desenvolvidos, como o Japão, os Estados Unidos e os da Europa, continuam mantendo expressivos investimentos, mas os volumes do que vêm sendo feito pelos países emergentes demonstram suas intenções de conquistar posições de destaque, até de liderança.

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Trem rápido chinês e planta de complexo siderúrgico da Mittal na Índia

Esta parece uma corrida em que os que estão correndo serão atropelados pelos mais velozes que estão embalados por maciços investimentos de centenas de bilhões de dólares, contando já com muitos recursos humanos e centros de pesquisas ligadas às instituições como universidades, tanto públicas como privadas. Aproveitam o que já se desenvolveu no exterior e possuem horizontes de prazos longos, com suas milenares histórias.

Informa-se que a Índia vai consolidar “zonas econômicas especiais” que ajudaram a acelerar os recentes desenvolvimentos chineses. O Brasil, apesar de contar com alguns projetos desta natureza, eles foram bloqueados por restrições de grupos que não conseguiram ver num horizonte mais longo. Enquanto o setor financeiro comandar o processo, inclusive de formação da opinião pública, eles que atuam on time, visando resultados de curto prazo, não há como estabelecer um programa sério, elevando o nível de investimento em pesquisas e desenvolvimento, dominando setores pesados da economia, que determinam as perspectivas de prazo mais longo de um país.

O Brasil detém uma quantidade enorme de recursos naturais, uma biodiversidade ímpar no mundo, com limitado número de pesquisados de nível internacional, mas uma capacidade criativa invejável. Ou geramos condições para que eles permaneçam no Brasil efetuando os seus trabalhos, ou eles cuidarão de temas de outros interesses em países que os remuneram adequadamente, mas que pouco se relacionam com as problemáticas brasileiras.

O período de mudança de governo, com a elaboração de novos planos é oportuno para alterações de monta, que marquem as características da nova administração. Precisamos superar as picuinhas relacionadas às vantagens almejadas pelos partidos políticos, e escolher onde serão os setores aonde vamos priorizar os investimentos em pesquisas.

Já estamos avançando nas áreas agropecuárias, nas técnicas de preservação da vida e estamos pesquisando mais no crescimento sustentável, com o aumento de “papers” de nossos pesquisadores em credenciadas revistas internacionais. Mas precisamos fazer muito mais, criando muitos centros de excelência nas novas atividades como produção de equipamentos para a exploração do petróleo em grandes profundidades, aproveitamento da rica biodiversidade nacional, produção de ligas especiais com uso das terras raras e outros minérios, equipamentos pesados para a agroquímica, sensíveis melhorias nas comunicações, logística de um país com grandes extensões e bons portos, uso intensivo dos fatores de produção mais abundantes, economia dos fatores escassos e muitos outros setores estratégicos.

Já provamos que somos capazes, como nos trabalhos da Embrapa, da Embraer, com todas as limitações que são naturais em países emergentes. Já estivemos na ponta da tecnologia em obras de grandes estruturas como em Itaipu. Fomos capazes de implantar um complexo como Carajás. Ocupamos amplas terras aproveitadas extensivamente, e hoje temos uma agricultura competitiva. Mas hoje estamos com a infraestrutura sucateada, tendo que importar tecnologias até na construção civil.

O que estamos fazendo é vergonhosamente pouco diante do que fazem os outros BRICs, nem temos planos sustentáveis de prazo mais longo. Estamos comprometendo os nossos recursos humanos bem como o futuro deste país. Precisamos encarar os nossos desafios, aproveitando as melhores inteligências que dispomos, traçando um programa sério, ou continuaremos sendo produtores e exportadores de produtos de pouco valor agregado. Nossos concorrentes estão ativos, e a distância deles com relação ao Brasil está aumentando, tanto em ritmo de crescimento como na geração de novas tecnologias.