Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Produção Brasileira de Frutas Tropicais

12 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , | 2 Comentários »

O jornal Valor Econômico apresenta hoje dois artigos de Luis Henrique Mendes e Janice Klas que são verdadeiras raridades. Ainda que os brasileiros como os estrangeiros admitam que o Brasil seja um destaque mundial no que se refere a frutas de elevada qualidade, com uma rica biodiversidade, o fato concreto é que a fruticultura brasileira ainda é pouco explorada como atividade econômica, notadamente para a exportação. Os que tiveram a oportunidade de visitar boa parcela do mundo observam que as frutas brasileiras costumam estar entre as mais saborosas, com alto teor de açúcar, quando comparadas de com as de outros países.

O Sudeste Asiático, que conta com produções que se assemelham com as brasileiras, sofre os problemas das monções que, com elevada precipitação pluviométrica, fazem com que muitas de suas frutas não tenham o sabor mais apreciado, como ocorre também nas áreas próximas da Amazônia. As do Nordeste brasileiro, com elevado teor de insolação, e um nível de precipitação de chuvas mais baixa, apresentam um adocicado mais apreciado pelos seus consumidores. Mas muitas destas produções ainda são quase caseiras, com baixo aproveitamento comercial.

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Jabuticaba, pitanga e seriguelas são algumas das frutas tropicais brasileiras

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Além das Notícias Sobre Frigoríficos de Suínos Catarinenses

28 de agosto de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , | 2 Comentários »

Os principais jornais brasileiros e até o Nihon Keizai Shimbun – Nikkei, o principal jornal econômico do Japão, estampa a ótima notícia da potencial autorização de frigoríficos de suínos de Santa Catarina receberem permissão para exportar seus produtos para os japoneses. Não há dúvida que a notícia é alvissareira, mas seria interessante que se adicionasse as informações da evolução das longas negociações que vêm ocorrendo com as importações japonesas de carnes, que é um dos mercados mais sofisticados destes produtos, podendo servir de exemplo para outros países, notadamente da Ásia.

As autoridades japonesas alegaram por muitas décadas que a importação destes produtos apresentaria riscos sanitários, mas era uma forma de proteger a produção local, principalmente das provenientes de países vizinhos, como a China. É o que se denomina proteção “não tarifária”, mais terrível porque não permite nenhuma importação. Hoje, muitos produtos de origem agropecuária abarrotam as prateleiras dos supermercados japoneses, notadamente os provenientes da China e da Austrália, além de outros países do Sudeste Asiático. O critério era tão “científico e técnico” que toda a carne bovina proveniente dos países ao sul do México era considerada como apresentando riscos de aftosa, mesmo que houvesse áreas comprovadamente livres destes destas pragas.

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Todos sabem que estas autorizações poderão ocorrer porque os Estados Unidos enfrentam uma insuficiência temporária da produção de rações que está afetando todo o mundo. Os frangos brasileiros que também sofriam restrições, hoje representam 90% das importações japonesas. Ainda que haja algumas defasagens, as carnes bovinas, com algum tempo, tendem a contar com maior liberalidade. Pois todas estas medidas consideradas “sanitárias” são meramente protecionistas, e acabarão se reduzindo com as condições imperiosas do mercado.

Mas, é preciso cuidar de novas restrições que possam ocorrer, com o uso de vacinas e outros medicamentos para evitar algumas pragas, que hoje são facilmente rastreáveis.

Existem correlações entre os preços dos frangos, suínos e até dos bovinos, ainda que haja defasagens e outros fatores que interferem nestes mercados. Portanto, se o frango brasileiro já conquistou o mercado japonês, há possibilidades que os suínos e os bovinos acabem conquistando uma parte do mercado japonês, pois os produtos brasileiros apresentam algumas diferenças com os dos outros concorrentes.

Por exemplo, no caso dos bovinos, os australianos, que são os grandes fornecedores dos japoneses, contam com raças originárias da Europa, devidamente adaptada às condições daquele país. No caso brasileiro, as carnes como as dos nelores decorrem do cruzamento das raças trazidas pelos portugueses com os zebuínos indianos, sendo mais rústicos e resistentes. Ainda que não tenham a maciez dos europeus, nem a quantidade de gordura dos japoneses, apresentam sabores diferenciados que podem conquistar uma parte do mercado, que se sofistica cada vez mais.

Com as autorizações sanitárias do Japão, que são mais rigorosas que as dos Estados Unidos, muitos outros países, notadamente os asiáticos, poderão também importar os produtos brasileiros, se eles se mantiverem competitivos como estão se mostrando até agora.

Alguns mercados são mais exigentes, demandando cortes especiais que apresentam melhores preços. Também os industrializados, na forma de embutidos, podem ganhar mercado com o tempo, havendo necessidade de uma campanha agressiva para introduzir os hábitos dos seus consumos pelos mercados não tradicionais. Comer uma feijoada no Japão era uma tristeza, pois não contavam com todos os seus pertences adequados.

Afinal, todos os estrangeiros que experimentaram os produtos brasileiros acabam apreciando a sua qualidade, como vem ocorrendo com a “caipirinha”, hoje encontrada em todo mundo, até em restaurantes de outras culinárias, no sofisticado mercado japonês. É um campo que apresenta grandes potencialidades, mas vai exigir um esforço sistemático, com o apoio das autoridades, pois o setor privado já vem fazendo a sua parte, levando estes produtos brasileiros para novos mercados, até no outro lado do mundo.


Diferentes Comportamentos de Empresários

28 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Os comportamentos dos empresários e seus efeitos acabam dependendo dos públicos aos quais eles se voltam, bem como as culturas dominantes em que estão inseridos. No passado, um importante banqueiro brasileiro procurava evitar aparecer na imprensa, procurando manter-se discreto, que ainda é considerado como uma postura adequada em muitas culturas, mesmo obtendo bons resultados nas suas atividades usuais. Outro empresário agrícola queixava-se sempre das condições desfavoráveis para os seus negócios, reclamando dos prejuízos, mas adquiria todo ano uma nova fazenda. Existem também os que alardeiam com rara capacidade seus empreendimentos, que potencialmente podem ser interessantes, conseguindo impressionar muitos analistas e colocar os seus papéis no mercado e junto a grupos investidores, mesmo que os seus resultados obtidos até agora não sejam apreciáveis, até pelo contrário.

É evidente que estes resultados dependem do tempo em que são avaliados (curto, médio ou longo), e as hipóteses que são utilizadas para tanto e o futuro é, infelizmente, sempre incerto envolvendo riscos. Os otimistas podem avaliar que a maioria das condições continuará positiva e os resultados mínimos podem ser satisfatórios, mesmo que não atinjam todos os projetados. Que o otimismo sempre ajuda nos empreendimentos ninguém pode duvidar. Mas, entre um comportamento discreto e o pessimismo, existe uma grande diferença, parecendo sempre conveniente ser um pouco cauteloso quando se trata de negócios.

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“Snacks” do Japão no Brasil ?

19 de abril de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: , ,

A Folha de S.Paulo, no seu suplemento The New York Times de hoje, apresenta um artigo de Miki Tanikawa, “’Snacks’ do Japão tentam ganhar o mundo”, mostrando que as empresas japonesas de alimentos ainda são pequenas quando comparadas com a Kraf, Nestlé, Procter & Gamble e outras. Mas começam a dar os primeiros passos para o exterior, iniciando pela Ásia, pois o mercado japonês tem pouca potencialidade.

No Brasil, empresas como a Yakult e Ajinomoto já estão no mercado há décadas, ocupam seus nichos, mas não se mostram agressivas na conquista de novos espaços, apesar de contarem com boas imagens.

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A Visita do Presidente Hu Jintao ao Brasil

8 de abril de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Intercâmbios | Tags: , ,

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Luiz Inácio Lula da Silva é recebido por Hu Jintao durante sua visita à China em 19 de maio de 2009 Foto de Pool / Getty Images AsiaPac

A visita do presidente da China, Hu Jintao, ao Brasil é reconhecida como de importância máxima, tanto pelo papel que aquele país tem hoje no cenário internacional como pelo rápido desenvolvimento que vem registrando nos últimos anos. Passou a ser a economia mais influente na recuperação mundial e a maior parceira das principais economias de todo o universo, inclusive do Brasil.

Ainda que os acordos bilaterais não estabeleçam metas, os mecanismos de acompanhamento que serão instituídos prometem um forte intercâmbio comercial, como de investimentos e até tecnológicos. Mas é preciso que se tenha consciência de que se trata de um país de tradição de muitos milênios, com uma das culturas comerciais mais apuradas, onde todo o seu peso é plenamente utilizado na defesa dos seus interesses. Enquanto a história brasileira é muito recente quando comparada a deles.

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