Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

The Economist Neste Número Parece Revista Brasileira

6 de junho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: , , , , ,

Há que se admitir que seja inusitada uma revista internacional como The Economist conceder tanto espaço para um país emergente como o Brasil num só número. Ainda que a Copa do Mundo e o futebol despertem uma atenção central, acaba-se por ligar com outras questões de interesse mundial. Isto não tem acontecido nem quando um país merece uma edição especial deste tipo de revista de alto padrão. São diversos os artigos que se dedicam ao futebol não só relacionado com o Brasil como os problemas que estão sendo enfrentados pela FIFA.

Pode se afirmar que a questão do monopólio da televisão também tenha uma ligação com a Copa do Mundo, mas certamente o problema da sustentabilidade, referindo-se ao esforço que o Brasil faz com relação as suas florestas não guarda muita relação com o futebol. Também os livros que estão sendo comentados são relacionados com o esporte, mas o destaque das artes contemporâneas brasileiras só pode ser relacionado com a criatividade dos brasileiros.

20140607_cuk400

The Economist reconhece que o futebol é hoje o esporte mais popular no mundo, e que metade da população mundial estará ligada à Copa do Mundo, ainda que parcialmente. Mesmo países onde este esporte não seja o mais popular, como nos Estados Unidos, a Índia e a China, admite-se que o seu público vem aumentando de forma significativa.

Numa outra matéria comentamos ligeiramente sobre os problemas da FIFA, esta organização que fez do futebol um grande negócio, tanto pelas vendas dos seus ingressos, licenciamentos para as transmissões de televisão, patrocínios dos materiais esportivos, como tudo que se pretende vender ligado aos eventos futebolísticos. Com os grandes interesses, corrupções acabam ocorrendo em grande escala, notadamente na escolha das sedes dos eventos como a Copa do Mundo, mas também em alguns dos seus resultados. A FIFA acabou sendo uma entidade poderosa, e a disputa sobre o seu controle envolve interesses substanciais.

No Brasil, a Copa do Mundo acaba gerando um complexo problema do monopólio na sua transmissão pela televisão, cujos direitos envolvem investimentos de grande magnitude, não se conseguindo formas para a formação de um consórcio que permita a adequada atuação das demais emissoras, assunto que acaba sendo de grande relevância no país.

Com o interesse que o esporte desperta, nada mais natural que muitos livros sejam escritos internacionalmente sobre o assunto, e as indicações dos mesmos acabam dando espaço para artigos. Mas dois outros temas, como o esforço brasileiro que fez reverter às derrubadas das florestas no Brasil e o empenho para a sua preservação, a maior do mundo, acaba merecendo uma atenção internacional, notadamente no avanço do novo Código Florestal, controvertido, mas pouco conhecido até dos brasileiros.

A arte contemporânea brasileira, também motivos de controvérsias no Brasil como no exterior, ganha uma expressiva ampliação do espaço nos mercados internacionais, acabando por merecer também a atenção do The Economist.

Na realidade, a Copa do Mundo acaba trazendo para o Brasil grandes equipes de competentes jornalistas que, além de registrarem as manifestações populares até com suas lamentáveis facetas violentas, e a própria importância do futebol na vida brasileira, este país conhecido como o País do Futebol, possuem também a capacidade de notar o que de bom está se fazendo neste país.

Enquanto a imprensa brasileira aumenta o seu percentual de artigos com conotações negativas, inclusive em decorrência dos problemas eleitorais, a internacional parece conter maior percentual de notícias e análises neutras e até positivas. Que os brasileiros tenham a capacidade de notar a importância destes fatos, cuja divulgação acaba tendo um elevado valor, e que não se conseguiria mesmo com o dispêndio de astronômicas verbas publicitárias.


Investimentos Estrangeiros na África

23 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , , | 2 Comentários »

O The Economist desta semana publica dois artigos importantes sobre a África. Um aponta as dificuldades que começaram a se manifestar na África do Sul, que representa 40% da economia daquele continente e outro mostra, num contraste, o boom econômico que está se observado na grande região subsaariana, com investimentos asiáticos bem como interesses brasileiros. Ao mesmo tempo, especialistas nestas regiões, como Jean-Michel Severino e Emilie Debled, publicam no Project Syndicate um artigo que indica que das dez economias mais rapidamente crescente em 2011, seis estão na África, enquanto a dívida externa do continente que era de 63% do PNB em 2000 caiu para 22,2% no ano passado e a inflação que era de 15% baixou para 8%.

Ainda que estes dados sejam impressionantes, eles, que são bem-vindos, exigem alguns cuidados nas suas apreciações. Muito deste crescimento está fortemente ligado ao petróleo e matérias-primas minerais, cujas receitas costumam estar concentradas em poucas mãos, e, na medida em que se observa o desenvolvimento, as tensões, como da África do Sul, acabam se expressando. Evidentemente, o continente pode ser considerado o último reduto onde a disponibilidade de recursos naturais, inclusive solos cultiváveis, é abundante, e muitos dos consumidores dos seus produtos estão interessados nos investimentos, com destaque para a China.

20121020_MAM948

Geograficamente, muitos países cabem no continente africano

Leia o restante desse texto »


Desperdícios nos Momentos de Crise Mundial

28 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Num suplemento publicado pelo jornal Folha de S.Paulo, que tem o nome de Comida, consta uma matéria elaborada sobre as possibilidades de aproveitamentos de partes de peixes, animais e legumes que atualmente são pouco utilizadas para a elaboração de alimentos de elevada qualidade. No passado, quando a humanidade passou por crises agudas, aprendeu-se a aproveitar todas as partes que não apresentassem danos à saúde dos seres humanos, pelo contrário, contribuindo para a sua manutenção.

Na lembrança da minha infância e juventude, tenho saudade dos pratos tão apreciados como fígados, buchos, miolos, línguas e outras partes menos nobres de um bovino que hoje são difíceis de ser encontrados nos restaurantes, a não ser nos muito especializados ou populares. Quando eles hoje são chamados de miúdos, ignora-se que podem ser aproveitados para o preparo de iguarias que exigem alguns conhecimentos culinários que saíram de moda. Entre os japoneses, variadas porções dos peixes eram e continuam sendo aproveitados por chefs com experiências dos tempos passados mais duros, que possuem conhecimentos que foram transmitidos por gerações. Entre elas, as cabeças, as barrigadas e os ossos.

FGADO_~1favadaCABECA-DE-PEIXE-GRELHADA

Fígado à veneziana, mocotó com favas e cabeça de peixe

Leia o restante desse texto »


Castanha do Pará em Plantações

18 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , | 2 Comentários »

Todos sabem que a castanha do Pará, conhecida no mundo como Brazilian Nuts, é um dos produtos considerados saudáveis. Com alto poder calórico e protéico, contém o selênio que combate os radicais livres. Fruto nativo da Amazônia, vem sendo extraído do Acre até o Pará. Ótimas notícias constam dos artigos de Fernanda Yoneya, que viajou a Itacoatiara, no Estado do Amazonas, publicados no O Estado de S.Paulo de hoje, com os títulos “Cidade amazônica abriga castanheiro” e “Viveiro da Aruanã produz 70 mil mudas”.

Até recentemente, só havia uma produção extrativa, e a boa notícia é que a Fazenda Aruanã está conseguindo suas mudas em escala para a plantação da Bertholletia Excelsa, que é o seu nome científico. Já conta com 4 mil hectares, com mais de um milhão de árvores plantadas, segundo a notícia. Existem adicionalmente 380 mil árvores destinadas à produção orgânica certificada, e todo este elogiável trabalho foi iniciado há 30 anos pelo agrônomo Sérgio Vergueiro. A Fazenda Aruanã conta com o diretor técnico, agrônomo Gabriel Teixeira de Paula Neto.

fachada_lateral_direitaimagesCA2LUNB1imagesCAMO5SIVimagesCAZX0EZ0

MAPA-R~1

castanha-do-para-com-cascacastanha-do-para

Leia o restante desse texto »


Valor Econômico Enfatiza Sustentabilidade

26 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

As empresas, mesmo no atual quadro de incertezas econômicas em todo o mundo, preocupam-se com suas imagens relacionadas às atividades que procuram sustentabilidade. Como consequência, o jornal Valor Econômico publica um caderno especial sobre os negócios sustentáveis, com artigos sobre vários setores empresariais, bem como uma publicação setorial sobre a construção civil, tendo com lide a base sustentável, com foco em novos processos e materiais.

O artigo principal nos negócios sustentáveis refere-se os investimentos no uso da biodiversidade brasileira, para a produção industrial, num artigo de Sergio Adeodato. Informa-se que a Medida Provisória 2186/16 provocou uma queda dos pedidos de patentes de biotecnologia no Brasil de 1.030 em 2001 para 356 em 2010 diante dos riscos e incertezas que foram criados. Setores de governo estariam preocupados com a situação, procurando um consenso para uma nova legislação, num setor onde o Brasil deveria estar deslanchando.

LastScan

Leia o restante desse texto »


Resumo das Decisões do G20 em Seul

12 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Integração | Tags: , , , , , | 2 Comentários »

A importante reunião de cúpula do Grupo dos 20 em Seul, na qual compareceu o presidente Lula da Silva acompanhado da presidenta eleita Dilma Rousseff, procurou um avanço nos entendimentos possível entre posições divergentes de países relevantes no atual cenário internacional. Não se podia esperar por decisões radicais, mas tudo indica que há uma consciência geral que o mundo passa por uma fase importante, e que todos necessitam envidar esforços para correção dos desequilíbrios que possam ser identificados.

No comunicado conjunto que veio sendo elaborado ao longo de semanas de negociações entre as delegações dos diversos países, anuncia-se um Plano de Ação de Seul que orienta as principais medidas a serem tomadas até a próxima reunião em fins de 2011, a ser realizada na França.

g2o_lideres

Líderes mundiais durante encontro do G20, em Seul. Foto AP

Ficou decidido que serão elaborados indicadores dos desequilíbrios econômicos que estejam ocorrendo nas relações entre os diversos países, com a ajuda do FMI – Fundo Monetário Internacional, a fim de permitir a identificação e a correção para a sustentabilidade da economia globalizada, e eles devem ser objetos de decisão na próxima reunião de 2011.

Reafirmou-se que o câmbio entre as diversas moedas deve continuar a ser estabelecido pelo mercado, evitando-se a desvalorização competitiva que está ocorrendo atualmente, mantendo-se a flexibilidade cambial. Na análise da situação mundial, prestigiou-se o papel do FMI, que está sofrendo ajustamentos para acomodar a importância que os países emergentes ganharam no cenário internacional.

Os diversos fóruns específicos, realizados no âmbito das Nações Unidas, foram reconhecidos, como os relacionados com o clima, a biodiversidade, insistindo-se que os esforços de liberalização do comércio devem ter prosseguimento, ainda que as rodadas como a de Doha continuem com dificuldades, estimulando iniciativas de acordos regionais ou bilaterais de livre comércio ou de parcerias econômicas.

Numa análise ainda preliminar, deve-se admitir que esta reunião do G20 acabou sendo de grande utilidade para a colocação franca das posições de muitos países sobre os problemas econômicos internacionais, ainda que não seja possível tomar ações corretivas por ora. Ficou claro, no mínimo, que há um consenso sobre os desconfortos de todos, havendo necessidade da elaboração de indicadores que permitam o estabelecimento de negociações sobre os limites de suas variações, bem como os mecanismos que serão adotados para suas correções.

Seria muito difícil conseguir resultados mais concretos, mas as reafirmações dos chefes de governos e das principais organizações mundiais sobre estes problemas aparentam um avanço, estabelecendo um compromisso com os aperfeiçoamentos necessários, que deverão ser discutidos e negociados durante um ano.