Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

As Relações do Brasil e Estados Unidos no The Economist

22 de setembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , ,

Lamentavelmente, sempre existem as versões oficiais, os mitos alimentados por variados interesses e as duras realidades difíceis de serem identificadas nas relações entre dois grandes países. O Brasil e os Estados Unidos, os dois maiores das Américas, queiram ou não, convivem razoavelmente, mantendo apreciável nível de comércio, investimento e financiamento, tradicionalmente abaixo do que poderia ser esperado. Têm muitas vezes posições políticas comuns expressas pelos seus governos, outras divergentes, agradando a uns, contrariando outros. O que se pode dizer atualmente é que estas relações entre os dois países não estão confortáveis para ninguém. A revista The Economist dá a sua visão, comentando o adiamento da visita de Estado da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos que estava prevista para o próximo mês de outubro.

As visitas de Estado, que são raras, diferem das de trabalho e outras por serem marcadas por protocolos solenes. Envolvem revistas às tropas formadas, jantares formais, incluem normalmente visitas aos Legislativos e até aos Judiciários, marcando as relações entre dois países, que eventualmente podem estar representados pelos seus chefes de governo nos regimes presidencialistas. Mas são diferentes nos regimes parlamentaristas que contam também com outros chefes de Estado. Quando monárquicos, envolvem os reis ou os imperadores que desempenham este papel, mesmo quando constitucionais. Tais ocasiões costumam ser enriquecidas com as assinaturas de diversos acordos. Costumam ser utilizadas, de comum acordo, para reafirmar a importância dada às relações bilaterais.

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Inusitada Agressividade na Proposta para o TPP

21 de setembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

O Japão é um país que ingressou nas negociações da TPP – Transpacif Partnership tardiamente, dentro da nova orientação do primeiro-ministro Shinzo Abe procurando mecanismos para ativar a economia japonesa, dentro do programa que ficou conhecido como Abeconomics. Uma notícia publicada no The Japan Times, com base nas informações provenientes da agência noticiosa Kyodo, informa que quatro países, Austrália, Nova Zelândia, Cingapura e Chile, estão propondo a eliminação de todas as tarifas de importação, tanto para produtos industriais como agrícolas. A atual reunião preparatória está sendo realizada em Washington, visando a próxima reunião de cúpula programada para outubro em Bali, na Indonésia.

Os principais negociadores dos 12 países do Pacífico estão forçando o Japão, a segunda maior economia do novo bloco, para abrir o sensível mercado dos produtos agrícolas, que inviabilizaria o setor rural japonês, já fragilizado tanto pelas dimensões de suas unidades produtoras como pelas contaminações das radiações provocadas por Fukushima. Elas dificultam a colocação dos seus produtos no mercado interno, como não permitem as suas exportações. Ainda que a participação na economia da agricultura japonesa já seja insignificante, o setor rural pelo sistema de voto distrital acaba tendo ainda uma importância política.

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O Japão está negociando seu ingresso e o Canadá e México estão convidados

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O Sucesso da China e Sua Continuidade

17 de setembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Muitos trabalhos são publicados sobre a China, mas poucos possuem profundidade e isenção que permitem ir além dos que decorrem dos conhecimentos superficiais sobre aquele país. Um artigo publicado no Cambridge Journal of Economics, 2013, 37, 791-818, por um grupo liderado por Jesus Felipe, do Asian Development Bank, que é também pesquisador associado do Cambridge Centre for Economic & Public Policy da Universidade de Cambridge, e composto por Utsav Kumar, Norio Usui e Arnelyn Abdon, destaca-se do usual pela profundidade de suas análises, contribuindo com novos conhecimentos. Permite conhecer as causas do sucesso chinês e as possibilidades da continuidade do seu crescimento econômico.

Três fatos costumam ser destacados para explicar a alta taxa do crescimento do seu PIB e a redução de sua pobreza que começou com a sua transição para o sistema de mercado em 1979, segundo o trabalho. Primeiro, a elevada taxa de crescimento da sua acumulação de capital, dirigida para os seus pesados investimentos; segundo, o mercado orientado para a sua política de crescimento dirigido para a exportação; e, terceiro, a industrialização visando a exportação de manufaturados. O trabalho procura analisar a evolução da cesta de exportação desde 1960, e como ela se tornou diversificada principalmente depois de 1979. A reforma de 1979 foi importante porque abriu a economia e promoveu incentivos ao setor privado, mas isto não poderia ter obtido sucesso sem o estoque de conhecimento e capacidade existente no país que vem desde 1960 no mínimo.

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Suplemento Educação do Estadão e Outras Indicações

17 de setembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Estão se ampliando os horizontes da educação utilizando a alta tecnologia, como consta do suplemento Educação do jornal O Estado de S.Paulo da edição de hoje, que pode ser acessado pelo http://www.estadao.com.br/educacao. Também existem as mais de 600 aulas mais sofisticadas e didáticas como do consagrado Salman Khan, que se tornaram acessíveis gratuitamente em português, graças à Fundação Lehmann e seus parceiros pelo http://www.fundacaolemann.org.br/khanportugues/#o-programa. O MIT dos Estados Unidos oferece também muitas aulas dos seus cursos de graduação e pós-graduação, que podem ser traduzidos do http://ocw.mit.edu/courses/translated-courses/portuguese/ se acessado pelo Google Chrome. Portanto, para as novas gerações dos que tiram partido da internet abrem-se muitas novas formas de completar as lacunas ainda existentes na educação brasileira.

O Suplemento de O Estado de S.Paulo menciona algumas escolas que já tiram partido das facilidades possíveis com o uso da tecnologia digital, informando que necessitam investir nos professores que tenham treinamentos adequados para uso de todas as suas possibilidades. Estes meios estão permitindo trazer para as aulas o que não era possível somente com os livros e as aulas preparadas tradicionalmente pelos professores. Mas lembra que somente a tecnologia não resolve todos os problemas, havendo necessidade de uma definição da orientação como o adequado preparo dos professores e dos meios que serão utilizados.

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Comunidade Asiática Emergente Segundo as Filipinas

16 de setembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , ,

Fidel V. Ramos foi presidente das Filipinas e é membro do Grupo de Pessoas Eminentes da ASEAN – Associação os Países do Sudeste Asiático que está rascunhando as diretrizes para a Carta desta organização. Ele apresentou um artigo que foi publicado no Project Syndicate colocando de forma aguda e enfática pontos cruciais para estes entendimentos, numa linguagem que nem sempre pode ser entendida como diplomática. Ele menciona que a China vem apresentando reclamações territoriais sobre mares do Sul e do Leste Asiático, criando conflitos com as Filipinas, Vietnã e Japão, impedindo a segurança regional indispensável para o planejamento dos investimentos, o que provoca uma competição militar não declarada com os Estados Unidos para que haja um contrapeso.

Ele utilizou as declarações do vice-presidente dos Estados Unidos Joe Biden que estariam alocando atenção e recursos para a região a fim de assegurar a sua estabilidade e segurança. Isto visaria gerenciar os conflitos de forma pacífica. Sem dúvida, estas declarações são duras, mostrando as diferenças de opinião que existem com a China. Fidel V. Ramos vê as ações internacionais para formar uma comunidade regional semelhante à europeia, com pleno direito diplomático e econômico, que os líderes regionais esperam que esteja concluído em 2015. Visaria para a região um desenvolvimento sustentável voltada para o exterior, resistente, pacífico, estável e próspero. Seriam objetivos ousados que necessitariam de ajustes que deverão envolver duras negociações entre os países, com dimensões e características diferentes.

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Fidel Valdez Ramos

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Entrevista do Embaixador Brasileiro no The Korea Herald

16 de setembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

O embaixador Edmundo Fujita encontra-se em seu atual posto em Seul na Coreia do Sul há mais de quatro anos. Desde o ano 2000, as exportações brasileiras aumentaram quatro vezes e as importações em até oito vezes neste comércio bilateral, segundo o artigo publicado pelo The Korea Herald, o jornal mais tradicional publicado em língua inglesa naquele país. Uma parte substancial deste incremento contou com a ativa participação deste diplomata brasileiro, que concedeu uma entrevista àquele jornal. Agora, além do aspecto quantitativo, as relações bilaterais caminham para uma mudança qualitativa.

Todos sabem que o embaixador Edmundo Fujita ocupou diversas posições importantes no Itamaraty, sendo por longo tempo o principal responsável pelo relacionamento do Brasil com toda a Ásia, como diretor geral do departamento voltado para aquela importante região que ganhou maior notoriedade mundial nas últimas décadas. Na entrevista concedida, ele menciona o aumento visível desde 2009, e ressalta que a Coreia do Sul e o Brasil devem consolidar suas cooperações nas áreas de ciência e tecnologias avançadas. A entrevista foi concedida na Embaixada Brasileira em Seul que se localiza numa área privilegiada no bairro de Samcheong-dong, em Seul, em frente ao mais importante patrimônio histórico da Coreia do Sul. Ela pode ser acessada no: http://www.koreaherald.com/view.php?ud=20130915000306, na sua íntegra, ainda que em inglês.

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Embaixador Edmundo Fujita

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Mudanças dos Comportamentos Japoneses no Brasil

16 de setembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , | 2 Comentários »

Quem acompanha o noticiário dos jornais como o Valor Econômico observa algumas mudanças no comportamento das empresas japonesas com relação ao uso da mídia brasileira. O gigantesco grupo Hitachi vem publicando anúncios de grande porte, com caráter institucional, o que também é feito por suas grandes concorrentes mundiais. Na edição de hoje, constam três notícias relacionadas com iniciativas de grandes grupos japoneses, ainda que em setores diferentes. A Mitsubishi Eletric anuncia que, mesmo tardiamente, ingressa no mercado de elevadores, para competir com as multinacionais ThyssenKrupp, Atlas-Schindler e Otis, pois seus equipamentos são de destacada qualidade, que começaram pelo mercado japonês e se estenderam por todo o mundo.

Os equipamentos japoneses costumam se destacar pela sua precisão como pela economia de energia que consomem. A Daikin anuncia que abrirá uma fábrica em Manaus para produzir equipamentos de ar condicionado como outras voltadas à redução do consumo de energia em edifícios brasileiros, que estão bastante atrasados neste segmento. E a Ajinomoto que já atua há tempos no mercado de produtos alimentícios anuncia a expansão de suas atividades utilizando a marca Satis para ampliar o seu espaço no varejo, inclusive do molho de soja conhecido como shoyu, que não se restringe mais à culinária de origem japonesa.

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Muito Além do Homo Economicus

16 de setembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Este site vem insistindo que as hipóteses restritas de alguns setores acadêmicos que os seres humanos se movem concentrados nos seus interesses econômicos não corresponde à realidade. Somos mais complexos e movidos por interesses de diversas naturezas. Um brilhante artigo de Tania Singer, diretora do Departament of Social Neuroscience, Max Planck Institute for Human Cognitive and Brain Sciences, publicado no Project Syndicate, ilustra muito bem este assunto, que encontra muitas comprovações com o auxílio de outros conhecimentos. Segundo ela, a humanidade enfrenta problemas globais como as mudanças climáticas, os esgotamentos de alguns recursos naturais, a crise financeira internacional, as deficiências de educação e saúde, os problemas da pobreza em muitas regiões, da insegurança alimentar de grandes segmentos da população e todos os desafios relacionados com o convívio pacífico de diferentes povos.

As políticas econômicas implementadas pelos diversos países não conseguem superar os problemas existentes. Muitos indivíduos acabam isolados, numa sociedade muito fragmentada, fazendo com que doenças relacionadas ao estresse encontrem em ascensão, sem que os sistemas de governança não sejam capazes de melhorar a situação. Tudo indica que abordagens novas devem ser tentadas, começando com mudanças fundamentais na forma de motivação humana e cognição que ainda não estão suficientemente reconhecidos.

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Tania Singer

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Sistemas Educacionais Internacionais à Distância

16 de setembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Um importantíssimo artigo foi publicado por Laura Papano, uma jornalista especializada em educação, no The New York Times. Ela se refere ao programa do MIT – Massachusetts Institute of Technology chamado MOOC – Massive Open Online Course, de educação à distância onde o mongol Battushig Myanganbayar que mora em Ulan Bator, então com 15 anos, conseguiu a pontuação máxima com outros 340 estudantes entre 150 mil, um grupo que equivale ao nível de segundo ano do curso de Circuitos e Eletrônica do MIT. Este curso é oferecido pela Internet quase livre para qualquer pessoa. Ele foi considerado gênio e será atraído para fazer seus estudos nos Estados Unidos diante de um projeto que apresentou. A jornalista foi entrevistá-lo na Mongólia, num bairro de classe média, onde uma parte substancial da população é considerada ainda nômade, e ela levou algumas modestas parafernálias eletrônicas que lhe foram encomendadas.

Na sua residência, ele montou um sistema, mas ainda não estava satisfeito por exigir muitos fios, que poderiam ser transformados em wireless, que permitiria alertas com sirene sobre o tráfego que ele simulava, permitindo que crianças como sua irmã e amigos fossem alertadas. Ele não é uma pessoa interessada no que é comum em sua idade como músicas e livros, preferindo engenharia eletrônica. O seu projeto foi enviado por vídeo pelo You Tube, bastando para tanto que se disponha de um simples celular.

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Instituto de Tecnologia de Massachusetts

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Evoluções Que Precisam Continuar Ocorrendo

15 de setembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Tudo indica que nem tudo que é bom continua para sempre, como o que é ruim também seja permanente. Um interessante artigo publicado pelo jornal econômico japonês Nikkei mostra que mesmo numa econômica ágil como a da Coreia do Sul mudanças vão se tornando necessárias permanentemente. Todos sabem que para acelerar o desenvolvimento daquele país, alguns poucos grandes aglomerados foram formados, parcialmente copiando que tinha acontecido no Japão. Foram bem sucedidos em casos como a Hyundai, Samsung e LG, bem como a estatal POSCO, para se tornarem competitivas no mundo, com suas marcas reconhecidas nos mais avançados mercados internacionais. No entanto, sempre parec necessário que se admita uma concorrência interna mais intensa com a multiplicação de grupos de pequenos e médios portes que sejam ágeis no aproveitamento de alguns nichos do mercado, bem mudanças nos seus modelos de negócios.

Cita-se o caso das motocicletas, onde os produtos com tecnologias de ponta estão ocupados por estrangeiros como os japoneses, ao mesmo tempo em que os de baixos custos estão sendo fornecidos pelos chineses. Como a Daelim coreana ocupava 51% do mercado e caiu 14% nos últimos três anos, as autoridades coreanas estão preocupadas. Algo parecido também está ocorrendo o mercado de automóveis com a importação de modelos de elevado luxo. Inclusive a siderurgia POSCO que detém 54% do mercado local em 2012, caiu 7% com relação a 2009.

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