Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Especificidades da Economia Brasileira

30 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

É muito comum os leigos perguntarem por que na economia brasileira existem tendências de efeitos inflacionários mais acentuados quando ocorrem desvalorizações cambiais como acontecem atualmente em muitas economias emergentes. Em muitos países, as suas transferências para as pressões inflacionárias não são tão acentuadas e as autoridades locais procuram preservar o crescimento de suas economias. Podem ser apontadas diversas causas, que sempre são diferentes em cada caso. Não se pode negar que no Brasil há uma longa cultura inflacionária, diante de períodos de acentuada elevação dos preços, que nem sempre ocorreram em todos os países.

Mas pode-se chamar a atenção para a sobrevivência de alguns sistemas de indexação, mesmo quando se provocou com a introdução do Real um período de razoável estabilidade que não foi curto. Como isto,continua sendo aplicado, a tendência é que a inflação que já ocorreu no passado seja transferida para o futuro, mediante a correção do que se entende que houve de prejuízo para alguns setores. Toda a inflação é um processo de disputa entre setores que procuram se defender dos efeitos da elevação continuada dos preços, que provocam transferências dos seus efeitos para os outros. Com a indexação que proporciona uma sensação de que se corrigiram as perdas, acaba se prolongando esta disputa por um longo período. Não se conhece um esforço para a eliminação desta indexação no Brasil, que costuma não existir em outras economias mesmo emergentes.

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Os Critérios de Escolha dos Líderes Chineses

28 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: , , , | 2 Comentários »

Um grupo de pesquisadores formados por Ruixue Jie, professora assistente na Escola de Relações Internacionais e Estudos do Pacífico da Universidade da Califórnia, San Diego, Masa Kodamatsu, professor assistente do IIES da Universidade de Stockholm, e David Seim, professor assistente em economia da Universidade de Toronto, publicaram em conjunto um interessante trabalho sobre quem chega ao topo da política chinesa. O trabalho foi publicado no Vox, que divulga os estudos e análises feitas por reconhecidos economistas com base em pesquisas realizadas. Eles procuraram preencher uma lacuna existente sobre como são escolhidos estes líderes da China, país que tem uma importância econômica e política no mundo atual, mas que não conta com um sistema eleitoral amplo, mas restrito ao comando do Partido Comunista Chinês, não sendo um processo transparente.

Eles constaram que os escolhidos não foram somente os leais e incompetentes, como costuma ser usual nos sistemas autocráticos, mas há uma rotação dentro do Partido, o que ajuda os que trabalham em conjunto com os líderes, permitindo que a cúpula escolha os mais competentes entre um grupo de subordinados de confiança. Evidentemente, são indicações importantes que não esgotam todos os dados, como sobre os cursos que efetuaram nem os estágios iniciais de suas carreiras, mas os resultados econômicos que obtiveram nas administrações provinciais e os relacionamentos que tinham com os componentes da cúpula partidária.

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Ruixue Jia                          Masa Kidamatsu                  David Seim

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Iniciativas Para Residências Inteligentes

28 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

As economias de energia e residências não poluentes estão se tornando um foco importante de preocupações em variadas partes do mundo. A revista Inovação! Brasileiros de agosto/setembro apresenta um artigo elaborado por Fernanda Cireza com o título “Um Espaço de Conceito”, referindo-se a um projeto liderado pela BASF chamada CasaE (indicando eficiência) que conta com 19 parceiros brasileiros e estrangeiros e que também está sendo implantado na Alemanha, França, Itália, Coreia do Sul, Reino Unido, Estados Unidos e Argentina. Em São Paulo, a primeira unidade está na Avenida Prof. Vicente Rao, 1195, no bairro do Brooklin, visando comprovar a eficiência energética com uma economia de 70% no seu consumo.

Além disso, na sua construção haveria uma economia de 40% de energia global, redução de 30% na emissão de gases de efeito estufa, e somente de 10% da emissão da poeira global. Os materiais utilizados colaborariam na economia de recursos naturais, e sua construção seria mais rápida. O assunto teria sido discutido no 10º Congresso Brasileiro de Eficiência Energética e ExpoEficiência.

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Exploração do Xisto Gera Pequenos Tremores no Texas

28 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Todos sabem que os Estados Unidos estão considerando os custos da energia decorrentes da exploração do xisto (shale) um dos fatores que determinam a recuperação de sua economia. Além de poderem contar com a independência energética, como seus custos são baixos, acabam proporcionando maior competitividade para diversos setores de sua economia. Mas, mesmo as pesquisas efetuadas por fontes insuspeitas, acabam mostrando que existem pesados prejuízos para a sua sustentabilidade, provocando até pequenos tremores nas áreas próximas das explorações mais intensas do xisto mediante o processo do seu fraqueamento (fracking), como está se observando na área chamada de Eagle Ford Shale, no sul do Estado do Texas.

O jornalista Tom Fowler, do The Wall Street Journal, informa sobre o estudo que apareceu no Earth and Planetary Science Letters, constatando pequenos tremores considerados terremotos nesta área. O jornal tomou o cuidado de analisar os seus resultados antes da publicação da notícia. Os autores do estudo sugerem que extrair óleo e água do solo nas áreas próximas das pedras e areias provocam tremores que são pequenos, algumas vezes imperceptíveis na superfície.

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O Debate Em Curso no The Economist Sobre os BRICS

28 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , , , , , ,

Parece natural, tanto pela natureza da revista como pela importância das economias envolvidas, que os debates se concentrem no que acontece na Ásia, notadamente na China e na Índia, com os demais emergentes do mundo aparecendo somente para compor o quadro geral. Na apresentação, o moderador Ryan Avent, um experiente editor do The Economist, aponta que o atual soluço está provocando um intenso debate, se seria o fim de um crescimento rápido dos emergentes ou não. A China estaria necessitando de uma adaptação e a Índia e Brasil se esgotando prematuramente, com problemas também em outros países emergentes mundo afora, mas haveria muito espaço para se chegar ao nível dos atuais desenvolvidos.

Ruchir Sharma, do Morgan Stanley, que também foi colunista em importantes meios de comunicação, afirma que a China e Índia que foram relevantes no século 17 voltariam a sê-los novamente no século 21. Cunhou-se o grupo dos BRICS e outros emergentes também assim podem ser considerados. Depois da crise de 2008, parecia que desafiariam a desaceleração que estava se observando no mundo, mas agora estaria com seus crescimentos em queda quando os desenvolvidos que são 35 retornam ao seu normal, e os demais dos 185 acompanhados pelo FMI continuariam emergentes.

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Ruchir Sharma                                  Kishore Mahbubani

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Uso de Consultores Externos Pelas Empresas Japonesas

27 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Interessante o artigo publicado por Yoree Koh no The Wall Street Journal e reproduzido em português no Valor Econômico de hoje. Mostra a dificuldade de grandes empresas japonesas, como a Toyota, na absorção de especificidades dos mercados de outros países, parte pela insuficiência de uso de consultores externos. No Japão, os conhecimentos acumulados numa grande empresa costumam ocorrer ao longo do tempo com a contribuição de muitos dos seus próprios funcionários. Com isto, ficam limitados em absorverem conhecimento de mercados externos, e não são poucos os equívocos decorrentes destas limitações. A Toyota foi uma das primeiras indústrias automobilísticas a iniciar a sua montagem no Brasil, inicialmente com um jipe denominado Bandeirantes, que era adequado às condições rústicas do país.

No entanto, como ele era montado com um motor da Mercedes Benz, não teve condições de evolução, e a sua produção acabou sendo abandonada, deixando saudades. Também a Toyota ficou estagnada no país, perdendo para outras concorrentes, inclusive a Fiat que chegou bem depois no Brasil, produzindo veículos de menor porte adaptadas às condições do poder aquisitivo dos consumidores brasileiros. Mesmo alertado por consultores que com a nova classe média brasileira haveria demandas para automóveis baratos de pequeno porte, seus dirigentes no Brasil alegavam que isto seria para tecnologias chinesas e indianas. Agora, com novos dirigentes que vieram de outros grupos como a GM, como está no artigo citado, procura recuperar décadas perdidas, que começou com a produção do Etios e que deve evoluir para outras versões mais baratas.

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Diferenças de Situações Entre Economias Emergentes

26 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , ,

Um interessante e esclarecedor artigo foi publicado por José de Castro e Roberta Costa no Valor Econômico de hoje mostrando as diferentes formas pelas quais as economias emergentes estão defendendo suas moedas. Inicialmente, seria interessante explicar que as atuais fortes flutuações cambiais ocorreram a partir da ameaça do FED – Banco Central dos Estados Unidos alterar a sua atual política de ampliação das disponibilidades monetárias, que se dirigiam parcialmente para estas economias nas formas de fluxos financeiros. Quando aumentaram com os chamados easing monetary policy as disponibilidades de dólar no mercado, alguns foram especular nestas economias. Com a ameaça de término destas operações, registrou-se um refluxo das mesmas provocando valorizações exageradas nos seus câmbios.

No Brasil, que conta com um sistema financeiro bastante sofisticado, as empresas que possuem responsabilidades em moedas estrangeiras procuraram se defender dos riscos de um câmbio desvalorizado, ainda que elas acabem beneficiando as exportações e tendendo a reduzir as importações. A mudança de patamar, que não se sabe em que nível se situaria, fez com que elas procurassem no mercado futuro assegurar-se de sua disponibilidade para neutralizar os riscos. Nos outros países, como a Indonésia ou a Turquia, que não contam com mercados tão sofisticados, as operações acabam ocorrendo com a compra de moedas estrangeiras, ou de ouro como o que aconteceu na Índia, sem que o mercado futuro e seus derivativos sejam utilizados.

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Promoção da Cultura e do Turismo Entre os Jovens

26 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , | 2 Comentários »

Relativamente aos outros países considerados desenvolvidos, como os Estados Unidos e muitos países europeus, o Japão não contava com muita agressividade oficial para a promoção no exterior. O jornal Nikkei anuncia que mudanças estão sendo implementadas pelo governo, dentro da orientação do “Cool Japan”, nomeando embaixadores entre os jovens estrangeiros que sejam fãs de animes japoneses conhecidos como mangá, inclusive de filmes e jogos. A iniciativa começa pela Europa e pelo Sudeste Asiático. As iniciativas visam estimular a cultura pop japonesa e o turismo.

A notícia informa que o governo japonês vai selecionar 150 jovens comuns, principalmente na França, na Indonésia e em Cingapura, já no começo do mês de setembro, com base na recomendação de estudantes estrangeiros que já vivem no Japão. Entendem que nestes países o interesse pela cultura japonesa é mais acentuado. Estes jovens serão estimulados a utilizarem suas redes sociais para espalhar estas notícias entre seus amigos.

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Sinais de Pequenas Melhorias no Japão e no Mundo

26 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Ainda que as dificuldades que tenham que ser superadas seja apreciável, tudo indica que o Japão está recebendo o apoio de sua população como dos países estrangeiros. Artigos, como os publicados no jornal econômico japonês Nikkei, informam que as pesquisas de opinião indicam que 70% da população japonesa apoia até o aumento dos impostos que precisa ser imposto pelo primeiro-ministro Shinzo Abe, dentro do seu programa que recebeu o nome de Abeconomics, enquanto a desaprovação ao seu governo caiu para 23%. O aumento sobre as vendas que passariam dos atuais 5%, inicialmente para 8% para chegar a 10% em 2015 é entendida pela população que deve ter etapas e prazos flexíveis, dependendo do comportamento da economia.

Também o apoio à participação do Japão ao TPP – Transpacific Partnership está aumentando, conseguindo a compreensão de sua população que já chegou a 48%, enquanto a oposição ficou reduzida a 30%. Mesmo a carga maior dos serviços sociais para os idosos, 48% disse que não poderia ser evitada, enquanto naturalmente os atingidos entendem que deve ser evitada. As sondagens foram feitas por um setor do Nikkei junto a TV Tokyo.

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Primeiro-ministro japonês Shinzo Abe

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Necessidade de Crescimento da Economia Brasileira

26 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: , , ,

Mesmo não se concordando totalmente com o artigo de Danny Leipziger, da Universidade de George Washington, é sempre interessante observar o que foi apontado no seu artigo publicado no Project Syndicate. Ele se mostra frustrado com a performance da economia brasileira, que só perde da Venezuela e de El Salvador na América Latina, com um crescimento modesto e desvalorização de sua moeda. Ao mesmo tempo, ainda que os investimentos no Brasil sejam baixos, as autoridades impõem restrições ao ingresso de financiamentos externos. A arrogância dos seus dirigentes estaria sendo perdidas.

Ele aponta que algumas coisas boas foram feitas, como a melhoria de sua distribuição de renda. Mas a produtividade do seu trabalho continua abaixo do observador no México ou no Chile. E o país pensava aproveitar o seu bônus demográfico, por contar com muitos jovens, quando o quadro já está se alterando com o aumento dos idosos. Ele entende que o Brasil não aprendeu com o que aconteceu na Ásia Oriental, e com a corrupção estimulando grandes obras, enquanto não foram feitos os investimentos para melhorar os seus recursos humanos e elevação de sua produtividade. O crescimento que foi observado foi somente devido à melhoria da economia mundial.

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Danny Leipziger

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