Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Jovens Preparados Para Comandos

23 de janeiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: , ,

Recordo-me que o ministro Delfim Netto iniciou a sua gestão no Ministério da Fazenda com 38 anos de idade. Na Revolução Meiji, muitos ministros beiravam 25 anos. Os Prêmios Nobel, na sua maioria, tiveram os seus períodos mais criativos antes dos 30 anos. Os jovens de hoje estão mais preparados que as gerações anteriores, que sobrevivem com suas experiências. Não possuem mais a ousadia e a criatividade, salvo honrosas exceções.

O mundo globalizou-se e mudou completamente, e gerações de idosos empresários continuam atravancando a ascensão dos criativos e preparados jovens. Onde a gerontocracia vigora, como em alguns países asiáticos, perde-se o dinamismo que tinha no passado.

Quantos dos idosos empresários tinham os treinamentos no exterior que os jovens de hoje têm? Hoje virou corriqueiro possuírem mestrados e doutorados em grandes centros internacionais. Como não são suficientemente prestigiados por aqui, acabam aceitando prestigiosos empregos, bem remunerados, no exterior.

As nossas empresas não se dão conta que estamos exportando o que há de mais importante no país, que são os nossos mais agressivos recursos humanos? Eles estão desenvolvendo as empresas multinacionais que são os nossos concorrentes.

Um experiente empresário oriental, surpreendido com o apelo que os empresários faziam, estimulando a vinda de empresas estrangeiras para se instalarem no Brasil, sussurrou aos meus ouvidos: “eles não são verdadeiros empresários, pois se fossem não estariam abrindo seus mercados para os estrangeiros, mas utilizando-os para criar uma base para agredir o exterior…”

As exportações brasileiras se expandiram, numa parte substancial, quando o mercado internacional cresceu. Agora que isto não ocorre, é preciso voltar à agressividade passada, apesar das autoridades.

O Brasil foi capaz de criar a infraestrutura logística para colocar seus produtos na longínqua Ásia, quando passávamos por grandes turbulências políticas, quando o governo não tinha estrutura e nem política para apoiar o setor exportador. Portos foram construídos, assim como navios e equipamentos, instalando-se um formidável sistema logístico que serviu de exemplo para o mundo. Que levava, competitivamente, minério de ferro, um produto pesado e de baixo valor específico, trazendo de volta o petróleo do Golfo.

Sempre foi o setor privado que induzia o governo à ação, levando projetos e planos criativos. Hoje, os empresários esperam a ação do governo indutor, que está inchado de burocratas, pesado, desatualizado em conhecimentos tecnológicos.

É tarefa para os “super-homens”, os jovens…



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