Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Notícias Sobre a China

22 de janeiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , , ,

Basta abrir qualquer jornal no mundo para constatar que as notícias sobre a China ocupam mais espaço que no passado recente. A Folha de S.Paulo publica hoje o artigo de Raul Juste Lores, correspondente em Pequim, “Falta colocar dinheiro no bolso dos chineses”. O Estado de S.Paulo traz o artigo de Mark Davis, colunista do Kansas City Star, “Não inveje a economia da China”. O Valor Econômico publica o artigo de Dexter Roberts, do Business Week, “Pequim tenta desinflar bolha imobiliária”, e assim por diante.

Na realidade, o mundo está assombrado com o rápido desenvolvimento chinês mesmo dentro da crise econômica mundial, e expõe as dificuldades existentes, com as quais todos os analistas se preocupam, e concordamos com a maioria deles.

No entanto, o que nem todos compreendem é a lição do professor Delfim Netto nas aulas da USP, que temos repetido neste site: o desenvolvimento é um processo de constante superação de problemas, e cada vez que um é resolvido, três outros se apresentam… Seria muito mais grave para a China e para o mundo se estivessem estagnados, sem apresentar problemas a serem resolvidos.

Não existe economia sem problemas, tanto na de mercado e capitalistas quanto na socialistas de comando centralizado. Tudo indica que a de mercado é capaz de conciliar o desenvolvimento econômico com as liberdades aspiradas por todos que melhoram o padrão de vida. Pensar que o mercado resolve todos os problemas comprovou-se errado, notadamente na atual crise, onde até os Estados Unidos aumentaram a sua intervenção na atividade privada, e continuam aspirando maior controle do setor financeiro. Lamentavelmente, o desenvolvimento também é acompanhado da piora na distribuição de renda.

O que parece uma realidade é que os governos tendem a desempenhar um papel de indutor e estimulador, tentando evitar as flutuações exageradas, ao mesmo tempo em que procuram uma distribuição mais adequada dos seus benefícios. Notadamente nos países emergentes que chegaram tardiamente, depois que os industrializados tinham abusado da falta de mecanismos de controle, como a OMC.

Os economistas já se cansaram de imaginar uma economia racional que evita todos os problemas, e começam a reaprender que a psicologia social determina comportamentos de massa, que exigem mecanismos democráticos de moderação. Os seres humanos são mais complexos que todos gostariam que fossem, desejando simultaneamente muitos objetivos, nem sempre compatíveis.

Mas, aos trancos e barrancos, vamos superando os problemas, não se devendo aderir ao malthusianismo, que imagina que seremos soterrados pelos problemas que enfrentamos. A humanidade tem se mostrado mais criativa que se imagina, e haverá até de superar as dificuldades ecológicas que enfrentamos. Aliás, as dificuldades têm sido os estimuladores de inovações…



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