Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Novo Uruguai

17 de janeiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Intercâmbios | Tags: , , , ,

Quando um amigo perguntou-me o que poderia ser feito no novo, mas pequeno Uruguai (só tem cerca de 19,8 quilômetros quadrados), lembrei-me de duas coisas que me ficaram na memória: um experiente banqueiro internacional informou-me que, aposentado, iria viver no Uruguai que tem um dos melhores sistemas tributários para pessoas como ele; o caso de um Estado-Cidade que é Cingapura, com seu sucesso reconhecido.

No Uruguai, a oposição ganhou as eleições e é constituída por muitos antigos “tupamaros”, que devem assumir o poder em março próximo. Só tem 3,3 milhões de habitantes e fica como um “sanduíche” entre a Argentina e o Brasil, pertencendo ao Mercosul, mas os uruguaios têm um nível de renda per capita superior ao dos brasileiros.

Conheci Cingapura quando ainda era uma velha cidade planejada pelos ingleses, que lembra um pouco o urbanismo acidentado do bairro do Pacaembu, em São Paulo, com curvas acompanhando a topografia. Tinha um Chinatown e um Indiatown, antigos e sujos, que foram derrubados. No caminho do seu famoso aeroporto de Changi, hoje um dos mais importantes de toda a Ásia, que foi uma terrível prisão de soldados norte-americanos da Segunda Guerra Mundial (leiam o livro “King of Rats”), os primeiros prédios habitacionais eram cópias pobres do que o Banco Nacional da Habitação tinha feito no Brasil nos anos sessenta do século passado. Portanto, uma calamidade.

Mas, o governo local, determinado a desenvolver o país, adaptou o conceito desenvolvido pelos holandeses para estimular as atividades de pequenas e médias empresas. Constituía na construção de simples prédios para serem ocupados por estas empresas, contando com as principais facilidades, como energia, comunicação etc, criando uma economia de aglomeração.

Ao mesmo tempo, o governo concedia todas as bolsas para o estudo do primeiro filho de uma família, até os pós-graduados no exterior, com o compromisso de ficar trabalhando alguns anos em Cingapura, depois de formados. Ao lado de uma disciplina ferrenha exigida dos cidadãos (quem lança uma ponta de cigarro ou um lixo na rua vai preso mesmo…), transformou o novo downtown num dos mais importantes centros financeiros da Ásia. Para se adquirir um novo carro é exigido um certificado que um velho foi sulcateado, para evitar problemas de trânsito. Cingapura é hoje um paraíso desenvolvido, ecológico.

Há, portanto, muitas coisas que podem ser aproveitadas da experiência internacional para os países de pequena dimensão. Costumava-se dizer que “small is beautifull”.



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