Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Chiquinha Gonzaga (1847-1935)

17 de fevereiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Livros e Filmes | Tags: , , ,

chiquinha Se existe algo pelo qual o Brasil é conhecido na Ásia e no Mundo é pela sua música popular. Todos a cantam mesmo sem saber que é brasileira. Hoje falamos de sua mais importante pioneira, Chiquinha Gonzaga, compositora, instrumentista e regente que compôs mais de 2.000 obras, operetas, 77 peças teatrais. São músicas eruditas e populares, sucessos de carnavais. Desde a época em que o samba era conhecido como tango brasileiro, passando por todos os ritmos musicais da época, da valsa até as marchinhas carnavalescas. Chiquinha era mulher muito à frente do seu tempo.

Um espetáculo do mais alto nível internacional foi apresentado em São Paulo, no SESC – Serviço Social do Comércio que tem se destacado no apoio à cultura brasileira. Trata-se de “Chiquinha em Revista”, de Gilberto Assis e Ana Fridman, arranjadores de primeiro nível. Fará sucesso, certamente, no Carnegie Hall como Suntory Hall, nos melhores templos musicais do mundo.

É uma produção que vai de registros folclóricos à produção atual da música de concerto, passando pelo amplo espectro da música popular brasileira. Os músicos participantes são do mais alto nível internacional, cantores e instrumentistas consagrados, até participantes de orquestras sinfônicas. Estará disponível em CD e DVD, que podem ser melhorados em studios de alto padrão.

Chiquinha Gonzaga era filha de militar com uma mulata, teve como padrinho o Duque de Caxias. Ainda no tempo da escravidão, foi educada para ser uma dama. Compôs desde os 11 anos de idade, vencendo preconceitos, quando mulher era para ser dona de casa. Casou forçada aos 16 anos, teve um filho, e separou-se dois anos depois. Frequentou ambientes noturnos que eram somente para os homens.

Introduziu o violão, que era um instrumento de malandros nos salões da elite. Seu primeiro grande sucesso foi a polca Atraente (1877), quando tinha 30 anos. Foi a primeira regente mulher, certamente uma das pioneiras no mundo. Seu sucesso carnavalesco Ô Abre Alas é de 1899, até hoje cantado por todos. Teve que sobreviver dando aulas, tocando em lojas de instrumentos musicais.

Aos 52 anos, casou-se com João Batista, que tinha 18 anos. Compôs muitas operetas, começando com A Corte na Roça (1885), e seu grande sucesso, Forrobodó, teve 1.500 apresentações seguidas na época.

Viajou para a Europa em 1902 e 1910, fazendo sucesso em Portugal. Foi abolicionista, fez a campanha republicana, e é fundadora de Sociedade Brasileira de Autores Teatrais, defendendo os direitos autorais dos compositores e artistas.

Quem desejar conhecer o Brasil e a América do Sul não pode desconhecer Chiquinha Gonzaga e o papel que ela desempenhou na música brasileira, que é uma das marcas mais fortes do povo brasileiro, capaz de conciliar muito trabalho e, competência com a alegria de viver.



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