Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Coreanos Apontam Mudanças no FMI

24 de fevereiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , ,

Os jornais coreanos publicam as mudanças radicais nas políticas recomendadas pelo FMI em dezembro de 1997 em relação as atuais. Naquela época, a Coreia teve que contrariar o FMI, que fazia um diagnóstico errôneo para combater a recessão.
Recomendava uma política macroeconômica, elevando a taxa de juros e reduzindo os orçamentos públicos, ainda que as medidas ampliassem o desemprego. Sugeria aumentar os fluxos de financiamentos internacionais, e agora alerta que isto amplia os riscos.

Os coreanos, que sofreram as pressões do FMI como muitos países emergentes em fins de 1997, inclusive o Brasil, apontam com alguma ironia as mudanças que ocorreram nos discursos do FMI. Recente “paper” do economista chefe do FMI, Olivier Blanchard, “Repensando a Política Macroeconômica”, até sugere uma elevação da meta inflacionária de 2% ao ano para 4%, como uma forma de redução do juro real.
Um outro “paper”, “Capital Inflow: Role of Control”, do economista Jonathan D. Ostry, do FMI, aponta que o aumento do influxo de recursos estrangeiros, provocando um “boom”, pode acabar uma severa recessão.
Hoje, o FMI constata que as economias que receberam menos financiamentos externos acabaram com menores riscos de recessão. E aponta que a unificação mundial dos mercados financeiros aumenta o risco de um colapso global.
Nota-se um certo sentimento de satisfação destes analistas coreanos, por terem resistido às pressões que sofreram em dezembro de 1997, pois ficou claro que os diagnósticos do FMI estavam incorretos, e hoje estão revendo as posições passadas.
Lamentavelmente, o Brasil, que estava sem nenhuma alternativa na ocasião, teve que se sujeitar às políticas equivocadas do FMI, tendo sofrido suas consequências, com um preço muito alto.



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