Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Materiais Para o Shojin Ryori

17 de fevereiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Gastronomia | Tags: , , ,

Examinando a lista das matérias-primas utilizadas pelo “shojin ryori”, a culinária natural de origem budista, juntamente com o chef Shin Koike, constata-se que muitos fazem parte do cotidiano dos brasileiros que apreciam a culinária japonesa. Até de forma muito intensa e surpreendente.

Alguns podem apresentar limitações por não preencherem a condição de serem naturais, não utilizando fertilizantes e defensivos químicos. Mas, no geral, podem ser encontrados nas feiras-livres, supermercados ou mercados que suprem os restaurantes.

Começa pelo “tofu”, o queijo de soja bastante conhecido. Os do Brasil acabam sendo apreciados pelos próprios japoneses, por serem mais caseiros, não sendo tão industriais como os do Japão, havendo também os orgânicos.

Os vegetais comuns, como as berinjelas, os espinafres (horensos), abóboras (kabochas), mesmo orgânicos, podem ser encontrados facilmente, fazendo parte da alimentação cotidiana. Os tubérculos, como nabos, cenouras, batatas, inhames, raiz de lótus (renkon), bardanas (gobô), gengibre, brotos de bambu (takenoko) são encontrados em muitas variedades, mesmo orgânicos. Os cereais, como o arroz (catete ou para mochi), a soja (inclusive azuki), gergelim, em muitas variedades são utilizados até em outras culinárias.

Os produtos mais elaborados, como “fu” (um tipo de pão seco), “kampyo” (um legume seco em lâminas), “kombu” (um tipo de alga seca), “konyaku” (uma massa feita de um tubérculo), “wakame” (alga em broto seco), “ague” (tofu frito), são encontráveis em lojas especializadas. As massas, como “udon” (de trigo), “sobá” (de trigo sarraceno) também são comuns. Outros não são utilizados pelos adeptos radicais do “shojin ryori”, como o “tchikuá” e o “kamaboko” (são feitos de pastas de peixe), mas a base fundamental dos molhos japoneses “katsuo bushi” (lascas de bonito seco) chega a ser utilizada.

Muitos ficaram tão comuns que não precisam ser mais traduzidos, pois foram incorporados ao linguajar comum, principalmente dos paulistanos. Como o “shoyu” (molho de soja), o “tofu” (queijo de soja), o “missô” (pasta de soja), o “wasabi” (o autêntico é de um tubérculo ralado, os em pó são de raiz forte) e o “sakê” (aguardente de arroz). Terão que ser incorporados no Aurélio e outros dicionários.

É evidente que existem outros produtos mais sofisticados que podem enriquecer o “shojin ryori”. Mas é uma alegria constatar que a fama da culinária japonesa ser saudável tem fundamentos sólidos e está fazendo parte do cotidiano dos brasileiros, de forma crescente.

Mais de 80% destes produtos não são voltados ao mercado da comunidade nipo-brasileira, mas para o brasileiro como um todo, em todo o país.



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