Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Visita à Takayama

20 de fevereiro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: , , ,

takayama Um artigo da Cris Bamforth no Japan Times me fez lembrar a visita que tive o privilégio de fazer a Takayama, conhecida como a Little Kyoto, no Oeste do Japão, depois de atravessar os alpes japoneses na Província de Gifu. Para quem aprecia o que está preservado da época Edo do Japão é algo imperdível.

Takayama é um lugar inesquecível, que traz as lembranças do que o Japão tem de melhor, ainda não ocupado por multidões de turistas, notadamente no inverno. Pousar num ryokan (pequena hospedaria japonesa) é uma aventura.

Normalmente, os clientes são recebidos com rara fidalguia, sendo encaminhado para um quarto de tatami (acolchoado de palha). Os sapatos já ficaram na entrada do ryokan, e se costuma caminhar sobre pisos de madeira, com um tipo de chinelo. O quarto costuma ser despojado, elegante, com um mínimo de móveis, pois a cama será arrumada depois sobre o tatami, somente com acolchoados.

É usual um banho de ofurô (de imersão) numa banheira coletiva, hoje com alas masculina e feminina. O jantar costuma ser farto numa mesa montada no próprio quarto, com deliciosos e inúmeros pratos pequenos, evidentemente da melhor culinária japonesa, podendo se adaptar alguns para turistas estrangeiros, na companhia de alguém do ryokan, para uma conversa agradável.

Logo depois do despertar, abrindo-se as janelas de correr japonesas, costuma-se vislumbrar um panorama lindamente nevado, ou florido quando na primavera, ou com folhas avermelhadas no outono. O café da manhã também pode ser uma refeição japonesa completa, um pouco mais leve, mas somente um pouco.

Takayama tem um dos mais famosos omatsuri, festivais de rua do Japão, com a população toda participando, transportando coletivamente carros alegóricos, mal comparado como um carnaval baiano, com equipes competindo. O seu bairro mais tradicional é o Sanmachi, com um conjunto de casas da época Edo. Uma casa atrás da outra, fabricantes tradicionais de sakê (vinho de arroz), shoyu (molho de soja), missô (pasta de soja fermentada), uma maravilha das mais preservadas do Japão.

Quem tiver um pouco mais de tempo, pode seguir lentamente pela antiga rota que ligava o Oeste ao Leste japonês, Kisso, pelos alpes, até chegar a Nagóia, usufruindo sua paisagem e muitas construções preservadas. Se tiver um pouco mais de tempo, pode passar pela cidade-museu Taisho, para onde foram transladadas construções de todo o Japão daquela época, até uma casa dos imigrantes japoneses no Brasil, de Registro, Estado de São Paulo.

É algo não pode ser perdido.



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