Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Explicando Um Pouco do Brasil – Roraima (1)

11 de março de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , , ,

Todos os grandes países geograficamente falando, tanto na Ásia como na América do Sul, apresentam dificuldades para a sua compreensão mesmo por aqueles que nele habitam, pois as generalizações escondem uma realidade mais complexa.

Assim, a Amazônia é quase sempre entendida como uma grande floresta homogênea, uma planície onde as precipitações pluviométricas são altas, o que os estrangeiros chamam de “Rain Forest”, numa simplificação grosseira. Este conceito decorreu das informações que os visitantes trouxeram das beiras dos grandes rios que arranharam, sem penetrar no interior da floresta. Nesta nota vamos nos restringir ao Estado de Roraima, em largos traços.

Quando se construiu a Transamazônica, que pretendia ligar o Nordeste brasileiro predominantemente árido com a Amazônia, penetrou-se por ela. Descobriu-se que entre os grandes rios, que se distanciam entre eles cerca de 500 quilômetros, havia “terras altas”. Nenhum trecho desta grande rodovia, precariamente mantida, tem mais que 10 quilômetros de reta. Toda ela é de subidas e descidas.

Hoje, com os levantamentos efetuados pelos satélites, conhecem-se mais de 40 Amazônias diferentes, havendo picos, o mais alto do Brasil, Pico da Neblina, em Roraima. Metade deste grande estado é de campos, propício para a produção de cereais, e por ficar no Hemisfério Norte, a estação das chuvas por lá, que se chama inverno, é o inverso de Manaus. Chega-se mais facilmente de Boa Vista, sua capital, a Caracas, na Venezuela, que em Manaus.

A região mais montanhosa fica na fronteira com a Colômbia e a Venezuela, e as mais elevadas são mais facilmente acessíveis pelos países vizinhos. As maiores quedas de água do Brasil ficam nesta região, e uma chega a mais de 700 metros.

Uma parcela muito grande do Estado de Roraima é de reservas indígenas, sendo que as mais recentemente confirmadas ligaram duas, onde já havia fazendas de arroz em terras concedidas pelas autoridades. Na faixa de fronteira internacional, as terras rurais são de administração do governo federal, bem como as ao longo das rodovias federais existentes e projetadas, cujas localizações não são certas, conhecendo-se somente pelo sistema de GPS. As demais são de administração estadual, mas poucas.

Existem grandes reservas indígenas, como a dos Yanomanis, que na maioria são nômades. Como existem “fronteiras secas”, ou seja, que não são identificadas por acidentes geográficos como rios ou montanhas, muitas vezes é incerto se estão no lado brasileiro, colombiano ou venezuelano, gerando alguns incidentes.

O Estado de Roraima é rico em minérios, ainda não explorados, o que desperta cobiças. Portanto, é um dos Estados que pouco corresponde ao que se conhece como Amazônia.



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