Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

As Reuniões de Cúpula Ibas e Bric

16 de abril de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: , , ,

Estas reuniões de cúpula precisam ser avaliadas nos seus resultados com muito cuidado, pois seus efeitos costumam ocorrer ao longo de muito tempo. Todos sabiam que eram iniciativas diplomáticas e, sempre que existem oportunidades de troca de idéias entre líderes importantes, elas acabam sendo úteis.

A necessidade de antecipação da volta do líder chinês Hu Jintao, em função do terrível terremoto que abalou o seu país, forçou a redução de exageradas solenidades. As divulgações de acordos empresariais eram os esperados, e haverá ainda necessidade de muito trabalho para que eles se concretizem. Que existem interesses chineses na garantia do fornecimento de matérias-primas brasileiras, não há nenhuma dúvida.

Já se comentou que tanto no Bric como no Ibas, ambos reúnem países que possuem poucos interesses comuns, e apesar de serem grandes territorialmente e emergentes, alguns aspectos são conflitantes e não foram tratados. As declarações resultantes só podem ser gerais, e muitas intenções de reuniões regulares não vêm sendo cumpridas.

É interessante que coincidiu, também, com uma visita de uma missão japonesa de escalão mais baixo, que tenta concretizar um projeto da produção de chips no Brasil. Ambos os países desejam a sua efetivação há anos, desde a decisão do uso da tecnologia digital de alta definição japonesa na televisão brasileira. Mas as empresas privadas não conseguem viabilizá-lo, diante das condições vigentes.

As reuniões serviram para reafirmar conjuntamente alguns aspectos que são aspirações dos seus membros, mas não chegam a ter um peso decisório internacional. Mecanismos de operação comum ainda são meros desejos, difíceis de serem concretizados.

As necessidades dos países que se reuniram são enormes e, ainda que eles tenham aumentado sua importância política no cenário internacional, só podem ocupar espaços vazios deixados por outros países, pela perda de condições que enfrentam nas dificuldades da crise mundial.

Grandes e decisivos avanços, com peso no que vêm acontecendo no mundo, parecem ainda uma aspiração que exige muito trabalho para o futuro, mesmo na área diplomática. Mas, pragmaticamente, há que se aproveitar todas as oportunidades comerciais, com clara visão dos interesses nacionais.



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