Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Educação dos Filhos de Estrangeiros no Japão

7 de abril de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: , ,

Se existe algum assunto que sempre merece uma atenção especial no Japão é o relacionado a educação das crianças. O jornal Japan Today, publicado naquele país em inglês, publicou a matéria “Number of school for foreign children decreasing amid serius recession”, que já provoca alguns debates.

Como é de amplo conhecimento, o número de trabalhadores estrangeiros no Japão aumentou muito nas últimas duas décadas, inclusive de sul-americanos descendentes de japoneses. Como os vistos concedidos foram para permanência temporária, eles enfrentaram problemas sobre as escolas em que matriculariam seus filhos, pois a possibilidade de volta era elevada.

Com a crise recente, muitas famílias realmente voltaram para os seus países de origem. Mas muitos ainda resistem por lá, mesmo que desempregados, arcando com elevados custos de educação quando feita em escolas especializadas. Segundo o artigo, havia no final de 2008 cerca de 90 escolas para atender filhos de brasileiros, que caiu para 60 em fevereiro último.

O Ministério da Educação do Japão criou algumas classes, que chamam de “rainbow bridge”, voltadas para ensinar o idioma japonês a estes alunos, que foram obrigados a se transferirem para as escolas normais destinadas às crianças japonesas. No entanto, alguns pais resistem, pois alegam que seus filhos são judiados em tais estabelecimentos.

É verdade que este problema existe, mas não só com os estrangeiros, mas mesmo entre os japoneses. Aqueles que não adotam um comportamento padrão sofrem constrangimentos dos seus colegas.

O custo de uma escola em português é relativamente elevado, principalmente quando o número de alunos está se reduzindo. No debate gerado pelo artigo, existem os que defendem a posição de que os estrangeiros devem se ajustar aos costumes japoneses, inclusive no que se refere ao idioma. Outros defendem que devem preservar com o que se acostumaram no exterior, principalmente com a possibilidade de retorno futuro para o país de origem.

Como não se trata de um debate somente entre nipo-brasileiros, como nipo-norte-americanos e estrangeiros de outras origens, há uma dificuldade de se atingir um razoável consenso. Mas não se pode negar que os japoneses, principalmente em nível provincial ou dos municípios, efetuam esforços para superar os problemas que estão se agravando.



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