Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Efeitos da Competição no Mundo Globalizado

29 de abril de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: ,

No mundo globalizado, as grandes empresas necessitam estar presentes em todas as regiões onde as demandas são expressivas, mas os produtos desenvolvidos para determinadas condições, que até agora eram dos países desenvolvidos, notadamente de regiões temperadas, precisam ser ajustados às condições específicas de cada mercado, como dos países tropicais.

Havia uma tendência dos grandes produtores acharem que o bom para os mercados de onde iniciaram suas operações poderia atender também os demais consumidores em todo o mundo. A agilidade das empresas, como as coreanas, está acelerando a revisão, obrigando a considerar as necessidades específicas dos mercados emergentes.

Muitas empresas, como as japonesas, demoraram a perceber que seus produtos não estavam “tropicalizados”, sendo sofisticados exageradamente, quando seus mercados locais eram atrativos. Agora, estão sendo confrontados com as acirradas concorrências pelas demandas dos países emergentes. Seus preços não eram competitivos, ainda que a qualidade pudesse ser considerada boa para regiões temperadas.

O jornal Nikkei noticia que empresas como a Panasonic se preparam para competir em “home applience” específicos para o Sudeste Asiático e países latino-americanos, principalmente com seus concorrentes como a Samsung e a LG. Mas os coreanos também se preparam para enfrentar concorrentes indianos e chineses, o que deve beneficiar os consumidores de muitos países que ingressaram recentemente no mercado, com demandas importantes.

Isto não ocorre somente com produtos voltados para a utilização nas residências. Notam-se muitas inadequações, que precisam ser ainda ajustadas, mesmo nos serviços públicos como os de infraestrutura. Produtos exageradamente sofisticados exigem manutenções específicas, com peças de reposição ou pessoal técnico nem sempre disponíveis.

A visita do presidente da Panasonic ao Brasil e suas reuniões com empresários locais, tentando identificar porque não conseguiam concorrer com outros fornecedores, parece que começam a frutificar. A velocidade destes ajustamentos precisa ser acelerada, pois os países emergentes estão sendo inundados por produtos baratos, como os chineses, que são praticamente descartáveis. O caso dos relógios seria um bom exemplo.

Parece evidente que muitas adaptações precisam ser introduzidas, delegando mais poderes de decisão para os administradores locais, pois o pessoal técnico das matrizes apresenta dificuldades para decidir rapidamente.



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