Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Participação Asiática em Grandes Projetos Brasileiros

25 de abril de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Destaque, Editoriais | Tags: , , ,

É perceptível que a economia brasileira, ainda que tenha um desempenho razoável nos últimos anos, está com sensíveis atrasos na preparação e manutenção adequada de sua infraestrutura para dar continuidade ao seu processo de desenvolvimento. Os principais países asiáticos como o Japão, a China e a Coreia dispõem de tecnologia, capacidade financeira e principalmente disposição para colaborar com estas necessidades brasileiras.

Estamos num período em que definições sobre estes assuntos se encontram na pauta, como, por exemplo, a decisão para a concorrência sobre o sistema de trem rápido, que é emblemático neste setor. Mas também outros, como os energéticos, tanto dos renováveis como os relacionados com o pré-sal.

Diversos fatores, tanto oficiais como privados, influenciam estas importantes decisões. Sempre existem vantagens e desvantagens, e os concorrentes procuram abranger com as suas propostas todos os aspectos considerados relevantes. Para tanto, nos chamados consórcios que reúnem muitas empresas locais e estrangeiras, procuram tirar partido de instituições que podem sustentar suas propostas, atendendo as condições estabelecidas nos editais. Que costumam envolver a capacidade técnicas, custos baixos das obras e fornecimento, além de tarifas baixas para os potenciais usuários dos serviços.

Evidentemente, as experiências do que foram executados no passado são relevantes, pois se tratam de projetos que devem ser implementados ao longo de muitos anos, e devem proporcionar bons serviços por décadas, no futuro.

O que vem se sentindo é que, além destes fatores que são predominantemente privados, as disposições políticas reveladas pelos países de onde se originam partes substanciais destas propostas estão passando a ser determinantes. No julgamento das autoridades, as alianças estratégicas são importantes, incluindo as transferências tecnológicas para que o Brasil passe a ser potencial fornecedor dos mesmos serviços e equipamentos para terceiros países.

Estas informações não são transmitidas somente por manifestações formais, mas efetivos contatos que se repetem ao longo do tempo, inclusive nos escalões máximos do diferentes países, necessitando considerar as possibilidades de algumas mudanças futuras das administrações. Não será surpresa se os resultados dos julgamentos das concorrências acabarem sendo diferentes do que a opinião pública considera, e até mesmo dos especialistas em tais projetos.



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